Parente
A peneira da seletividade não começa na infância, afinal lá temos a inocente mania de achar que família são todos que tem o mesmo sangue que a gente.
A vida adulta chega e com ela também chega o que a Bíblia chama de dia mal. E não queiram saber como esse dia dói, penso que a Ciência jamais explicará o que sente aquele que o vivenciou. Um vazio que nem a vasta imensidão das coisas criadas conseguiria preencher, uma dor que nem o mais eficaz dos remédios poderia resolver.
Nesse momento a consanguinidade se torna tão ínfima que uma mágica acontece, os lindos laços vermelhos da infância, representados pelo sangue, se transformam em laços brancos, representados pelo Espírito. Afinal aonde o sangue não se faz presente, o espírito não se faz ausente.
O coach nunca foi tão irritante antes como tem sido hoje em dia quando sabemos que os parentes têm problemas iguais aos nossos e nós achávamos que só a gente tinha problemas.
Só é sábio,quem errou, quem errou muito pode ser líder, quem errou bastante, pode se tornar empreendedor, quem errou, mais do que o normal é inventor.
Na primeira família, segundo a bíblia, um irmão matou o outro.
Não existe família perfeita. Nunca existiu. Precisamos normalizar o afastamento de parentes.
A conexão familiar, mesmo à distância, nunca se perde — é algo que o tempo e a saudade só tornam mais forte!
E é isso que nos faz acreditar que novos reencontros virão, cheios de histórias para compartilhar.
São imensuráveis os tipos de amores: há o amor por um filho(a); por um irmão(ã); por um(a) pai(mãe); por um parente ou amigo(a); há o amor por lugares e até coisas; há também o amor conjugal e o amor infantil. Ainda que sejam muitas as faces do amor, amor mesmo só é quando se quer perto, junto ou apenas ter a certeza de que se está bem, pois se for para ter para si, para mais que cuidar, se para dominar ou como objeto de amostra, não é amor.
Por que a gente deveria exibir as nossas desgraças nas redes sociais? Quando uma visita vai à sua casa, você mostra o que tem na lixeira?
É de admirar como os nossos parentes são fracos na fé, cuja alegria é passageira, cujos projetos são uns fracassos e cujos propósitos são vazios, notáveis pela sua forma de viver em família.