Paz e Perdão
Eu colei todos os meus caquinhos, e não vou pedir perdão pela forma que escolhi para consertar aquilo que você quebrou.
Que o caminho da cura pode ser a doença, que o caminho do perdão às vezes é a sentença.
Não esqueçais que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas palavras.
Desculpas não justificam erros. Perdão não é amnésia. Não há borracha para palavras ditas. Não se passa corretivo em gestos. Amor não tem remetente. Não há correio para o ódio.
O perdão é maior do que a justiça, ele cabe onde a justiça não seria suficiente. É possível ser justo com alguma pessoa, sem perdoá-la.
Eu te peço perdão por te amar de repente.
Nota: Trecho de poema de Vinicius de Moraes.
O Perdão
Um céu sem estrelas,
tudo nublado diante a olhos tristes.
O mar não tem mais o entusiasmo como outrora,
quando se sentava na orla e podia ouvir o quebrar das ondas.
O som do vento atingindo seu rosto,
e os raios a iluminar a escuridão da noite.
Como fotografias de infinitos momentos,
o relógio o prepara para mais uma pergunta.
Como um banco vazio no fim de tarde,
apenas um coração solitário e ninguém a entende-lo.
Um mente marcada por embates e escolhas,
cicatrizes e feridas não tratadas.
Sentindo as águas turvas do mar,
correr entre os vãos de seus dedos.
Os grãos de areia têm uma história triste ou feliz,
mas ficam a esperar por um novo nascer do sol.
Quando as lágrimas,
escorrem friamente pela pele inerte a tanta solidão,
desespera-se a ter uma resposta imediata do tempo.
Gritando em meio ao silêncio para seu coração.
Como um simples trovoar,
uma fina garoa acorda sua alma e o mostra sua verdade,
sua busca.
Tudo o que procurou não foi uma explicação do passado,
mas um sentimento maior do que o próprio amor.