Passado

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TRAÇOS

Traços.
Fugazes traços.
Lembranças de rostos.
Sorrisos, abraços.
Tempos passados,
passadas vidas.

Pensamentos decompostos,
imagens tão queridas.

Tudo é passado,
e tão presente,
quão feridas,
que magoam
a gente

O giro do tempo

Pedaços de mim que flutuam no tempo
são pássaros sem rumo e sem pouso
a buscar seus ninhos no céu da memória.
Nas voltas que esse tempo dá, buscam
encontrar aquilo que foi e já não é,
mesmo sabendo que nada mais será
igual ao que era e nunca voltará
a ser o que passou por nossas vidas,
pois não é o tempo que nos para,
somos nós que paramos no tempo.

Desse giro implacável e sem volta
brota a angústia do tempo perdido
em vãs tentativas de reencontros.
São histórias passadas de risos e vozes
que marcaram íntimas relações
que trazem ao presente o ontem,
amado ou sofrido, de toda uma vida.
Persegue-se então, o sonho impossível
que termina no mesmo instante
que percebemos o vazio do tempo.

Cicatrizes

Lembranças, lugares, saudades,
Ausências, pensamentos.
São rostos, são nomes,
Chegadas, são partidas.
São tudo, são o nada…
Momentos.
Nos caminhos da mente,
São voltas,
Alegrias,
Tristezas.
Frases perdidas,
Sem respostas, exauridas.
São passados,
Em páginas amareladas.
Gastas no tempo vivido,
Que voltam e gritam.
Presentes.
Amargas, feridas.
Guardadas, esquecidas.
Memórias de outras vidas,
Esmaecidas, recortadas,
Enfraquecidas.
Tempo perdido
Nas marcas que ficam
Das cicatrizes.
Feridas abertas
Na mente e no corpo.
Sentidas.

Fim de festa

Louca confusão!
É o final da festa.
Pontas de cigarro
pelo chão,
marcam a realidade
do gosto amargo
pelo sarro,
que ficou na boca,
do cigarro.
Um vazio imenso
ao ambiente empresta,
a presença do arrependimento.

Foram risos,
foi música,
foi farsa.
Busca infeliz de um nada,
estampada, agora,
nos olhos cansados,
descrentes e perdidos.
Copos derramados,
paredes marcadas,
por mãos suadas.

Tudo já é passado.
Alegria-mulher que invadiu,
motivadora, minha solidão.
E nada ficou,
nada de profundo,
de definitivo.
Nada que valesse a pena,
apenas um passo
a mais,
na busca do ego
do eu interior,
que não conhecemos.

Século da cibernética,
das máquinas infernais,
computadores,
robôs,
órgãos artificiais.
Homem-mecânico
do século vinte.
Tudo foi pesado,
balanceado,
meticulosamente dosado!
Para que?
Para nada!

Se teu coração vai mal,
nada de anormal,
terás um novo,
a pulsar vigoroso,
injetando sangue
em teus tecidos.
Genial!
E teu sistema nervoso,
teu cérebro,
tua consciência,
tua vivência
anterior?

Século da genética,
da potência energética.
Situação patética,
o vazio da alma,
no vazio da sala,
que me embala
em mil pensamentos,
em arrependimentos,
que são angustias.

Espirais do tempo

Em grandes vôos espirais
procurei nos espaços
descobrir meu futuro,
mas os pontos cardiais
me conduziam, aos pedaços,
a lugares sem nada, obscuros.
Desiludido, cortei as asas
e afundei no mar opaco
que escondia o passado.
Para compreendê-lo, fui fundo,
pouco a pouco, em regressão.
Havia uma criança que não podia
entender, nem aceitar a morte.
Sufocado, busquei a tona
nadando através do tempo
que esse mar revolto escondia.
Vi um jovem atormentado
que desenhava e escrevia.
Sorri e acenei, mas não sorria
e sem me dirigir um olhar
desapareceu na densa bruma.
Continuei subindo e vi o homem
que amava, mas não compreendia
o amor e. por isso, sofria.
Deixei-me então ficar submerso
sem mais coragem de olhar
e,uma vez mais fugi, sem respostas.

Descaminhos

Sem pedir licença
uma onda triste
invadiu minha vida
e construiu barreiras
que bloquearam risos
e trouxeram lágrimas.

Sem perguntar, ainda,
não permitiu espaços
do porque e do querer,
enfraquecendo o corpo,
deixando as mágoas
de momentos não resolvidos.

No passado, busquei saber,
mas nas sombras do presente
pude apenas lembrar
o tempo que fluiu
pelos caminhos sem rumo
e tortuosos da mente.

Sombras, 2010

Um peso, uma tristeza,
Frustações, cansaços.
Sensação do nada,
Desilusões.
Vazios, sombras,
Passadas.
Não mais reconheço
Minha natureza
De outrora.
Fim de jornadas,
Ciclo de vidas,
Vividas,
Em mil lugares;
Perdidas,
Em mil pedaços.
Dores, alegrias,
Sofrimentos.
Vitórias, conquistas,
Derrotas, arrependimentos.
Encruzilhada do ser
E do não-ser.

Túnel do tempo

Apenas uma folha ao vento,
no túnel do tempo, solta,
a vida é apenas um momento
entre alegrias e tristezas
de quem nas vitórias perdeu
o sentido maior de crescer.

Passageiro de seu destino,
segue só, ao sabor de viver
sem um rumo seu e verdadeiro,
escravo de um futuro incerto,
vivendo a vida no presente
e olhando o tempo que passou.

Caminha para o nada e o escuro,
mas quem sabe sejam as trevas
a luz dessa vida que nos leva
desse mundo tão cheio de misérias.

Círculos viciosos

Eu lia, mas não sabia ler,
e tudo que eu lia,
porque não sabia,
não fazia sentido
dentro de mim.
Procurei a ponta condutora,
qual um filão
do entendimento.
Nada!
Busquei fantasmas
em cada negativa.
Vi mortos-vivos,
de passados tão presentes
e mergulhei no fundo,
mais íntimo,
em um reflexo de ternura.
Vi, na minha imagem
um enorme vazio
que transformou meu sonho
na dureza fria
da realidade.
Seria maldade,
ou o desejo de um fortalecimento?
E, afinal, eu vi,
mas não sabia ver.
E tudo que eu via,
porque não sabia
não impressionava
o negativo de minha alma.
E, assim, caminhei passos
sem saber,
e, porque não sabia caminhar
meus passos a nada me conduziam.
E, ainda sem saber,
retornei ao ponto de partida,
sem mais esperanças.

O vento do tempo

No delírio da irrealidade,
acordei consciente
que o tempo correu,
mas ficou no passado,
que hoje é presente.

Sem qualquer maldade,
mostrou o que fui
e já não sou.

Passou apressado
com o vento dos anos
e com ele carregou
os sonhos de antigamente.

No sopro do agora
deixou o medo de viver
nesse passado que ficou,
perdido em muitos lugares,
com diferentes nomes,
em rostos invulgares.

Deixou mágoas, esperanças,
sombras, risos e choros.
Soprou nas praias e campinas,
passou montanhas e mares
com derrotas e vitórias.

Percorreu todos os caminhos
do tempo das crianças.
dos homens e mulheres
que se encontraram
e se perderam
nesse mesmo vento
que carregou o tempo
dos momentos vividos
e não realizados.

Longa Noite

No espelho da vida
revi mil rostos,
velhos, cansados, perdidos
em passados distantes.
Em meu espanto,
percebi também
quem fui,
pois na luz
que refletia
finalmente eu vi
o tempo que passara.
rápido, implacável, irônico.
pedaços de mim
formavam outras fisionomias
que não eram mais
como um dia foram.
E, em minha mente
lutei por descobrir
vestígios de outrora.
em vão!

Lembranças Campeiras

No final da noite
fria,
o vento corta,
cortando a pele
queimada,
com cheiro de suor
e terra.
O sol espia
no horizonte
e clareia o dia.
No chão,
o fogo dança
e espreita
por entre toras.
Na trempe,
a água esquenta
pra fazer o mate
dessas horas.
No espeto,
a carne cheira
enchendo o ar
das narinas
rudes e geladas.
A mão que sova a erva
aguarda
a água quente
pra servir à roda,
com rostos marcados,
de boca em boca,
sorrindo ao dia
que nasce nas coxilhas.
No pampa guasca
é mais um dia
de um conto
gaúcho.

No meio da estrada

No meio da estrada,
parado,
olho à frente;
o desconhecido,
olho atrás;
o nada.
Tudo é nebuloso
em figuras dispersas.
A década perfeita
dos anos dourados,
perdida.
Procurei nos teus olhos
minha própria certeza
esquecida
em alguma esquina de nós.
E, no passar do tempo
ao nos vermos
já não seremos os mesmos
amantes de outrora,
encantados,
encantadores,
mas sombras de um passado
varrido da memória,
mas presente nos corpos.

Não fique pensando muito no futuro. Viva intensamente o presente para não ter que enfrentar os fantasmas do passado.

Algumas coisas são inexplicáveis pra quem está de fora. Existem códigos secretos que só pertencem aos que partilharam a mesma mesa, o mesmo quarto, as mesmas brincadeiras, os mesmos pais. Talvez cumplicidade e camaradagem sejam as palavras certas pra definir esse tipo de amor, que começa com um "não me entrega que eu também não te entrego", e segue vida afora compreendendo os traumas ocultos, as dores disfarçadas, a raiva acumulada, a alegria infantil, a inércia justificada. Mesmo longe, as mãos se reconhecem e se apoiam. Mesmo sem palavras, o entendimento é real. E no fim das contas, é aquele olhar cúmplice ("não me dedura por favor...") que nos levanta e aquece. É aquele olhar que justifica e valida a beleza da vida, do mundo, das pessoas. E, de alguma forma que não sei dizer, traz alívio e paz.
Não posso imaginar que aquilo que dividimos há tanto tempo me apazigue como fazem essas lembranças. Nada de mim está mais lá, apenas a memória de velhos pijamas de dormir e a voz suave de mamãe contando histórias pra explicar a vida e justificar o amor.

Eu achava que, ao eliminar metade dos seres vivos, a outra metade iria prosperar. Mas vocês me provaram que isso é impossível. Enquanto existirem alguns que se lembram do passado, sempre haverá aqueles que não aceitam o que pode ser. Eles vão resistir.

É este o grande drama do prazer; todas as coisas agradáveis acabam por amargar; todas as flores murcham quando as colhemos, e o amor morre tanto mais depressa quanto é mais retribuído. Por isso o passado parece-nos sempre melhor que o presente; esquecemos os espinhos das rosas colhidas; saltamos por cima dos insultos e injúrias e demoramo-nos sobre as vitórias. O presente parece muito mesquinho diante de um passado do qual só retemos na memória o bom, e diante de um futuro que ainda é sonho. O que alcançamos nunca nos contenta; ‘olhamos para diante e para trás em procura do que não está ali’; não somos bastante sábios para amar o presente do mesmo modo que o amaremos quando se tornar passado. Quando mergulhamos num prazer, o nosso olhar vai para longe - a felicidade ainda não está alcançada apesar de termos o deleite nos nossos braços. Que mau demônio nos afeiçoou assim?”
Will Durant, in Filosofia da Vida

Pessoas vem, mais tarde vão embora,
Umas um dia voltam, só para dizer que não retornarão mais. Outras ficam, mas pouco a pouco se tornam invisíveis aos olhos de quem a quer ver.
Talvez as pessoas queiram ser iguais aos pássaros
que migram a cada inverno em busca de lugares quentes e novos,
Sim, eles voltam um dia,
Mas, querido passarinho, saiba que quando você voltar seu ninho já estará ocupado ou simplesmente não estará mais ali.
É, Pessoas vem, pessoas vão
E eu, talvez nao esteja mais aqui quando você voltar.

Eu simplesmente acordei hoje e me dei conta de que eu cansei de você, é isso mesmo. Eu me cansei de esperar por um amor que nunca vai ser meu. Cansei de você me beijar com um olhar perdido que me encanta demais e depois beijar outras com esse mesmo olhar. Sim, eu quero você. Quero esse amor, mas você não sabe a importância desse amor, não entende que meu coração precisa de você, você é frio, você me machuca. Mas eu sei que no dia que você se arrepender de não ter me dado valor, você vai chorar, e vai sofrer. Porque nunca vão te amar do jeito que eu te amei, nem te fazer feliz do jeito que só eu sei. E eu? Bem, eu não vou estar nem aí no dia que isso acontecer. Vou olhar pra você, suspirar e pensar: "Passado". Porque vai ter alguém que preenche todo esse vazio que você deixa em mim, alguém que me ame, alguém bem melhor que você.

TEMPO

‬ O banco da vida; Imagine se você tivesse depositado na sua conta bancária todo dia R$ 86.400,000... Que você deveria gastar ao longo do dia, porque no final do dia esta conta estaria zerada e no dia seguinte mais R$ 86.400,000 seriam depositados... Todos nos somos clientes desse banco. Deus nos dá 86 mil e quatrocentos segundos para serem vividos da melhor maneira possível, amando, sendo amigo, sendo irmão, sendo gentil, sendo anjo e sendo família, sendo generoso, fazendo amizades, apaixonando, aprendendo, ensinando, caindo, levantando, vivendo...
Quer saber o valor de um ano? Pergunte há um garoto que repetiu de ano. Para saber o valor de um mês, pergunte há uma mulher que teve um filho prematuro. Para saber o de uma semana, pergunte á um editor de jornal semanal. Quer saber o valor de um dia, pergunte para uma pessoa que tem tarefas árduas para serem feitas nesse dia. Para saber o valor de uma hora, pergunte aos amantes que não vêem à hora de se encontrar. Para saber o valor de um minuto, pergunte á quem perdeu um avião. Para saber o de um segundo, pergunte á quem conseguiu evitar um acidente de transito e para saber o valor de um milésimo de segundos, pergunte a um atleta que ganhou medalhas de prata nas olimpíadas...
Por isso não desperdice o seu tempo, ele é seu bem mais precioso... Que é ele que você vai compartir com as pessoas que você mais ama; seus pais, seus irmãos, seus avós, com seus(suas) amigos(as) verdadeiros (a), seus amores... Que agente só se da conta quando perde. Eu tinha tanto beijo pra dar, tanto abraço; Agente tem que viver o agora, não adianta agente pensar que lá no futuro (lá no futuro e se não tiver futuro?). Futuro é o AGORA!!! O ontem é história, o amanhã um mistério, e o hoje é uma dádiva. Por isso que se chama presente: “PRESENTE DE DEUS”.

#JhonAlexModesto