Para Falar de Si Mesmo
Quando abrimos o coração e revelamos
A profundidade do que sentimos,
Esperando que o outro perceba,
Que valorize cada palavra, cada gesto,
Mas se o retorno é o silêncio,
Ou o desprezo, frio como o inverno,
Saiba que não era a alma certa,
Para caminhar ao nosso lado nesta vida.
Não deixe que a dor apague a chama,
Acredite, o amor é vasto, recíproco e paciente,
Em algum lugar, há um coração que espera,
Pronto para acolher e honrar esse sentimento.
Pois o amor verdadeiro não se apressa,
Ele floresce no tempo certo,
E quando menos se espera,
Encontrará alguém que enxergue o seu valor.
As palavras criam laços, repelem,
São pontes que unem, ou muros que ferem.
Em um sussurro suave, trazem paz,
Mas, em tempestades, a guerra se faz.
Ah, se as pessoas soubessem o poder,
De uma palavra que nasce ao nascer do ser.
Cada som é um toque, um gesto, um sentir,
Capaz de acolher ou de destruir.
Com cuidado, uma palavra floresce,
E no silêncio, a alma aquece.
Mas no descuido, sem rumo ou direção,
Elas se tornam lâminas, ferem o coração.
Por isso, cuide do que você diz,
Pois em cada frase, o mundo se refaz, ou se desfaz.
As palavras são sementes de algo maior,
Que podem criar amor... ou alimentar o rancor.
Você me olhava,
mas seus olhos eram névoa,
reflexos de um céu distante,
onde eu jamais fui inteira.
No teu olhar, me desfiz em sombras,
uma miragem que passava,
nunca fui presença viva,
apenas silêncio que ecoava.
Nos desencontramos em cada passo,
entre as palavras não ditas,
no espaço vazio entre os gestos,
como folhas que o vento leva.
Se ao menos tivesse me visto,
não com os olhos, mas com a alma,
teríamos seguido juntos,
mesmo entre as curvas da estrada.
Mas ficamos perdidos,
como estrelas que nunca brilham lado a lado,
cada um no seu caminho,
sem nunca se encontrar de verdade.
A Geleira do Tempo:
Desliza a geleira do tempo,
silenciosa, fria e constante,
arrastando memórias nas correntes,
talhando histórias em cada instante.
Ela guarda segredos em seu gelo,
congela risos e suspiros do passado,
cada floco, um momento eterno,
um fragmento de vida, cuidadosamente guardado.
E entre as camadas de seu brilho gelado,
um sentimento, perdido e aprisionado,
congelado no tempo, sem despedida,
tudo ficou perdido em meio ao gelo da vida.
Tentamos correr à frente do seu frio,
mas seus ventos nos alcançam, sempre lentos.
Não há calor que derreta seu destino,
somos todos moldados pelos seus alentos.
E no reflexo de seu gelo brilhante,
vemos a nós mesmos, de forma distante.
A geleira do tempo nunca para de andar,
mas nos convida, sem pressa, a contemplar.
A confiança é como um rio cristalino que flui sem hesitar, moldado pela certeza de seu caminho. Quando a mente está livre de dúvidas, ela se torna como o vento que guia as velas, sem vacilar, levando cada ação ao seu destino com a clareza de um céu sem nuvens. Porém, se por algum deslize a corrente se desvia, o rio se turva, e a confiança, uma vez quebrada, pode fazer com que tudo o que foi construído se perca e se desfaça, como uma maré que arrasta a areia de volta ao mar!
As palavras, em sua simplicidade, carregam um universo. Mas só ecoam verdadeiramente no coração que está em sintonia, que sabe sentir além do que é dito. Para quem não está aberto a ouvir, são apenas sons dispersos no vento. Mas para aquele que escuta com a alma, com o coração, cada palavra é uma revelação.
O meu coração é tocado por quem sabe ouvir e compreender o valor das minhas palavras, pois só quem escuta com a alma é capaz de alcançar o sentido que nelas reside.
As palavras ecoam num solo fértil que se abre para acolher sua raiz, crescendo silenciosas, mas fortes, até florescerem em compreensão. Quando encontram essa terra, tornam-se frutos de um entendimento profundo.
O Mesmo Erro
Então enquanto eu me reviro nos lençóis
E, mais uma vez, não consigo dormir
Saio porta fora e subo a rua,
Olho as estrelas sob os meus pés
Relembro coisas certas que eu transformei em erradas
E aqui vou eu
Não estou pedindo uma segunda chance,
Estou gritando com toda a força da minha voz
Me dê razão, mas não me dê escolha,
Porque eu cometerei o mesmo erro outra vez,
E talvez um dia nós nos encontremos
E talvez possamos conversar e não apenas falar
Não acredite nas promessas porque
Não há promessas que eu cumpra,
E minha culpa me inquieta
Assim aqui vou eu.
Chegaram a ponto de falar muitas vêzes de coisas indiferentes ao seu amor; e nas cartas (...) tratava de flôres, de versos, da lua e das estrêlas, recursos ingênuos de uma paixão enfraquecida, que procurava avivar-se com todos os recursos exteriores.
Lembro como era bom compartilhar minha felicidade com os amigos, falar pelos cotovelos sobre alegrias que soavam até ofensivas àqueles que não entendiam o que se passava no interior de um corpo em festa. Eu costumava ser uma alegoria ambulante. Agora a festa terminou, os copos estão espalhados pelo chão, os pratos sujos, silêncio absoluto, ficou o vazio devorador de uma solidão impossível de ser contada.
Desamparada, eu te entrego tudo – para que faças disso uma coisa alegre. Por te falar eu te assustarei e te perderei? mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia.
" O rapaz se virou então para a Mão que Tudo havia Escrito. E ao invés de falar qualquer coisa, sentiu que o Universo ficava em silêncio, e ficou em silêncio também.
Uma força de Amor jorrou de seu coração, e o rapaz começou a rezar. Era uma oração que nunca tinha feito antes, porque era uma oração sem palavras ou sem pedidos.
Não estava agradecendo pelas ovelhas haverem encontrado um pastor, nem implorado para vender mais cristais, nem pedindo para que a mulher que havia encontrado estivesse esperando sua volta. No silêncio que se seguiu, o rapaz entendeu que o deserto, o vento, e o sol também buscavam os sinais que aquela Mão havia escrito, e procuravam cumprir seus caminhos e entender o que estava escrito numa simples esmeralda. Sabia que aqueles sinais estavam espalhados na terra e no espaço, e que em sua aparência não tinham qualquer motivo ou significado, e que nem os desertos, nem os sois, e nem os homens sabiam porque tinham sido criados. Mas aquela Mão tinha um motivo para tudo isso, e só ela era capaz de operar milagres, de transformar oceanos em desertos, e homens em vento.
Porque só ela entendia que um designio maior empurrava o Universo a um ponto onde os seis dias da criação de transformariam na Grande Obra.
E o rapaz mergulhou na Alma do Mundo, e viu que a Alma do Mundo era a parte da Alma de Deus, e viu que a Alma de Deus era sua propria alma. E que podia então realizar milagres.
O Alquimista
Sofrimento não sofrimento como caminho só se pode falar no passado, dizendo sofrimento foi caminho, só se torna “caminho” se levou a alguma coisa.
O que acontece com as crianças
Aprendi a escrever lendo, da mesma forma que se aprende a falar ouvindo. Naturalmente, quase sem querer, numa espécie de método subliminar. Em meus tempos de criança, era aquela encantação. Lia-se continuamente e avidamente um mundaréu de historia (e não estórias) principalmente as do Tico-tico. Mas lia-se corrido, isto é, frase após frase, do princípio ao fim.
Ora, as crianças de hoje não se acostumam a ler corretamente, porque apenas olham as figuras dessas histórias em quadrinhos, cujo “texto” se limita a simples frases interjeitivas e assim mesmo muita vez incorretas. No fundo, uma fraseologia de guinchos e uivos, uma subliteratura de homem das cavernas.
Exagerei? Bem feito! Mas se as crianças, coitadas, nunca adquiriram o hábito da leitura, como saberão um dia escrever?
O tempo de falar de amor
Se diante do erro eu me condeno,
não tenho a menor chance de me perdoar.
Se diante do amor que fracassou eu me culpo,
tiro a chance de alguém me conquistar.
Se diante do emprego eu só sei reclamar,
eu tiro a oportunidade de alguém trabalhar.
Se diante de Deus eu só sei mendigar,
perco a chance de ouvi-lo falar,
deixo a benção escapar…
Eu reclamo de injustiças,
mas nem sempre sou justo comigo.
Eu reclamo de solidão,
mas me tranco no meu mundinho.
Eu sofro com dores pelo corpo,
mas o meu sorriso é um custo.
Eu não conquisto o que sonho,
e deixo de sonhar por não acreditar.
Sinto que a vida responde na medida do que eu sinto,
mas sinto falta de motivação para lutar.
Eis que o tempo, sábio tempo vem ensinar.
Que de tudo posso experimentar,
mas tudo tem um preço.
Gastar demais gera dívidas.
Amar demais gera prisões que não agradam.
Criar expectativas geram decepções.
Viver de sonhos gera ilusões.
Por isso, decidi romper com a dor.
Dei cartão vermelho para a tristeza,
e na maior simplicidade, resolvi viver.
Sair, passear, expressar os sentimentos,
comer um pouco do que eu gosto muito,
e muito do que não gosto, mas preciso.
E na busca do equilíbrio, encontrar você,
parte que me completa nessa caminhada.
E assim, de mãos dadas, seguirmos juntos
pelo tempo indeterminado da duração do amor.
Que ele dure muito tempo,
tempo que peço agora,
para te revelar o meu segredo sem nenhum engano:
- Sabe, eu te amo!
- Pronto - disse Jacob, satisfeito. - Sente-se melhor?
Eu era capaz, afinal, de falar com clareza.
- Sim.
- Seus lábios ainda estão azuis - refletiu ele - Quer que eu os aqueça também? É só pedir.
Sargento Doakes falando com Dexter (sobre morte de Harry)
Doakes: Quer falar sobre isso?
Dexter: Sobre o quê? Que minha vida é uma trágico engano?
Doakes: Todos nós nos sentimos assim uma vez ou outra. Eu me senti.
Dexter: E você teve que enfiar uma perna humana em um saco de lixo? (diz ao fazer)
Numa cidadezinha perdida, dois malditos que se reconhecem nem que seja necessário sequer falar sobre isso. Uma cumplicidade muda, e tão secreta que, penso, talvez você nunca tenha percebido. Na minha memória - já tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.