Palmeira poema
O homem que ama assemelha-se a uma arvore frutífera, independente de quem nele recorra encontrará bons frutos.
Que a Vida lhe traga a sabedoria de discernir e compreender que mesmo a mais bela rosa possui seus espinhos, contrapartida, os espinhos por mais rústicos e perfurocortantes que sejam, camuflam em sua essência uma linda flor, que desabrochará em ocasião oportuna, mais precisamente na estação do amor.
Muitos dos que andam à "captura" não se aperceberam que foram capturados pelo espírito do tempo, mais precisamente conhecido como Zeitgeist.
Entendo, que o fenômeno religião é um anseio "perfeito", manifesto imperfeitamente. Esse desejo pelo desconhecido, peculiar nos entes humanos, levou-os à engenhosidade espiritual, muitos que experienciaram a suprema realidade tentaram recriar, ou relatar "topograficamente" o caminho que os levaram a tal experiência. Apegados a experiência e condicionados pela mesma, desenvolveram ritos, cerimônias e sistemas objetivando regressar ao útero Divino. O resultado deste anseio foi o que denominamos religião, fenômeno, que continuará a crescer pela simples falta de contentamento dos seres que desejam pluralizar e domesticar a singular experiência com o Mistério dos mistérios
Desventurado é o homem que despreza a realidade, e se compraz no mero "existir" por meio da virtualidade.
É belo o convívio harmonioso dos semelhantes, todavia, é extraordinariamente maravilhoso a convivência harmônica dos diferentes.
Quando contemplamos espécies díspares em sadio relacionamento, descobrimos que nosso próximo não está restrito aos nossos semelhantes.
Toda mudança imposta é antinatural, leviana e superficial. Somente as mudanças provenientes do fluxo espontâneo da existência são reais. Tentar evocar o verão em pleno inverno ou exigir que uma árvore de fruto fora da estação favorável, é tão anômalo quanto forçar que o outro mude segundo os nossos interesses.
Ouço-vos dizer que a realização existencial consiste em plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Todos esses feitos seriam designificante sem um despertar de consciência. Bom seria que o homem semeasse amor, desce a luz a si mesmo e fosse um livro vivo lido pelo mundo.
O vírus do desejo enferma-nos com a insaciedade. Infectados com este flagelo, nem toda fama do mundo é capaz de trazer o reconhecimento almejado, nem toda riqueza é suficiente para nos tornar prósperos, nem todos os prazeres podem aplacar nossas pulsões. Apenas indo além da superficialidade do ego encontraremos à cura, que desintoxica a mente dos desejos fugazes, desenvenena o coração da vaidade, desinflama a alma da intemperança e traz saciedade ao nível da consciência
A expansão da consciência, subjaz no retorno a inocência. Nesse nível não dual, não dicotomizado ou polarizado pelas arbitrariedades do bem e do mal reside a celestialidade. Nesse estado de naturalidade, espontaneidade e harmoniosidade com as demandas intrínsecas do ser, nos despojamos de todo condicionamento e nos desnudamos de toda roupagem confeccionada pelo medo e estilizada pela moralidade.
O Eterno nos deu um único livro a criação, leia-o na natureza e O encontrarás de forma imanente e transcendente.
Os percursos são distintos, os obstáculos abundantes, a distância imprevisível, a velocidade oscilante, porém o anseio do ribeiro para atingir o Oceano é inextinguível.
Conhecimentos herdados condicionam a mente, adquiridos solidificam o ego, e os revelados transformam o ser.
Eu sou um rio que margeia livremente o curso existencial, cujas correntes ocultas norteiam com harmônica leveza seu caminho em direção ao oceano do Todo