Passagem
Talvez nós achamos que a vida seja somente uma passagem, mas não. A vida existe para que possamos criar, errar, enfim, tudo destruir....Pois é assim que os humanos vivem.
Eles criam, depois veem que erraram, e logo destroem o que estava certo, e prolongam o errado...
A vida e uma passagem para o aprendizado.
Vivemos e sofremos será que aprendemos?
Disso eu não sei, mas o que eu quero agora e viver e deixar de sofrer.
A vida e rara de mais pra ficar se lamentando.
Não adianta a passagem de tempo, se as ações são contínuas...O tempo é inócuo, quando as pessoas nada fazem para mudar seus atos...
PASSAGEM
Foi do meu rosto que caiu uma lágrima,
em que hoje, brilha uma estrela penosa:
pensando tanto no teu rumo distante,
lembrando tanto na tua face custosa...
Tão docemente caiu todo o sonho:
tanto tempo embalado à minha dor,
e nunca mais agora o recomponho!...
Lágrima e sonho, oh, tanto engano!
E longe corria o tempo na lembrança,
suspirando o seu próprio desencanto.
Reminiscências...
Ontem fiz uma viagem de volta ao passado. Uma viagem com passagem de ida e volta. Sentei-me no quarto das minhas memórias, esvaziei as gavetas das lembranças, arrumei com cuidado no baú das ilusões e na estação do presente, peguei uma carona no trem do pensamento e parti de volta à minha história. Trilhei caminhos planos e tortuosos, peguei atalhos, construí desvios no afã de me desvencilhar da realidade, refiz obstáculos, ri outra vez meus risos, derramei outra vez minhas lágrimas, amei, perdi amores, folheei um livro do qual não pude destacar sequer uma página, trilhei outra vez meu caminho feito de nanquim. Nada consertei, nada pude mudar. A borracha do tempo não havia apagado meus erros , as oportunidades que perdi adormecidas à beira do caminho... Algumas sementes que espalhei a o longo da minha estrada já haviam se tornado frutos, outras haviam sido mortas pelas intempéries da vida. Poucas foram as flores que vi na minha estrada de volta... Nesse amargo regresso, os espinhos me feriram novamente os pés e sequer pude ver as pessoas amadas que perdi... No meio do percurso cansada do peso da bagagem que levava, sentei-me na estação dos saudosistas e acenei para os devaneios, que seguiam conduzidos pela nostalgia, que presto pararam e indagaram o meu destino. Falei-lhes do meu desejo de voltar no tempo para fazer novas escolhas, rever pessoas que haviam passado por mim sem serem notadas, quem sabe o primeiro amor...Estender a mão a algumas que eu havia deixado sentadas à beira do caminho, encontrar outra vez a minha infância perdida, queria falar com o tempo, pedir-lhe outra chance, recolher migalhas de alegria que porventura houvessem caído da minha vida, sonhar outros sonhos, mesmo que fosse por alguns instantes... Ter a ilusão de que poderia fazer tudo outra vez e melhor e diferente. Mas nesse momento o tempo passou muito apresado e me disse que o seu itinerário era o futuro que era impossível que ele retrocedesse comigo, pois em sua companhia viajavam os que estavam deixando para sempre o passado. Eram os que olhavam horizontes muito além dos meus, que eram muitos, pois andavam leves, que não carregavam nos ombros o peso de lembranças, mágoas e amarguras e recordações como eu carregava..... E mesmo sabendo que o tempo jamais voltaria, parti sozinha ao meu destino final. Continuei minha jornada mais de lágrimas que sorrisos, num caminho mais de pedras que de flores... Passei por ilusões perdidas, por lembranças já quase esquecidas, vi de longe, muito longe a paz acenar com seu lenço branco na estação das despedidas e prossegui... Chegando à casa do passado, encontrei –a cheia de sombras e fantasmas, a saudade sentada à porta, me estreitou num forte abraço. Arriei minhas malas e parei. Encontrei-me criança inocente e sem pressa, em balanços de alegria, contando estrelas e transformando em pássaros, anjos e monstros, nuvens que passavam junto com a vida sem dizer para onde estavam me levando... mas o tempo, implacável, seguia seu caminho sem volta e corria muito rápido, roubando-me a inocência, a pureza. Agora já cheia de anseios e planos, o meu maior desejo era que o tempo continuasse mesmo a correr... Comecei a pedir-lhe que passasse e eu o fustigava para que voasse, dei rédeas a ele e galopando sobre vales e transpondo montanhas, e passando por cima de tudo, cheguei ao mais belo lugar onde se pode estar: À minha juventude. Mas nessa parte da vida, também não estava o que eu buscava. Muita coisa me prendia, muitos me dominavam, eu não poderia viver assim. Necessitava ser livre, queria as asas da liberdade sobre mim... Pedi então ao tempo que corresse mais depressa. Precisava me livrar das amarras que me prendiam ser adulta, encontrar um grande amor, fazer novas descobertas, desvendar os mistérios da vida, fazer tudo aquilo que sentisse vontade e finalmente ser dona de mim... E o tempo obediente, correu, correu, voou... Cheguei ao presente, lugar onde estão todas as oportunidades, onde moram o agora e o hoje, mas sequer olhei para eles. Passei a me preocupar o que viria adiante e não tive tempo de desatar os laços dessa caixa preciosa, que tantos a deixam num canto, sem ao menos desembrulhar, dado a pressa de chegar ao futuro e ver o que a vida faria . Precisava ser urgentemente alguém importante, com muitas histórias para contar, vencer todas as batalhas e finalmente ser independente. Então, na minha ânsia insana, gritei com o tempo, reclamei dos dias que pareciam não ter fim, das estações que nunca mudavam, das luas novas que nunca se iam, adiantei o relógio do destino. E a corrida continuou e o tempo voava e me levava pela mão e me arrastava com ele, até que me encontrei velha e sem forças e quis descansar. Agora já não precisava mais pedir ao tempo que passasse. Eu estava quase à sua frente... Comecei então pedir que parasse, ou pelo menos que andasse mais devagar, pois a louca corrida em busca de realizações me tornara cansada e saudosa do presente que não vivi. Mas ele se fez surdo, inclemente e implacável passou muito mais velozmente, e viajando nas suas asas ele me trouxe e me fez pousar onde estou. Um lugar chamado velhice, outono da existência para quem soube aproveitá-lo e inverno dos corações para quem o desperdiçou sem ter vivido a primavera!
Meu silêncio te condenará o resto da sua passagem pela terra. Que sabe te acompanhará durante o teu sofrer pelo inferno.
Almas eternas
Vivendo a vida viva
De passagem pelo etéreo
Aprendendo na grande escola Terra
Concertando erros e portas
Buscando o paraíso perdido!
Animais humanos pedem passagem, vomitam nos horizontes reclamos de rendição. Não suportam desperdiçar a vida em danças que movimentam corpos que já morreram. A cidade cheira concreto, cheira cimento. O sangue jamais poderá correr pelas veias desses casarões que alucinam o transeunte e o tornam mais um solitário escondido sob a alegoria da satisfação.
PASSAGEM
O que olha, o olhar do morto fixo no teto,
Pensa no aborto no feto,
No filho que seria o prodígio,
Porque os que vingaram,
Envolveram-se com drogas,
O que pensa o defunto?
Pensa no gerúndio do verbo morrer
Pensa nas coisas que deixou de dizer,
Pensa nos abraços que deixou de dar,
Pensa na esposa que deixou de amar,
Pensa no particípio do verbo finar
O que pensa o finado
No féretro fechado
No pranto caindo de alguém preterido
No pretérito imperfeito
E no mais que perfeito
Do verbo acabar
Acabara bem antes do lapso, do colapso
O que olha o olhar do morto,
Num ponto indeterminado,
Pensa no pigarro, na cirrose,
Pensa no enfisema,
Na cachaça que não mais beberia,
No cigarro, que não fumaria ...
O que olha o olhar do defunto,
Germes, vermes em festa,
Por um novo presunto,
A passagem? Alguma paisagem?
Trevas ou luz?
Ou A singular possibilidade de renascer?
Na passagem pela Terra somos tudo que somamos e tudo que passa pelas nossas vistas, coração e céu, somos o nosso céu que nos rege e nos guia em diversos momentos da nossa esfera terrestre.
Somos "personagens" criados para se confrontar com aquilo que nos prende ou nos atrasa.
É importante saber que Eu estou em D'us assim como você também está! Assim sendo somos unidade.
A substância do Eu é aquilo que vivemos em maior escala, mas a substância do Eu maior é a vivencia conjunta do Todo em harmonia sonora, cósmica e sensorial. Assim sendo tudo o que Eu sou vibra e ecoa para a eternidade!
Meditemos então os nossos atos e ações.
Você pode pertencer a uma classe econômica favorável mas o seu capital não paga a passagem de ida pro Céu.
A vida é apenas uma passagem e tudo por aqui é aprendizado, a evolução é e tem que ser constante não adianta limitar-se ou tentar delimitar o espaço do outro, mais importante mesmo e lutar pelo seu espaço. pare de olhar o quintal do vizinho e passe a acreditar que a sua pode grama pode ser muito melhor
A mentira e suas pernas.
Todos mentimos. Eu, tu, ele, nós, vós, eles. E isso, diga-se de passagem, constantemente. Posso estar mentindo nesse momento aqui... Jamais alguém saberá a verdade mesmo; uns mentem "na cara dura" e outros são mais convincentes. Mas uma mentira, às vezes, cai bem; digamos que se torna a salvação daquele momento. Olhando ao meu redor, deparei-me com vários tipos de mentiras, e comecei a perceber o porquê as pessoas fazem isso e cheguei a seguinte conclusão: é uma espécie de defesa própria, pois, pode reparar: Sempre que mentimos, estamos nos protegendo de algo que pode tornar de nossas vidas, amizades, amores e profissões um verdadeiro inferno.
Um exemplo mais próximo que tive nos últimos tempos foi o dele que está com um pé no altar e continua a me “aporrinhar” as idéias. Afirmo: Ele mente. Pra mim? Claro que não; para ela: a noiva, pobre coitada que mal sabe dos megamalabares que ele, o pilantra, faz com o intuito de driblá-la. E eu não “tô nem aí” como diria àquela música que tocava mais de cinco mil vezes no rádio; não preciso dele, não o amo e não quero ser pivô de algo que eu não tenho o mínimo interesse. Contudo, se ele fosse o homem de minha vida... Esse discurso seria completamente diferente, pode ter certeza! Outra mentira que me chamou atenção foi uma própria que contei a uma pessoa; sem mais delongas ela se tornou uma mentira necessária e se estendeu por anos a fio - mas essa morre comigo - nunca, nem sob tortura de arrancar minhas unhas eu admito... Muito menos para ele que mereceu a mentira. Sim, tem dessas ainda: merecer a mentira! Como? Pela pessoa que ele era. Merecia várias mentiras...
É preciso treinar a mentira, para não se contradizer. Não prolongar a história, para não esquecer. Outro dia mentiram para mim e eu, não sei como, percebi a trapaça. Mas preferi acreditar no que ouvia e fazer com que aquele momento ficasse “um minuto mais longo”. Tem dias que somos surdos, cegos e mudos por conveniência e não por opção. Mas tá valendo, pois, costumo fazer as escolhas não por “rótulos” e sim por intuição e olha – ela nunca me falhou – Se for mentir, escolha um enredo prático e curto; talvez você optando por esse caminho, fique bem mais fácil de mentir outra vez, quando necessitar. E quando não necessitar também, afinal: saber mentir acaba se tornando uma arte. (arte essa que "poucos" sabem fazer com maestria de dar inveja).