Para sempre

Sempre imaginamos que o trabalho do outro é mais fácil que o nosso. Quanto melhor ele faz, mais fácil parece.

Quando nos fazemos entender falamos sempre bem.

Um asno será sempre um asno, mesmo se o cobrires de ouro.

O homem que obedece é quase sempre melhor do que aquele que comanda.

Não apenas os homens, mas o gênero humano foi e sempre será necessariamente infeliz. Não apenas o gênero humano, mas todos os animais. Não apenas os animais, mas todos os seres a seu modo. Não os indivíduos, mas as espécies, os gêneros, os reinos, os sistemas, os mundos...

A palavra é um laminador que alonga sempre os sentimentos.

As pessoas sempre chamam de sorte quando você age mais sensatamente do que elas.

O desejo de conhecimento, como a sede de riqueza, está sempre a aumentar com a nossa aquisição dele.

Onde é que se pode encontrar o teu próprio eu? Sempre no mais profundo encantamento que experimentaste.

O amor veemente, o amor apaixonado, por mais perfeito que o queiram pintar, tem sempre intercadências de desalento e de tédio que assassinam a felicidade.

Ao bom e sincero amor está sempre junto o temor.

Nem sempre é pelo valor e pela castidade que os homens são valorosos e as mulheres castas.

É sempre melhor que quem nos incute medo tenha mais medo do que nós.

Existe sempre lugar no topo.

O vento e as ondas estão sempre do lado dos melhores marinheiros.

As pessoas importantes fazem sempre mal em se divertir à custa dos inferiores. A troça é um jogo, e o jogo pressupõe a igualdade.

Nunca falar de si mesmo aos outros, e falar-lhes sempre deles mesmos, é a essência da arte de agradar. Cada um o sabe e todos o esquecem.

Do hábito da resignação nasce sempre a falta de interesse, a negligência, a indolência, a inatividade, e quase a imobilidade.

Lamentamos sempre aquilo que damos aos maus.

Grandeza, entidade variável mas que, apesar da sua variação, continua sempre a ser a mesma.