Palhaço
Enquanto o brasileiro não deixar de se comportar como um palhaço aqueles que estimulam este comportamento jamais deixarão de oferecer-lhe um picadeiro e o Brasil permanecerá sendo um grande circo.
No circo da vida, tem dias que o palhaço chora.
Naquela noite fria, as luzes do Circo Solitário brilhavam intensamente, mas a atmosfera estava estranhamente sombria. Felipe, o palhaço, sempre fazia a plateia rir, mas seu sorriso era uma máscara para a tristeza que escondia.
Naquela noite, algo estava diferente. Enquanto se maquiava, Felipe encontrou uma carta misteriosa em seu camarim. "Encontre-me após o espetáculo, ou a verdade será revelada," dizia o bilhete, assinado apenas com um enigmático "A".
Durante a apresentação, a tensão aumentava. Felipe olhava discretamente para o público, procurando por algum sinal do autor da carta. Seus números, normalmente cheios de alegria, tinham um peso diferente. As risadas ecoavam vazias em seus ouvidos.
Após o show, Felipe saiu pelo portão dos fundos e caminhou até o velho carrossel abandonado, onde a carta instruíra. Lá, no meio das sombras, uma figura encapuzada aguardava. "Quem é você?" perguntou Felipe, o coração acelerado.
"Você esqueceu de mim, Felipe?" disse a voz sombria. Quando o capuz caiu, Felipe reconheceu Clara, a trapezista que desaparecera misteriosamente anos atrás. "Você me deixou para morrer naquele acidente. Todos pensam que foi uma tragédia, mas eu sei a verdade."
O pânico tomou conta de Felipe. "Clara, eu... eu pensei que você estava morta! Foi um acidente, eu juro!"
Clara riu amargamente. "Você achou que poderia seguir em frente e esconder seus segredos. Mas o circo da vida não esquece, Felipe. Agora, você vai pagar."
De repente, as luzes do carrossel acenderam, girando em um ritmo frenético. Felipe tentou fugir, mas Clara o puxou para dentro, onde as lembranças do passado o assombravam. As risadas agora eram gritos, os aplausos, ecos de dor.
Naquela noite, o circo descobriu um novo mistério: o palhaço desaparecera, deixando apenas sua maquiagem manchada de lágrimas no velho carrossel. A vingança de Clara se completara, e no circo da vida, o palhaço finalmente chorara.
Palhaço é alegia,
É a alma da plateia,
Palhaço é filosofia,
Ele também é ideia.
O circo sem o palhaço,
É lobo sem alcateia.
Gélson Pessoa
Santo Antônio do Salto da Onça RN
Na minha infância teve circo de lona e palhaços, eu simplesmente amava os palhaços. Mas o palhaço que eu não me esqueço se chamava Pirola, acho que todos eles se chamavam "Pirola".
INCAUTO:
Sob a farsa do palhaço
Que rasga o rosto para outro ato
Rasgo-me o ser...
Na mentira do ator que veste o ato
Que reveste seus atos incautos
Não sou estrangeiro ou brasileiro!
Não sou eu ou você!...
Sou o ato sem atos do artista.
Sou o riso sem siso do palhaço.
Sou o céu dos ateus.
Sou poeta, sou Morfeu.
Sou mito, sou metafisica.
Positivo não sou eu!
Escutei
“Lágrimas do Palhaço”
de Kamau.
Me fiz de aço
homem ferro
que não chora,
lembrei agora
Jesus também chorou
porque amou.
Me faço homem carne,
coração.
Precisei sentir a dor
para entender como funcionava o amor.
A Boca do palhaço
foi montada
na Festa Junina,
É só questão
de fé e de mira
como em alguns
momentos
pedidos na vida,
Com disposição
tudo se realiza.
“Quando o administrador do circo é mal humorado, nenhum palhaço consegue fazer o espectador sorrir.”