Passo
Alguns dizem que não me entendem.Esse porém deve ser pelo que passei,pelo que passo, pelo que vivi e vivo ainda. Não sou nenhum fantasma.
Procurei me informar sobre tudo,procurei o certo, mas olha o que recebo?Passei por pontes que embaixo delas as lagoas secaram.Vi céus que não tinham sóis, nem estrelas, apenas eram céus. Vi tempestades se formarem ,alguns dizem que isso era apenas apelido para aquelas pequenas gotas.Eu ajudei o pobre,eu ajudei o rico, percebi que os dois são tão parecidos. Vi passarem por mim crianças, jovens, adolescentes.Eu vi o tempo passar por mim. Mas nem ele me ajudou.Fui ao extremo tantas vezes ou loucura porque é assim que andam chamando.Percebi que ninguém me ajudou.Talvez eu mesma me ajude. Quem sabe eu não negue um gole de água.
Mas eu ainda não encontrei o que procuro.
Legi4o
Eu vejo as luzes da noite de 11 de junho, e elas ainda iluminam os caminhos por onde passo sem os seus passos. Eu ouço as músicas que ouvíamos juntos e elas ainda me encantam quando meu pensamento me leva até você. E, por vezes, me olho no espelho com uma imagem de quem tem o coração esperando por alguém que as minhas mãos sentem falta e minha boca não cansa de chamar. Aquele vento frio ainda passa por mim quando a saudade bate, e aquele carpete ainda me aquece quando a lembrança não me deixa dormir. Eu não sei não sofrer por amor quando me vejo sem ele por perto, assim como não consigo me imaginar sem ele, mesmo que passe meses longe de mim. Porque as luzes que me iluminam sem os seus passos são as mesmas que me levam ao teu encontro. E eu não temo a escuridão. Desde que, ao abrir os olhos, seja você segurando a minha mão.
Quando passo algunas horas sem você, consigo imaginar o
quanto seria sofrido se eu ficasse para sempre sem você.
Ah se eu pudesse voltar lá atrás... Não faria nada diferente. Não me arrependo de nenhum passo dado e sim de não ter ousado mais.
A vida é curta demais e o limite... Ah o limite não existe.
Com dignidade pode-se fazer qualquer coisa. Transcender os limites dia após dia, isso sim é viver.
Sempre estou por perto, mas quando vou,passo despercebida, e já sei que não faço mais tanta falta,alguém supriu ela.
Posto que a morte não é esperança e sim, certeza...um brinde a cada passo desse bailado...um tanto suaves...um tanto freneticos...um tanto marcados...um tanto...vida...
Sorrisos...
Não sei o que se passa comigo, parece que a cada passo que dou, você esta ao meu lado. Sua presença é tão forte que as vezes acho que estou perdendo o pingo de lucidez que me resta. Talvez, porque você ainda esta bem vivo dentro de mim, nítido, forte; e dizer que te esqueci é mentir pra mim mesma. E ainda há quem pergunte: - Passou...? Não, eu não me ofendo com a pergunta, ela é até normal, porque eu nunca deixo as coisas bem claras, não sei me explicar, ser específica com o que sinto. Mas essa não é a pergunta certa a se fazer, porque não é uma dor qualquer que toma um remédio e passa, queria eu que fosse assim tão fácil, queria eu que passasse, mas não é tão simples. É como um vício em plena terapia, se não manter o controle terá uma recaída. E me manter controlada é muito difícil, mas eu luto, a cada momento, contra a parte sua que vive em mim, que insiste em ficar viva. No fim das contas, sei que tudo isso um dia vai passar, pelo menos é o que espero.
A cada passo que recuo,vou entendendo,
que no fundo não estou segura do caminho,
apenas tento não me ferir entre espinhos.
Encontro Deus em cada passo que dou ou mesmo quando não dou nem um passo. Deus o ser de misericordia, amor e perdão está em mim onde quer que eu esteja, eu o procuro e o encontro no rosto triste de um velho que a juventude foi perdida,velhos abandonados em asilo ou em sua própria casa esquecidos pelos filhos, na face de um jovem que envelheceu no tempo errado, no tempo em que trilhou caminhos errantes que lhes levarão aos presidios, aos becos e ruas onde encontrou as drogas e roubarão-lhe a esperança, nas mulheres que por falta de carinho, de um minímo de amor se prostituirão e não tiverão jamais uma mão amiga, encontro Deus em uma criança que estende a mão implorando um pedaço de pão, que chora por não ter um brinquedo, uma familia, um irmão. Encontro Deus em qualquer Igreja ou religião, Deus é um só, nós é que somos muito e nada somos se não tivermos Deus !
Eu passo o dia todo, fazendo planos. E adivinha? Todos eles envolve você. Não consigo me imaginar fazendo nada sem você. Você pode errar, mentir, magoar, mas mesmo assim, vou continuar te amando, te querendo, te desejando. Quando a gente casar, vai ser muito bom, acordar ao seu lado todos os dias… Olha eu fazendo planos novamente. Eu só te peço que tenha paciência, paciência comigo, com meu modo de pensar, com minhas atitudes…
Normalmente o talento é uma joia solitária, ao passo que a má qualidade dorme nos braços da popularidade!
Carta a um amigo.
Prezado amigo:
Não há formas como expressar o que passo...
Coisas aconteceram, mesmo prevendo-as antes, não pude evitar, aconteceu.
Vivendo meus pequenos e grandes momentos que a vida me dá, há sentimentos, porém...
Não posso deixar me levar.
Me sentia como se estivesse afogando num profundo e grande rio, e em águas...
Não há como se segurar.
E se encontro um galho que atravessa no caminho,
Procuro o socorro, e nele vou agarrar fortemente, porque tive segurança...
E na angústia e medo de perecer, não soltei dele.
A amizade é coisa que não se faz,
Se conquista!
Ainda espero que a nossa, jamais seja envolvida com tudo o que ocorreu, pois, essa nossa vida passageira,
Oferece pouco tempo para nós.
Então...
Procuro ser feliz.
Paulo S. Krajewski.
28 de Março de 1998.
Se eu der com duvidas o primeiro passo para progredir, todos os demonios do mundo se juntarão para impedir o meu progresso! Porém,se esse primeiro passo for dado com determinação, todas as Forças do Universo se movimentarão, no sentido de que eu logre êxito!
Minhas Esquinas
Pelas esquinas por onde passo deixo um tanto de mim. Um tanto do que inevitavelmente fui. Um tanto do que, de abraços com a ilusão, quis ser. O que fica no linear paralelo de um novo caminho é o que neste hoje sou. Um “sou” mais rico em surpresas, mais empobrecido em limites.
A cada encontro com as ferrugens pálidas de um tempo, refaço-me poderosa em perceber-me. Tropeço clandestinamente em meu próprio retrato e como um sono embrutecido pelos soluços do caos atiro-me voluntariamente num denso cair, infame aos outros, íntimo de mim. Tento desenhar em cada letra uma queda que nos limites extremos de um perder-se, escurece e macula qualquer projeção que seja de encontro com a fortaleza que faz saltar em voltas e cambalhotas dos gritos cercantes de mim ao claro súbito de um novo nada. Nessa viagem sem atalhos, a heresia do medo se impõe majestade.
E no erguer-se de cada queda, refaço-me na incompletude e na imprecisão de um recomeço. Recomeços tímidos e disformes que, de concreto, só me antecipa a consciência de que o “permitir-me” fraca me distancia em tempo e em intensidade do inevitável “tornar-me” forte. Dos saltos e dos encontros ainda por vir, nada tenho revelado. Toda luz é inconfessa e inebriada se o olhar não se ergue o bastante para alcançá-la.
O mais incrível desse ciclo de emendas e rupturas sempre implacável ao desnudar-me em avessos é que depende de mim o jeito e o tempo de fechá-lo, jamais a decisão de abri-lo. Nem sempre, fazemos escolhas. Uma nova esquina se mostra quando, um tanto grande de nós, já é parte dela. Por muito tempo, acreditei serem vida e escolhas, o contrário disso.
Se, é verdade que escolhemos caminhos, deve ser verdade que cada novo caminho é também o nascer de uma morte da qual sobrevivem os que mais pensaram e menos choraram e desse nascer sem a primazia do tornar-se vida, só conhecemos o inumano que o forjou.
Passo agora da vida horas
Mirando a caixa de luzes
E contando letras pra extravasar
Vejo-me trincar a face ao mundo
Como uma barra de chocolate
E não sinto sabor algum que tem vida
Pois não se sente gosto com os olhos
É preciso apalpar junto ao rosto
Mastigar, engolir, deitar fora sobejos
Mas a hipnose da caixa de luzes
Faz-me acreditar que tenho o bastante
Que não vale a pena o risco de viver
Alem do meu gasto horizontes
Que morrer em cima do rastro
É uma dádiva imerecível
O anonimato é uma benção
E a dor incondicional a estrada
Lembro-me além da curva
Chame de medo ou covardia
Pois volto o rosto pra meus dedos
Condicionados a três letras
O mundo, a teia e a amplitude
Preso como mosca na rede
No epicentro do mundo
Nos espelhos que ocultam faces
Que a mascara me seja leve
Que vida me seja menos ríspida