Para sempre
A violência faz-se passar sempre por uma contra-violência, quer dizer, por uma resposta à violência alheia.
Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
(De EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)
Ele sempre foi muito esperto, mesmo quando era criança. Mas uma coisa é ser esperto, outra é ser sábio.
O real não é nunca aquilo em que se poderia acreditar, mas é sempre aquilo em que deveríamos ter pensado.
O progresso roda constantemente sobre duas engrenagens. Faz andar uma coisa esmagando sempre alguém.
Palavras sobre a guerra, de pessoas que estiveram numa guerra, são sempre interessantes; palavras sobre a lua, de um poeta que nunca esteve na lua, têm toda a probabilidade de serem enfadonhas.
Eu espero que eu sempre possua firmeza e virtude suficientes para manter o que eu considero o mais invejável de todos os títulos, o caráter de um homem honesto.
Cinema-verdade? Prefiro o cinema-mentira. A mentira é sempre mais interessante do que a verdade.
A glória é a sombra da virtude, e acompanhá-la-á sempre, mesmo se esta não quiser. Mas, assim como a sombra ora precede, ora segue os corpos, a glória às vezes mostra-se visível à nossa frente, outras vezes, vem atrás de nós.