Palhaço
As vezes fico aqui imaginando, como pode pessoas quererem viver dois mundos ao mesmo tempo, ter pessoas leais e sinceras em um e também pessoas legais no outro, mas esses mundos não podem se encontrar, pois quem vive nestes dois mundos vive uma mentira em cada um deles, pois as pessoas que neles estão são sinceras, mas quem criou essas duas historias é um mentiroso que não consegue se desvencilhar das teias que ele próprio amarrou, vivem constantemente a beira de abismos, onde qualquer palavra, ou fatos podem desmascarar sua fantasia. De que maneira alguém consegue viver plenamente assim? Jamais, ou mata um mundo ou mata o outro, ou acaba sem nenhum deles, e depois somente lamenta. Temos que ser verdadeiros, sem maquiagem, sem jeitinhos, sem querer resolver tudo a nossa maneira, pois quem vive de fantasia é a Disney, nosso mundo tem que ser real de pessoas que tem objetivos, que vivam intensamente a realidade, não importa se haverá subidas ou descidas, mas viver com alegria, sem dramas e faz de contas, Deus nos deu uma só vida, então como já diz um ditado: maquiagem demais, não o torna mais belo, mas sim um palhaço mal feito... Viver sem medo, sem culpa, com muita alegria, ter metas, fazer planos e atitudes, sonhar, sozinho ou a dois não importa, mas viva, sorria e tenha sempre DEUS em tudo...
Não consigo não pensar
Enquanto todos dormem ao meu redor
Travestindo rebeldias sem causa
Esperando mudanças por si só...
Os anos passaram rápido demais
E agora os dias são todos iguais,
Como roupas velhas
Numa gaveta empoeirada,
Preservo a inocência
Intestinada na minha alma.
Vou começar com uma prece
Àqueles que ainda se vestem
De sonhos que não envelhecem,
Aos que morrerão velhos
Com alma de jovens,
Sabem que um ideal se sonha acordado,
E que a revolução não é problema
Para a sociedade
É a sociedade que é problema
Para o revolucionário.
Quero romper tua membrana,
Quero adentrar e me alojar entre seus rins.
Em seu útero eu quero estar,
Para nos unirmos pelo cordão umbilical.
Como uma mãe,
Como uma filha,
Como uma cria,
Como um embrião.
Pagar pra ter cultura, saúde e proteção,
Lutar para sobreviver cada dia é um dragão,
Da labuta a penúria a árdua vida da nação,
Tirar da mesa e por na igreja
Esperando salvação.
O choro preso na garganta que inflama,
O grito mudo trancafiado no pulmão,
Colhendo frutos que alimentam a esperança
Como alimentos garimpados no lixão...
Não me defino substancia,
Nem mesmo substrato.
Mas sim, coisa coisificada,
Às vezes, nada nadificado.
Não sei se creio no motor imóvel,
Em demiurgo
Ou que deus esta morto.
Só creio na minha filosofia,
Escrita como poesia,
Como um pensar estético, marginal e torto.
Um cheira cola,
cheirando cola
numa garrafa
de coca cola...
Primeiro mundo,
Terceiro mundo,
eu aqui abismado
no plano de fundo.
O amor
É uma decadência poética,
O fim de toda inspiração.
A última cena da última peça.
Da última ceia,
O último pão.
Categórico,
Faço justiça poética, divina e com as próprias mãos,
Meu pessimismo é de modo grego:
De superação.
Só agora vejo que o Mundo não me cabe,
que não me ajusto e que não tem jeito.
O jeito do Mundo é um mundo sem jeito,
eu bem tento, aceitar e ser aceito,
mas a alma não deixa que eu seja mudo
e o Mundo não se ajusta ao meu jeito.
Meu coração o Mundo não quis
e meu mundo por isso emudeceu.
Eu não sou do jeito do Mundo
e por não ser dono de tudo
o Mundo também não é meu.
É,
O Tempo muda o Mundo,
o molda,
o trai
e eu inútil,
vejo mudo o Mundo e o Tempo
e o quanto de mim, neles sai.
É, o Mundo está sem jeito,
ou de um jeito que já ninguém quer mais!
O Mundo precisa de mim
o mundo precisa de nós,
O mundo precisa de Paz!
ALGO SOBRE A SAUDADE
Saudade é o que se sente - lá - no escuro
quando a última luz se apaga triste.
Saudade é não ter algo que existe,
é sentir n'alma só, um vão murmuro.
Saudade é um perder-se só, consigo.
Saudade é um ir nu que não vai tudo
Porque fica por dentro, fica mudo.
Saudade é não ter-te cá, mas comigo.
Que sangre o arrebol das tardes findas
e jorrem do lembrar lágrimas frias;
É sinal de saudade que quer vindas.
E cante eu cá saudade, dor, lamento,
e cante tu, vontades de regresso,
Cantaremos nós, pois, os bons momentos.