Para minha Mãe poemas mais Lindo

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Porque me ensinaram tão certo e eu faço tudo sempre tão desprovido de certezas, tudo tão cheio de erros.

A gente cresce e tropeça nos nossos defeitos, escancarados pelo mundo a nossa frente. Bate, rebate.

Vocês deviam ser os mais felizes sempre. Eu queria comprar esse poder, mas sou dona apenas dos prazeres momentâneos.

Ao lado, se reclama. Longe, se lamenta.

Não é possível separar esse laço de afinidade da infância.

As lembranças me atormentam, não gosto de sentir saudades daqueles tempos...aceitar que não voltam, que morrem, que mudam.

Sentimentos mexidos. Ás vezes, eu só queria colo amassado, queijo derretido, bronca rebatida.

Síndrome de ser pequena, de ser assim, pensar que o mundo gosta de mim e sonhar que nada tem fim...até o que já teve.

Que saudades daquele tempo!

Difícil mudar, criar outra família, ser outro alguém em outro lar; coração aperta.

Saudade daquela menina na escola, tardes dormidas, e quando estava tudo bem na segurança do nosso amor.

Precisamos entender tão rápido aquilo que o tempo jamais deveria ter medido, a hora de ir.

Olhos pequenos puxados, cor de jabuticaba,
Sorriso grande, semelhante ao dia mais belo,
Sua fala a canção mais linda e inesquecível que pude ouvir! Carinhos suaves como a pluma, seu amor, o sorvete mais gostoso em dias de calor e cobertor mais quentinho em dias frios!
Que saudade, que vazio! Tua viagem foi tão breve que nem desfrutei direito de sua companhia! Seria seu aniversário e eu não esqueci, porque Mamãe, a senhora sempre viveu em mim! Queria te abraçar e comemorar seus 40 anos.... Mas o que me maltrata são os tristes 15 de partida!😞

Faz um mês que sinto teu cheiro
Te trago em meus braços
E te alimento em meu seio
Faz um mês que o sono não tem monotonia
Ha algo novo todo dia
E a casa nunca está vazia
Faz um mês que a ansiedade terminou
Que enfim você chegou
E fez maior minha alegria
Faz um mês
Toda espera valeu a pena
Numa tarde tão serena...
Já faz um mês,
nasceu a minha Elena.

Mulher forte e corajosa.
Ela luta diariamente,
ela tirou forças de onde achava que não tinha,
ela carregou cinco filhos no ventre sozinha,
ela nunca pensou em desistir,
pois os filhos que teve lhe deram força pra seguir,
e se hoje estou aqui,
foi ela a culpada de nunca me abandonar
e sempre lutar para um dia eu poder realizar o sonho que ela não pôde conquistar!

Essa é a mulher que eu quero lhe falar,
o nome dela tem três letras,
e nenhum artista poderá expressar
o tamanho de sua beleza.
Ela é linda por natureza
e seu nome poderia ser simplesmente princesa.
Porém alguém na sua infinita sabedoria
a chamou de MÃE, rainha do lar.
A mulher que para sempre vou lembrar...

Ela orquestra
Eu?
Ah, eu sou pequena flauta
Acompanho o violino de manso

Ela rege
Ela reage
Ela sente
Ela furacão

Eu imito-a e tento aprender
Um dia equiparada estarei a ela
Mas apenas quando eu crescer

O dia, dela precisa furtar
Luz, brilho, a beleza sobrenatural do amar
Para clarear

Eu vagalume
Pirilampo
Pequeno a voar

Ela rainha
Eu princesa

Eu intenção
Ela execução com destreza

Eu confusão
Ela ordeira

Eu eu
Ela minha mãe

Mamãe...
Sempre quis te orgulhar
Mas parece que tenho defeito
Não sou realista estou sempre a sonhar
E acabo não fazendo nada direito

Mas tenha certeza do meu amor
Nunca quis causar preocupação
Nem mesmo lhe causar dor
Nem se quer decepção

Estou lutando com todas minhas forças
Para te fazer se orgulhar e sorrir
E quando isso acontecer
Será o meu dia mais feliz!

Me fez morada em seu ventre e fez de sua casa o meu lar.
Fui cordão de seu umbigo, sangue de seu sangue, no meu DNA os seus genes, na minha personalidade os seus ensinamentos.
Minhas atitudes são reflexo de seus exemplos e meu caminho resultado de seu esforço.
És alma que emana calma, és prece que enobrece...
És a fonte da energia mais límpida e do amor mais puro.
Mãe... a você minha eterna gratidão,
eu fui o seu motivo e você é a minha razão.

⁠A cada dia venceu o desafio de viver explicando pro filho
Como pode ter nascido órfão se seu pai ainda se encontra vivo?
Existe ex-mulher, existe ex-amante, ex-namorada, existe ex-marido
Tu se separa da esposa, mas não pode separar dos seus filhos

Ritual de Passagem

O parto é o mais belo ritual de passagem que conheço.Um dos momentos mais doloridos e feliz da vida de uma mulher. Literalmente ela se abre para dar à luz. Nesse epifânico instante dá-se a metamorfose. Como uma borboleta rompendo o casulo, eis que a mulher se transforma em mãe.
Essa é a hora em que se rompe o invólucro protetor do feto, corta-se o cordão umbilical e faz-se o laço mais perfeito e indissolúvel que a natureza já criou. Mãe e filho nascem juntos, a vida então, se inicia pra ambos. Somente ao nos tornarmos mãe alcançamos a plenitude de ser mulher, ganhamos do Universo a responsabilidade máxima de ter uma vida sob nossos cuidados. Com essa frágil vida em nossos braços aprendemos o exercício supremo da doação e do amor incondicional.

Os adultos apaixonam-se ao acaso, ainda que façam um esforço para escolher muito ou com muita inteligência. Já aprendi. O amor é um sentimento que não obedece nem garante. Precisa de sorte e, depois, empenho. Precisa de respeito. Respeito é saber deixar que todos tenham vez. Ninguém pode ser esquecido.

O amor precisa ser uma solução, não um problema. Toda a gente me diz: o amor é um problema. Tudo bem. Posso dizer de outro modo: o amor é um problema mas a pessoa amada precisa ser uma solução.

O amor constrói. Gostarmos de alguém, mesmo quando estamos parados durante o tempo de dormir, é como fazer prédios ou cozinhar para mesas de mil lugares.

Valter Hugo Mãe
O paraíso são os outros

Descubro cada vez mais que o paraíso são os outros. Vi num livro para adultos. Li só isso: o paraíso são os outros. A nossa felicidade depende de alguém. Eu compreendo bem.

Valter Hugo Mãe
O paraíso são os outros

Todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.

O toque de alguém, dizia ele, é o verdadeiro lado de cá da pele. Quem não é tocado não se cobre nunca, anda como nu. De ossos à mostra.

A companhia de verdade, achava ele, era aquela que não tinha por que ir embora e, se fosse, ir embora significaria ficar ali, junto.

O amor era uma atitude. Uma predisposição natural para se ser a favor de outrem. É isso o amor. Uma predisposição natural para se favorecer alguém. Ser, sem sequer se pensar, por outra pessoa.

Pensou que o rapaz tinha ido embora diferente dela. Não podia ser que o amor tornasse as pessoas diferentes assim, a menos que não fosse amor nenhum.

(…) o que me faz correr é sempre o mesmo, uma vontade de saber mais e o de deixar contado às pessoas, nos livros, sabe. Deixar nos livros aquilo que se descobre, porque um livro, com o que contém, pode ser uma fortuna eterna (…)

Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia.

Valter Hugo Mãe
A desumanização. São Paulo: Biblioteca Azul, 2017.