Partida
A saudade enfraquece, entristece, comprimi o coração, deixa ansioso e termina por provocar a contínua vontade de relembrar, de querer reviver. A saudade às vezes é um obstáculo ao "seguir em frente". A saudade também é prova de muitas coisas, que não convém enumerar, até mesmo para que se evite o enfraquecimento, o entristecimento etc. Porém, precisa-se ter em mente que "na fraqueza a força se manifesta".
O amor vale muito a pena quando é completo, tanto que sua ausência é mais sentida que a vontade de respirar. Por isso não deve ser maltratado, negligenciado. E se um dia você perdê-lo, tente resgatá-lo, pois é mais valioso que a vida - uma vida sem amor de nada vale. Se não conseguir resgatá-lo, siga somente em frente, tendo em mente que o merecimento de quem não zela pelo amor é a solidão.
Ainda há muito pelo que viver. A vida também é preenchida pelo amor familiar, fraterno e dos amigos. Só não crie expectativas pela sua metade que se foi. A saudade será sempre presente para lembrar os motivos de sua partida. Lembre-se que, só talvez, a vida lhe reserve ainda muitas oportunidades extraordinárias, ou não. Afinal, talvez as oportunidades já tenham surgido e em nenhuma das vezes você foi capaz de dar seu devido valor.
Palavras de quem decidiu seguir em frente, abraçando as consequências de suas ações, e na esperança de dias melhores, como outrora vividos...
Gostei muito de ti, mas agora estou cansada... Não me sinto feliz por partir, mas não é necessário ser-se feliz para recomeçar
Recorda-te de mim quando eu embora
For para o chão silente e desolado;
Quando não te tiver mais a meu lado
E sombra vã chorar por quem me chora.
Quando não mais puderes, hora a hora,
Falar-me no futuro que hás sonhado,
Ah de mim te recorda e do passado,
Delícia do presente por agora.
No entanto, se algum dia me olvidares
E depois te lembrares novamente,
Não chores: que se em meio aos meus pesares
Um resto houver do afeto que em mim viste,
– Melhor é me esqueceres, mas contente,
Que me lembrares e ficares triste.
parto, como partem as sombras, devagar, o coração levo rasgado pela violência da vida, e os olhos fechados quando por fim a luz se apagar...
Eu penso na finitude, porque está perto. Tenho menos tempo adiante do que aquele que já passou. E isso não é uma festa. Na hora de ir, eu vou ter pena. Eu gosto muito da vida, o que eu vou fazer?
O Retorno
Francisco Fernandes Torres
O Retorno é sempre mais doce que a Partida.
O bom mesmo é celebrar com os Amigos.
Retornando, esquecemos a Despedida,
Que maltrata em dobro e por tabela.
Brindemos, pois, à Vida, porque é bela;
Festejemos, então, a Chegada – não, a Ida.
Ele tinha certeza de que a amava, e isso o aterrorizava. Sentia vontade de se declarar, mas tinha medo de revelar essa fraqueza. Rezava para que ela não fosse uma espiã, depois desejava que ela confessasse a traição. Desejava que ela fosse embora e morria de medo de que ela partisse.
Fugir era que nem morrer, só que pior, porque na morte a pessoa vai embora sem saber, e não pode se despedir. Mas na fuga a pessoa sabe que está indo embora, e nem se importa em dizer adeus.
O amor que sentimos por alguém nunca, jamais vai ser esquecido por completo podemos sim disfarçar as emoções mais sentimentos verdadeiros são inesquecíveis...
você chegou...
Me ensinou a falar, me ensinou sentir, me ensinou a expressar, me ensinou a amar e
aprendi a querer, aprendi a ceder, aprendi a chorar...
Volte e me ensine até que eu possa aprender a te esquecer.
Agora ela se foi!
Para um lugar que ela já tinha ido, porém seu coração insistiu em voltar. Se vai ser bom eu não sei e acredito que nem ela saiba. Mais queremos o seu melhor seja lá qual seja o seu destino!
Casa de mãe depois que os filhos se vão
Casa de mãe depois que os filhos se vão é um oratório. Amanhece e anoitece prece. Já não temos acesso àquelas coisinhas básicas do dia a dia, as recomendações e perguntas que tanto a eles desagradavam e enfureciam: com quem vai, onde é, a que horas começa, a que horas termina, a que horas você chega, vem cá menina, pega a blusa de frio, cadê os documentos, filho.
Impossibilitados os avisos e recomendações, só nos resta a oração, daí tropeçamos todos os dias em nossos santos e santas de preferência, e nossa devoção levanta as mãos já no café da manhã e se deita conosco.
Casa de mãe depois que os filhos se vão é lugar de silêncio, falta nela a conversa, a risada, a implicância, a displicência, a desorganização. Falta panela suja, copos nos quartos, luzes acesas sem necessidade...aliás, casa de mãe depois que os filhos se vão vive acesa. É um iluminado protesto a tanta ausência.
Casa de mãe depois que os filhos se vão tem sempre o mesmo cheiro. Falta-lhe o perfume que eles passam e deixam antes da balada, falta cheiro de shampoo derramado no banheiro, falta a embriaguez de alho fritando para refogar arroz, falta aroma da cebola que a gente pica escondido porque um deles não gosta ( mas como fazer aquele prato sem colocá-la?), falta a cara boa raspando o prato, o "isso tá bão, mãe". O melhor agradecimento é um prato vazio, quando os filhos ainda estão. Agora falta cozinha cheia de desejos atendidos.
Casa de mãe depois que os filhos se vão é um recorte no tempo, é um rasgo na alma. É quarto demais, e gente de menos.
É retrato de um tempo em que a gente vivia distraída da alegria abundante deles. Um tempo de maturar frutos, para dá-los a colher ao mundo. Até que esse dia chega, e lá se vai seu fruto ganhar estrada, descobrir seus rumos, navegar por conta própria com as mãos no leme que você , um dia, lhe mostrou como manejar.
Aí fica a casa, e nela, as coisas que eles não levam de jeito nenhum para a nova vida, mas também não as dispensam: o caminhão da infância, a boneca na porta do quarto, os livros, discos, papéis e desenhos e fotografias – todas te olhando em estranha provocação.
Casa de mãe depois que os filhos se vão não é mais casa de mãe. É a casa da mãe. Para onde eles voltam num feriado, em um final de semana, num pedaço de férias.
Casa de mãe depois que os filhos se vão é um grande portão esperando ser aberto. É corredor solitário aguardando que eles o atravessem rumo aos quartos. É área de serviço sem serviço.
Casa de mãe depois que os filhos se vão tem sempre alguém rezando, um cachorrinho esperando, e muitos dias, todos enfileirados, obedientes e esperançosos da certeza de qualquer dia eles chegam e você vai agradecer por todas as suas preces terem sido atendidas.
Porque, vamos combinar, não é que você fez direitinho seu trabalho, e estava certo quem disse que quem sai aos seus não degenera e aqueles frutos não caíram longe do pé?
E saudade, afinal, não é mesmo uma casa que se chama mãe?
"A música é a arte de manifestar os diversos afetos da nossa alma mediante o som.”
A mesma música pode te fazer sorrir ou chorar;
A música pode fazer você esquecer, mas também traz lembranças;
A música te faz presente, mas também pode “matar” de saudade;
A música fala com a nossa alma, o que as palavras soltas no ar não conseguem explicar;
A música traz para a alma aquilo que nosso corpo não é capaz de sentir.
Hoje a música está me confortando.
Quando um filho de Deus deixa este mundo, para os anjos é como uma música.
E hoje os anjos estão ouvindo uma melodia única, por que cada pessoa é única para nós, no entanto somos todos iguais diante de Deus.
Saudade para nós deveria ser um alento;
Pois, se sentimos saudade é porque amamos.