Passei
EDUARDO - ANIVERSARIANDO
Já cantei para embalar seu sono
E junto adormeci
Já passei noites em claro com você no hospital
E sobrevivi
Já ouvi você repetir tantas vezes a mesma frase
E com isso me aborreci
Já bati de porta em porta em escolas para lhe aceitarem
E ninguém me atendeu
Já lhe perdi de vista por horas
E me apavorei
Já lhe vi sorrindo do nada e me alegrei
Já lhe vi chorando sem saber o motivo
E me entristeci
Já rezei o Pai Nosso milhares de vezes em sua cabeceira
E o seu Amém eu ouvi...
Já tive alguns abraços seus e me emocionei
Já ouvi você balbuciar letras de música
E com você cantei
Já perdi a conta de quantas vezes com cada progresso seu
De felicidade eu chorei...
Agora vem você com essa novidade dizendo a todo instante
“Esse cara sou eu”... “esse cara sou eu”
Sim, esse cara é você Eduardo, meu filho “diferenciado”
Mas como seus irmãos, também muito, muito amado...
Parabéns!
Hoje é seu aniversário...
Quantos anos você faz?
O que importa não são os anos vividos
Mas as batalhas por você vencidas...
mãe mel - 03/02/2013
- Você parece indeciso.
- E estou.
- Mas afinal, o que aconteceu?
- Passei tempo demais admirando meus olhos, esperando que neles, encontrasse respostas.
CASAR é o ápice e o objetivo máximo da existência de muitas mulheres
Passei a noite toda olhando para o teto, pensando o porquê de tanta felicidade sozinha, estava em paz comigo mesma, realizada mesmo numa sexta à noite sem nada para fazer.
Não morro de saudade de balada ou de excesso de companhia, tive bons momentos, curti minha juventude, ainda me sinto jovem aos 38 anos, sem falsas expectativas, tenho habilidade para a vida real, mas me canso de ralações de amizade virtual, trocar saídas por tecladas com os polegares.
O clima é de início de festa, sem nenhuma segunda intenção, eu presto muita atenção a tudo que me cerca, tenho sede de boas escolhas, sou fã de calor humano, mantenho meu mistério e acredito conseguir manter a felicidade por muito mais tempo.
Adoro ler, ser gentil, amo franqueza e inteligência, amo cuidar de quem cuida de mim, gosto de expressões animadas, de gente com leveza permanente, gente que não se deixa apanhar por críticas.
Convidada para vários aniversários e casamentos, amante de cachorro quente, entrelaço amizade com comida gostosa, porém ando comendo com moderação, não perdoo traição, exijo comportamento parecido no quesito amar, não consigo aceitar o jeito fácil dos homens pregado pela mídia ou pelos hormônios.
Não aponto o dedo pra ninguém, mas prefiro estar só a não confiar logo de cara, prefiro namorar a quem fui apresentada por amigos ou parentes, mesmo que aconteça um final doloroso e metade do grupo se divida.
Não preciso ter pressa em casar, nem sei se quero casar e ter filhos, passei pela experiência do casório e adiei o nascimento do herdeiro por falta de vontade mesmo, para muitos diz mal, porém não tenho expectativas em ser mãe.
Amigos não acham que são invasivos quando discursam que você deveria pensar como eles, dizem que sofro de uma alegria passageira e que de repente meu mundo vai ficar cinza e solitário.
Busco falar o que sinto, eu aceito qualquer consequência se é que esses presságios irão acontecer, no momento prefiro rir com vontade e fazer ou deixar de fazer o que me faz bem.
Fico surpresa em receber conselhos de laços amorosos eternos por quem é casada com um cretino e chato de doer, acho salutar viver tão bem em harmonia com outros, mas nada que atinja o meu eu de ser.
Não tenho sensação de perda iminente, não curto tapas carinhosos, gosto de interpretar a janela da alma chamada comumente de olhar, não é que eu esteja tentando ser menos sociável, nada disso! Tenho chances diárias de conhecer gente nova.
Meus sapatos são baixinhos, optei por conforto, comprei tênis, aprimorei a gentileza rara, fico sabendo de muitas conversas ditas pelas minhas costas, é a necessidade constante de julgar os outros, uma conexão nem sempre verdadeira.
Todos tem algo interessante a acrescentar, precisamos ter cuidado com julgamentos, faz parte do acordo o Respeito, nada de atitudes retardadas ou destoadas, as dores nos reconfortam a uma certeza que nem sempre temos, nos une a algo além, revela que nossas qualidades são imensuráveis e que bens materiais de nada adiantam.
Não tenho objetivo de assustar, não tenho medo do último abraço ou do carinho que nunca mais terei, não sou adoradora da companhia de todas as horas, vivo meu próprio mundo também, falo a verdade com pausas.
Não sou “Patrícia”, não custo muito cara a mim mesma em termos financeiros, já namorei seis meses e pensei em casamento, mesmo sendo chamada de paranoica não consigo explicar o que me faz querer casar com um e não com outro.
Tenho ótimas maneiras de me sentir bem, vivendo no mundo da forma como escolhi, casar não é um estilo de vida é uma vocação, relacionamentos não se constroem por impulsos, a felicidade é contagiosa, tenho meus momentos de inspiração, não me sinto culpada em não ter tais metas, posso casar, mas esse não é meu objetivo de vida.
Andei pensando: a gente já se desconectou um do outro várias vezes. Eu já passei meses sem te dá notícias. Você já passou meses sem me enviar uma mensagem. Porém por alguma razão que desdenha da lógica, por alguma explicação que nem você, nem eu, ou ninguém pode explicar, a gente sempre se encontra em algum acontecimento, em alguma frase, em algum sorriso. Pois assim, por alguma razão misteriosa, a gente passa a recordar. A gente recorda dos tais dias em que éramos só você e eu. Recordamos de tantas conversas sobre tudo, tantas conversas sobre nada. Recordamos como a vida não era tão difícil sabendo que todos os dias, mesmo que fosse apenas pra trocar mensagens, a gente se encontraria. Recordamos de tudo o que aprendemos sobre nós ao passar dos anos. E recordamos de como ninguém se compara a gente. Do quanto nós dois merecíamos estar juntos. De tudo o que a gente planejou pra gente. De todos aqueles abraços que não foram dados, dos lábios que não foram tocados, dos segredos ainda guardados. São recordações, e de repente com elas, vem uma saudade louca. Uma saudade de abraçar, beijar, cuidar, parar o tempo, o dia, só pra gente não se desencontrar mais um do outro.
Passam-se os dias, a gente anda despercebido pela rua, você aí onde estar, eu aqui onde estou, e, de repente, uma música, uma pessoa, um cartaz faz lembrar e, assim instantaneamente, vem um sorriso na gente. Nesses dias nos relacionamos sem perceber, me atrevo a dizer: nos tocamos sem saber. É bem nesse clímax que a gente transforma o mundo em um ambiente melhor e não nos damos conta.Todavia, nem semprr é dessa forma. Sentimos medo de ser esquecido, de ser abandonado na metade do percurso. A gente acha melhor desistir. E, às vezes, pela razão do tempo ser impiedoso mesmo, a gente esquece de lembrar que estamos vivos. E começamos a pensar, que o outro não lembra mais da gente de uma maneira especial. São os terríveis dias maus. Ah, nesses dias sentimos vontade de sumir, de nunca mais aparecer, pra ver se assim o outro sente a nossa falta. Nesses dias viramos uns chatos. Odiamos o nosso cabelo, as nossas mãos, odiamos tudo que há em nós por não ter sido o suficiente pra fazer alguém ficar. Porém, se não permaneceram um na vida do outro é porquê tinha que acontecer, falarão alguns. Eu já fui assim. Tu já fostes assim. Porém um dia a vida nos apresenta alguém que nos faz (re)acreditar em tudo. Nos príncipes do século 21, na felicidade, no amor. Quando essa pessoa aparece a gente até crê que a vida é tipo um arco-íris. Muitas cores. Há dias escuros e dias claros. Dias vermelhos e dias rosa. E no final quando você triunfa sobre todas as cores. No final do arco-íris, há muito mais que um pote de ouro, mais valioso que qualquer pedra preciosa, há o amor. Aquele amor visto nos filmes. Quando essa pessoa aparece, acreditamos que o amor é a recompensa por não termos desistido da vida. Pra isso, não podemos parar de caminhar. Há muito mais arco-íris que você possa imaginar, é preciso viver cada cor dele, sair dele ileso é um trabalho árduo. É preciso manter os passos. Vem o ciúme, a dor, a desconfiança. E se não houver força o bastante, a gente não chega até o final.
E te digo algo: eu não consigo vencer os dias escuros, os dias de céu nublado. Não sozinho. Sozinho só alcanço o meio do arco-íris. Eu só quero ser forte o bastante pra não desistir. Mesmo se a vontade bater, ou que os ventos sejam mais fortes que eu. Quero te ver correndo, te ver não desistindo fará com que não pense em desistir jamais. Porém, se existir o recuar, estaremos parados no meio do arco-íris, e sem mapa no meio de uma confusão de cores. Ninguém saberá o que dizer, ninguém saberá o que fazer.
Mas se te presenteasse com uma tela branca e umas caixinhas de tinta para você pintar a cor do céu que desejar, que cor você escolheria? Quem sabe pintando um céu conforme a sua vontade não te faça cogitar em pensar em desistir. Se você precisar eu tento tinta suficiente pra mim e pra você. Eu posso até ir aí pintar o teu céu na tua tela branca. Confesso que tem me batido uma vontade absurda de não desistir. Já sobrevivemos a tantas tempestades, tantas pessoas. Por que desistir se há um ano inteiro pela frente pra fazer tudo valer a pena? O meu céu eu colori, posso colorir o seu se você permitir. Basta querer ir até o fim, onde o arco-íris se finda. Porque, eu sei que o seu arco-íris se finda em mim. E o meu arco-íris acaba em você. Só você e eu que não pode terminar. Nunca.
Esse é o meu mundo, me mostrando que existem sonhos longe daqui. E veja bem, tudo que eu passei foi um ontem, um passado, um dia que pode até não ter chego ao seu fim, mas que me abriu os olhos. Humanos indecisos. Seres sarcásticos que vão e voltam achando que somos os mesmos, procurando em quantos cacos ainda nos cortamos. Mas eu te digo, não somos. Queremos coisas melhores, dias melhores, amores melhores. Sofremos como um enjoo devido à orientação do juízo. E que juízo, pensamentos nostálgicos, solidão, noites sem dormir, pessoas que não se tocam sobre o quanto eram importantes em nossas vidas e que agora, não passam de um fundo de gaveta. Quero demolir as rejeições, anestesiar o tempo, ver com quantas mágoas se cria um caminho de decepção. É uma vontade de se jogar no vento e ver se esse vazio vai embora. Mas não é eu, é alguém, e acho bom saber voar. Era um ciúme, um pequeno egoísmo, um medo bobo de te perder que se transformou em indiferença. É árduo refazer pontes, é cansativo. Percebemos que não é amor quando isso não esquenta mais o peito, mas queima num sentimento de querer abandonar tudo. É uma dor, é uma fase chata, é uma vontade de sair do próprio corpo e encarnar algo sem vida. Não é drama, não é frescura, é realidade, é um pedido de esquecimento. Pessoas que escolhem umas as outras não merecem confiança, muito menos companhia. É querer nada mais, é sumir do mapa, é um adeus. As pessoas só nos procuram quando sabem onde nos encontrar.
Um dia por vez!
Há 1 ano atrás, passei por dificuldades, é óbvio que todos os dias temos algum desafio, ou algo a cumprir, mais existem alguns que arrancam nossa alma, nos deixam de cabelo em pé, tiram nossa estabilidade emocional. Pois é, este me arrancou a graça de sorrir, me tornou uma múmia, ou zumbi. Vivia com fobia, medo do amanhã, algo do tipo. Estava escravizada por mim mesma, pelos meus próprios pensamentos. Com o tempo aprendi novamente a viver um dia de cada vez, a não criar expectativas em cima de coisas ou pessoas, adquiri mais paciência e menos pressa de viver. Tive anjos nos meu caminho, que me ajudaram, não foram em forma de aura, mais em carne e osso. Aos poucos descobri novas paixões e passei enxerguei as coisas da sua maneira como são em si. Nem mais ou menos, enxerguei o mundo novamente como é real em si. E isso nos trás paz. Já vivi, conforme a dança manda, e não tive bons resultados. Não tenham pressa, de realizar seus sonhos, tudo vem no tempo certo, não nosso relógio que está na parede, mais no tempo que deve ocorrer. Isso ajuda a bater menos a cabeça na parede, quando você insiste em algo que não vai para frente. Se você deu seu melhor, é isso que importa, viva como se não houvesse outro momento, e acredite ainda existem inúmeras outras chances de acertar de novo!
Erica Bueno
Passei direto, amor. Acredita? To parecendo criança. To vidradinha em você. Te pensei tanto no ônibus que perdi a minha parada. Na hora de descer, travei. Só queria voltar pra sua casa. Deu vontade de gritar "moço, volta com esse ônibus que a saudade ta batendo demais" e olha que só fazem vinte minutos que eu resolvi ir embora. Maldita hora! Tem como parar o tempo da próxima vez?
Vem que eu to te esperando , aliás , passei minha vida a te esperar . Vem que ainda há tempo , ao meu lado é seu lugar .
Hoje passei o dia pensando em uma pessoa, talvez finalmente tenha me apaixonado de verdade ou não, talvez a pressão que os meus amigos me fazem possa estar me confundindo , sabe estou cansada de conhecer uma pessoa e meus amigos mudarem tudo da minha relação com ela...
“De volta ao normal”. Uma frase tão simples que fala por si só. Os meses que passei fora não foram nada perto do normal, e eu estava pronto para encerrar aquela parte da minha vida. Eu ia buscar a normalidade como se tudo dependesse disso.
Passei minha vida inteira desejando ter alguem ao meu lado. E, quando finalmente encontrei, por minha culpa, minha tão grande culpa eu o perdi. Sinto sua falta todos os dias Bonequinho.
Quantas noites eu passei olhando para as estrelas pensando em você, mas você é tão linda que eu passaria o tempo que fosse olhando para você, pensando nas estrelas.
Passei minha vida inteira estudando nos livros, revistas, artigos de opiniões sobre os sistemas políticos, econômicos e as várias formas de Estado até os sistemas civilizatórios do Brasil e do mundo.
Constatei que um joga a culpa no outro, um sistema econômico e político tenta fazer uma nefasta ruptura com os antecedentes e o caos para os subsequentes.
Síntese: o melhor de todos é o que proporciona ao menos uma dignidade mínima para sobreviver e não disfarçar escravos com pele de cidadão, poisa apenas será um disfarce.
Pensamento do dia
Passei da fase de ter que provar alguma coisa há alguém, a não ser a Deus e a mim mesmo.
Olha eu aqui vivo depois que te vi.
Ontem foi uma ótima noite que passei com você e por isso estou aqui pronto pra escrever, não vou negar, quando vi você no metrô meu coração acelerou, não sei se deu pra sentir no momento do abraço, mas ali foi tão bom te sentir de novo em meu braço.
Admito também que aquela chama não ardeu, mas nesses últimos tempos os meus sorrisos mais sinceros foram seus.
Estávamos com o coração blindado, certo? Você pra não chorar e eu pra não te beijar, e isso talvez seja bom pra um primeiro encontro,
Porque assim não assustamos um ao outro.
Realmente só coisas boas aconteceram, com certeza foi do jeito que nossos anjos torceram.
Te encontrar me fez muito bem, um bem que não sinto com ninguém.
Aquela sensação de que poderia ficar ali conversando e rindo sem perceber que o tempo está indo.
Sentir a sensação de que estou, sim, com alguém que me faz bem como ninguém, vendo seu sorriso... Ah, ali estava parecendo o paraíso.
Paraíso não é um lugar lindo com um lindo jardim de flores belas e um chão cheio de pétalas.
Paraíso é o lugar que quando estamos lá o tempo para, congela, e a única coisa que se mexe, fala, respira, é ela.
Um lugar que não importa o que tem em volta ou quem está passando, pois aquele momento é perfeito demais pra ficar reparando.
Paraíso é eu poder deitar no travesseiro sabendo que te fiz bem e que esse sentimento não é passageiro, e sim derradeiro.
Paraíso é poder te amar só pelo olhar, o falar, e o beijar? O beijar se for pra acontecer um dia, vai rolar.
Então eu agradeço por termos nos visto, obrigado pelos abraços, pelos olhares e pelo sorriso.
Muito obrigado a você, por ser meu paraíso.
A vida de uma Baleia
Nasci em um sertão, dentro de uma fazenda, necessidade sempre passei, mas amor nunca faltou pra suprir o resto. Tinha um amigo falador de asas curtas, dois irmãos, um pai e uma mãe. Logo quando nasci me deram um nome estranho, Baleia, nunca intendi o porque, mas gostei.
Já faz alguns dias que saímos da fazenda, acho que papai achou algo melhor, espero que sim. Dias se passarão e comecei a dar falta do meu amigo falador, não o vi mais, acho que o pequeno deixou ele voltar voando para a fazenda, espero que tenha achado o caminho de volta.
Se papai achou algo, achou a quilômetros de distancia da fazenda, nem me lembro mais como voltar a ela. Já estou exausta, minhas pernas doem, as moscas me comem, as feridas de tantas já nem sinto.
Hoje o pai passou o dia a me cuidar, discuti-o em sussurros com a mãe, não consegui escutar, mas vi que ela não gostou nada da discussão. Minutos se passaram, meu pai mandou os pequenos irem na frente com mamãe , pediu que eu esperasse, chegou bem perto de mim, me abraçou e falou soluçando bem baixinho :
-Desculpa.
Uma lagrima caiu em mim, depois, tudo foi ficando turvo, escurecendo, e antes que se apagasse tudo, eu disse:
-Amo vocês.
Admiração
Hoje passei o dia pensando em um tema novo. Aí me veio a palavra admiração, mas, afinal, o que significa essa ideia? Quando admiro sinto o quê? Percebo o quê? Quais modificações são produzidas no meu corpo?
Será que muda alguma coisa em minha alma?
Para os antigos, a filosofia brota da admiração, do espanto, da nova descoberta e do perceber o que antes a mente ou intelecto não havia reconhecido.
O que dizer, então, da comunidade que acolhe o afogado na bela história de Gabriel García Márquez, que Rubem Alves cita com maestria no livro: Lições de Feitiçaria: meditações sobre a poesia.
Uma obra fascinante que li há alguns anos, mas que me provocou um espanto imediato quando encontrei no curso de Teologia uma obra que ensina feitiçaria.
Que loucura a minha!
Eram apenas meditações sobre a poesia!
Depois de fazer a aquisição de tal obra, me senti como aquela menina que absurdamente queria o livro para ler, como se estivesse dentro de uma redoma contemplando uma “felicidade clandestina”.
Deixei entre aspas porque já ouvimos esse termo antes...
Mas continuando a nossa história... Quem era esse afogado?
Talvez, um homem sem identidade e sem passado.
Seu corpo não revelava quem ele realmente era.
Foi preciso preparar para o rito de despedida, precisaram limpar o seu corpo, purificá-lo...
Cavar a sua sepultura.
Mas antes de tudo acontecer, foi preciso pensar.
Como esse homem vivia?
Quem o matou?
Por que as suas mãos estão macias?
Será que ele deixou filhos? Esposa?
As mulheres da aldeia faziam o rito de purificação do corpo, mas naquele momento acontecia outro ritual...
A mudança de mentalidade das mulheres... Que deixaram a mesmice de lado, a estagnação de seu viver para pensar a sua própria existência.
O afogado gerou uma onda de reflexão pela aldeia.
Foi semeada a dúvida.
A inquietação.
A sensibilidade de homens e mulheres se aflorou como uma rosa que desabrocha mostrando sua beleza e seu aroma matinal.
E foi feito o enterro...
Foi cumprido o silêncio por aquele corpo que ninguém conhecia, mas que estava ali boiando em alto mar.
Depois de ter cumprido todo processo de ritualização, a vida na aldeia nunca mais foi a mesma...
E com o passar do tempo a vila foi se modificando, as pessoas foram reformando as suas casas, construindo novos barcos, plantando jardins...
Aí foi acontecendo o que Adélia Prado, encantadoramente, recorda em sua poesia impressionista:
Uma ocasião,
Meu pai pintou a casa toda
De alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos em uma casa,
Como ele mesmo dizia,
Constantemente amanhecendo.
Enfim, o morto trouxe a salvação daquela aldeia.
O morto promoveu o advento da boa nova para aquele povo.
Uma vida que contempla os amanheceres da existência saberá, de fato, o valor ou o ato de admirar-se diante da vida que surge ou do morto que se esvai.
14/12/2015
O MUSO POR LICENÇA POÉTICA
Passei tanto tempo
esperando uma oportunidade.
De um dia conhecer alguém
Que o vento traria como um bem
Poderia ser ate uma Divindade
Ou quem sabe um Deus
Tal qual Zeus.
Há sempre alguma razão
para sentir-se não bastante bem
Então pedi a uma estrela que me
Trouxesse um presente em verso
Ou em prosa, na verdade ate um Soneto
Foi ai que um dia apareceu o tal
Verso, que trouxe consigo até
A Prosa, o verso, reverso, contos
Ate descontos, com muita poesia
Alguns fragmentos...
Nada que uma fisioterapia não resolvesse!
Minha alegria era notória, que ate
Despertou a do sono umas escritas
Em oratória, versada, prosada, poetizada,
As Crônicas se empolgaram, os sonetos
Pediam " bis "
Vícios de linguagem brotavam
Criatividade, e é claro sempre
Em sua Homenagem
Diria ate que eras o " muso"
Que por licença poética
Assim O denominei.
E assim, dia e noite eu estava sempre
Nos braços do Muso real para mim
e criativo para as letras de concordâncias
Verbal , Nominal e Adverbial
Muso tão desejado e ate amado
Chegou puxado do naufrágio do meu
devaneio silencioso
Vivo nos braços do Muso,
E nele encontro um pouco de conforto.
Assim que chegou , o Muso ficou
Para a composição verdadeira
Todo sentimento armazenado em
Mente e decifrado em alegrias ou
Tristezas, declarações de amor
Ou sintomas de Saudade !
Outrora jamais imaginei
Receber um presente tão
Especial como voce...
Meu querido Muso, que por
Licença poética assim o Denominei
Para sempre meu ,na saúde
Na Doença na Alegria e na Tristeza.
_____________Norma Baker e Sá Ribeiro