Paradoxo
alma ceifada: quando sentimos uma agulhada nas costas travada é a foice da morte ceifando uma alma ...
Vivendo uma longa espera e carregando o peso do tempo nas costas.
É que essa expressão de "amar pra sempre", embora vista como um grande paradoxo, é bem real em mim.
Sou lágrimas
Sou riso
Sou pranto, alívio
Sou tudo
Sou nada
Sou dia, madrugada
Sou doce, amargo
Sou forte, sou fraco
Sou meio, inteiro
Amigo, passageiro
Intenso, leve
Tão solto, tão breve
Sou eu todo dia
Na minha alegria
“Muitas vezes o ciclo virtuoso da vida se inverte pregando peça nas gerações mais jovens, que ao não valorizarem as benesses recebidas através do berço, educação ou herança, colocam tudo a perder em fugazes ilusões.”
Pseudomoda
Fácil seria se tu me odiasses,
mas não tenho a coragem necessária
para adotar outras faces.
Te quero bem perto e bem longe, emoção hilária
esta! Tu já estás imersa em meu ser
e canta numa distância saudosista. O que adianta
te querer como quero, se essa mista
vontade-amor-dor já é finalista
nesse concurso de identidades não-santas?
Berrantes, eufóricas, barrocas, eu-fora
do eu-dentro. Adentro o pseudo-eu
que sou eu mesma. Perco-me nesse desfile
cruel, frio, pegajoso, estridente.
Pois não sou nada,
mas sou todas concorrentes.
Capa de chuva num dia ensolarado
porque, no altar, forte é a tempestade.
De acordo com o combinado,
os membros todos vestidos de ambiguidade.
Na igreja eles rezam, rudimentam-se e roem
suas próprias vísceras. Comida não há
e a sanidade os destrói.
As portas de madeira, lacradas. Lá
no céu, os portões enferrujaram.
“O altar está em chamas!
Socorro! Não quero morrer
tido como louco!”
“A água benta evaporou!
Deus, me perdõe
mas para o inferno sei que vou!”
E berram até perderem a voz
aqueles que não desmaiaram de pavor.
Morrerão, sim, todos. Nós
assistiremos tal sacro-divertimento sem respingo de dor.
SONETO PARADOXAL
Como quisesse poeta ser, deixando
O estro romântico, espaço em fora
O amor, ao reconhecer sem demora
A seleta face, abriu o ser venerando
Encontros e desencontros, cortando
Caminhos e trilhas, percorri: e agora
Que nasce a poesia, o poema chora
E chora, a rima passada, recordando
Ó, estranha sensação despropositada
Tão saudosa como se fosse “In Glória”
Invade o poetar sem ter um comando
Assim por larga zanga aqui pousada
Me vejo perdido, triste nesta oratória
Quando poderia êxito estar versando
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04 de dezembro de 2019 – Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O ser humano em seu ego antropocentrista acredita que o universo gira ao seu redor quando na realidade, ele, o planeta Terra, a via láctea, o universo, os universos paralelos e o multiverso são uma só massa, uma só energia, em constante movimento, há éons, no espaço-tempo da eternidade.
Dicotomia da Sociedade
Bem vindo a sociedade líquida,
Que esta semana em Suzano
Fez mais do que 20 vítimas.
Enquanto muitos buscam por causas,
Se negam a enxergar a origem.
Jogar a culpa no vídeo game é fácil,
Difícil é admitir a loucura ,
Deste mundo onde a gente vive.
Lugar onde a morte é banalizada.
Acende-se o sinal de alerta.
Será que nós estamos criando
A sociedade da maneira certa?
Ou só procurando culpados,
Para de fato, aliviamos os nossos fardos.
Vemos o futuro, ou estamos satisfeitos
Mas vale o silêncio, do que lutar por direitos.
Não se pode esquecer do futuro...
Manchada de sangue a instituição,
Aquilo que move o mundo,
O que tem sido feito pela a educação?
As matérias são sempre chocantes,
Com declarações fortes e marcantes.
Incentivam a armar a população,
Igual os chamados meliantes.
Qual será a diferença se fizermos isso?
O medo não deve gerar vingança.
Porém obrigam surgir ideias novas,
Que possam trazer mudanças.
O pensamento necessita de horizonte,
Chega da sociedade navegar a esmo.
As decisões têm de construir pontes,
Para que não aconteça mais do mesmo.
O abraço e a internet!!!
E agora os sul-coreanos servem de exemplo para o tipo de saudação a ser feito: “a um metro de distância de outrem”, apenas abaixar a cabeça: nada de apertos de mão, abraços ou beijinhos, mesmo que rapidinhos. Angela Merkel que o diga!
Houve uma época, não muito distante, em que tinha virado moda sair abraçando as pessoas pelas ruas, independente de serem conhecidas ou não.
Mesmo sem o surto do coronavírus, eu já tinha pensado que aquilo não era uma coisa normal, mas suspeita, pois muitos poderiam se aproveitar da situação para transmitirem doenças com base no amor ao próximo, proposta bem peculiar do diabo: mascarar atos de amor — a melhor maneira de engano.
Eu não aceitei a ideia, pois senti um grande perigo na proposta, por mais linda e necessária que se revelasse; porém, logicamente, não revelava o que “parecia ser”: uma obra ocultista. Nunca se sabe exatamente o que pode estar por trás de ações sociais ou culturais.
Contudo, a ideia não vingou, não funcionou, pois logo passou e todos esqueceram, mas parece ter sido uma prévia do que viria a acontecer no futuro: sugeriam abraçar (“contágio” do amor ao próximo) e agora orientam a não abraçar (“contágio” do contato virtual); i.e., tanto na esfera real quanto na virtual, as ações se convertem em contagiosas para um mal iminente: da possível aquisição de uma doença ou de um afastamento entre as pessoas.
Sabe-se que um abraço pode até mesmo salvar uma vida.
Entretanto, nesses últimos dias, começa-se a descartar a importância, o valor de um abraço. O que a internet — diga-se en passant, tão maravilhosa — veio fazer ou foi designada para fazer está se cumprindo: o abraço virtual que era considerado maléfico devido à propiciação do afastamento entre as pessoas, pois evitava a aproximação entre elas, agora é benéfico pela propiciação do afastamento entre as pessoas, pois evita a aproximação entre elas.
A internet aproxima e afasta ou afasta e aproxima — um ciclo vicioso como o cão atrás do rabo. Muita internet afastava pessoas e agora muita internet aproxima pessoas.
Note-se que a internet está envolvida em ambos os casos — “Abracem-se, pois há internet que os impede de o fazer” e “Não se abracem, pois há internet que lhes permite fazê-lo”.
Isso com base no argumento de que a internet estava afastando as pessoas umas das outras. E agora, no cenário atual, a internet é a forma de relacionamento mais recomendada, incluindo, principalmente, o “abraço internético” que vai além de um simples abraço virtual.
Ironia ou paradoxo?! Parece que os dois!
"Observar o universo em sua infinita grandeza de diversidades na qual a matéria se formou, é um verdadeiro desafio. O paradoxo temporal continua a nos assombrar, pois o Cosmos é infinito em conhecimento e complexidade, porém nosso tempo de existência para sanar nossas maiores curiosidades sobre esta realidade em que vivemos, é muitíssimo curto".
“Quem crê somente no que vê, que não confia em ninguém, e não acredita em milagres; não percebe o imperceptível, desconfia de sua própria sombra, e não reconhece o maior de todos os milagres, o milagre da vida.”
Andar a pé...
O tempo que passou a gente no percebe.
Há tempos aconteceu, é fato, não se negue.
De tudo que se foi, lembranças é o que resta.
Do pouco que sobrou, quase tudo presta.
Agora que mudou, ninguém mais anda a pé.
Do pouco que se fez, do muito que se é.
Do pouco que se tem, do tudo que se quer.
Do nada que isto vale, to tudo que isto custa.
Do muito que se tem, do pouco que se usa.
Na arrogância da estupidez.
Na modéstia da humildade.
No desprezo da insensatez.
Na submissão da simplicidade.
O agradável já não é o bom!
O útil já não é o que vale!
O que custa é o que se quer!
o que se tem é o que se é!
"De que vale ter tido a oportunidade de nascer, sobreviver e viver cada dia de nossa existência se nos faltar a humildade em reconhecer que fomos agraciados por Deus com o maior de todos os milagres, o milagre da vida?!”
Se você for tentar explicar o que é Deus e essa explicação não ficar confusa e paradoxal, você está indo pelo caminho errado.
Vá embora o criança humana, por águas e montanhas de mãos dadas com a fada, pois o mundo é mais vil do que possas imaginar.
Sua busca é perigosa, porém a recompensa é valiosa. Sua fada azul pode ser sim encontrada, somente em um lugar, um lugar onde a cidade de pedra submerge em baixo d'água e onde leões choraram cascatas.