Palco
Meus passos em andanças variadas,
alguns aqui e outros bem mais acolá,
levam-me a observar discrepâncias
que a vida sempre tece sem parar
Pessoas falando de grandes amores,
outras querendo a bondade exaltar,
algumas impondo-nos suas flores
sem no entanto de nenhuma cuidar
Noto a grande e urgente necessidade
de estar sempre num palco para aparecer
numa mostra de sua interior realidade,
são inseguras, fazem isso para não sofrer
Quando temos certeza de quem nos vê no secreto, não precisamos nos preocupar com o olhar da platéia. O autor da vida a nos observar é suficiente!
"- Ela era impressionante. Para fazer o garoto de "Pega Fogo" enfaixava a região dos seios com tiras largas de esparadrapos. Depois de uma semana de representação, a pele saiu e ficou a carne viva. Ela teve de se enfaixar com tiras de pano. Cacilda sempre fez esses sacrifícios. Quando montamos "Maria Stuart" sofreu dores nos rins porque a roupa era pesada demais e a peça durava 3 horas e 15 minutos. Aos sábados fazia três sessões e, no domingo, duas. Exauria-se de cansaço. Representou "Arsênico e Alfazema" gravida de sete a oito meses. Esta é a Cacilda Becker que conheço há quase trinta anos".
“O que eu acho que dei ao teatro brasileiro, quando eu apareci, foi um repertório diferente do que se representava, e o amor pelo teatro”.
"Lembro-me dela, uma moça que não comia, tinha a fragilidade de uma flor de estufa. Alimentava-se com um ovo cru e um pedaço de carne. Chegou a pesar 42 quilos. Ela nos preocupava. A Cacilda Becker que todos conheceram nos últimos anos era robusta perto daquela mocinha que conheci. Mas ela tinha a dedicação mais absoluta ao teatro, ao fenômeno de teatro, ao amor do teatro."
E mais uma vez ela entra em seu quarto escuro e não quer saber de abrir cortinas.
Da última vez em que uma se abriu pra ela, foi num palco de lembranças cinzentas.
Passos De Bailarina!
Quero
que entre em
meu coração
com passos de
bailarina!
Quero que ele seja
o palco da sua
inspiração.
Dos seus passos
mais bonitos.
Da sua melhor
coreografia,
nesse nosso
momento de amor!
CALAR A VOZ
SENTIR NO PEITO O AMAR
VER VOCÊ SORRIR
E BRINCAR
VER VOCÊ SORRIR
E ME AMAR
EU AMO VOCÊ
SEI QUE VOCÊ
UM DIA VAI TRILHAR
OS TRILHOS DO AMOR
E SE DESCOBRIRÁ
NÃO DEIXE DE SORRIR
E DE BRINCAR
NÃO DEIXE DE AMAR
VOCÊ ME TEM
EU AMO , VOCÊ !!!
AMORES VÊM E VÃO
AMORES VÊM,AMORES VÃO
AMORES SÃO TÃO FRÁGEIS
QUANDO VÃO DEIXAM SAUDADES
UM DIA EU VOU ME LEMBRAR
QUE TENTAR ESQUECER DE TUDO
É AMAR.É AMAR
EU SÓ QUERO AMAR
EU SÓ QUERO SONHAR
EU SÓ QUERO,TE AMAR
EU VI VOCÊ E ME PERDI
EU TÃO DISTANTE DE MIM
NÃO CONSIGO REAGIR
AS FRASES EM INGLÊS
OS DISCOS DE LOVE SONG
OS BILHETINHOS DE AMOR
OUTRO DIA OS ENCONTREI
E NA MINHA MEMORIA
TUDO VOLTOU
AO QUE ERA ANTES
É que às vezes o amor toca uma canção tão suave dentro de mim, que tenho a impressão que o mundo virou um palco de luz, iluminando o caminho dos amantes, guiando os desejos dos apaixonados e enfeitando o coração dos eternos namorados. E lá estou eu tocando, cantando e tendo o amor como pretexto de ser e viver pra você... Por você!
DESAJUSTADO SOCIAL
Eu rabisquei seu nome dentro de um coração
Num beco sujo da cidade
Mas me assustei e ocultei essa paixão
Num segredo com sete chaves
E de bem longe eu te vejo e explodo de emoção
Furtando meu mundo perfeito, assim como ladrão
Eu fico louco de desejo ,estranha sensação
De ver você,em meio a sombras geométricas
E eu me atirei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril
E eu bem sei,até certo ponto"cê" tinha razão
Eu não me ajusto a sociedade
Um zé ninguém que sem trabalho vive num porão
Aos trinta e cinco de idade
Mas me conheço e me respeito com a mesma proporção
Do amor que eu sinto em meu peito e escrevo essa canção
E fecho os olhos quando canto em meio a multidão
Vejo você...naquela noite ela não estava não .
E eu me atirei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril
Não existe algo que me pertença, nada que se ostenta
Só um punhado de poemas e meu violão
Também não sou do tipo de homem que pensa
Que possa valer a pena, uma mulher que se compra...
Até sonhei com a gente de mão dada no centrão
Vem da minha vida fazer parte
Mas acordei com a saliva fria num balcão
Foi tudo um simples disparate
O advento da poesia traz transformação
Com três acordes e a essência ensaio o meu refrão
E as luzes do palco da vida afastam a escuridão
Vejo você, num dia claro e lindo de verão
E não mais andei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril.
O ator de teatro é como um Deus. O seu poder de representação está no grau do frio na barriga, mesmo sabendo que não a fará igual a cada apresentação; é o que o torna onisciente do texto, onipresente no palco e onipotente à plateia.
Ao invés de atuRar o mundo, passe a atuar no mundo.
Você vai perceber o peso do R que carregava nas costas sem necessidade.
O mundo é um palco. Divirta - se!
Teatro da noite
Teatro da noite apresenta:
Ela vai chegando
No tic-tac do relógio
Vai se aproximando.
Agora sim
Luzes apagadas!
No palco?
Frias e tristes estradas.
Vazias e empoeiradas.
Apenas soluços ecoam
O que tem para além da estrada
exceto o dia e a noite que vem?
O que tem?
O que tem para calar o soluço da noite que vem?
No teatro da noite.
No palco da vida.
A noite mostra as feridas
Do amor que não tem.
No teatro da noite
No palco da vida
Estradas se cruzam
Soluços se misturam
Abre-se às cortinas
É o espetáculo da vida fazendo amor
Fecundando dia e noite.
Lavando a dor.
21/01/14