Palco
"- Ela era impressionante. Para fazer o garoto de "Pega Fogo" enfaixava a região dos seios com tiras largas de esparadrapos. Depois de uma semana de representação, a pele saiu e ficou a carne viva. Ela teve de se enfaixar com tiras de pano. Cacilda sempre fez esses sacrifícios. Quando montamos "Maria Stuart" sofreu dores nos rins porque a roupa era pesada demais e a peça durava 3 horas e 15 minutos. Aos sábados fazia três sessões e, no domingo, duas. Exauria-se de cansaço. Representou "Arsênico e Alfazema" gravida de sete a oito meses. Esta é a Cacilda Becker que conheço há quase trinta anos".
“O que eu acho que dei ao teatro brasileiro, quando eu apareci, foi um repertório diferente do que se representava, e o amor pelo teatro”.
"Lembro-me dela, uma moça que não comia, tinha a fragilidade de uma flor de estufa. Alimentava-se com um ovo cru e um pedaço de carne. Chegou a pesar 42 quilos. Ela nos preocupava. A Cacilda Becker que todos conheceram nos últimos anos era robusta perto daquela mocinha que conheci. Mas ela tinha a dedicação mais absoluta ao teatro, ao fenômeno de teatro, ao amor do teatro."
O ator de teatro é como um Deus. O seu poder de representação está no grau do frio na barriga, mesmo sabendo que não a fará igual a cada apresentação; é o que o torna onisciente do texto, onipresente no palco e onipotente à plateia.
DESAJUSTADO SOCIAL
Eu rabisquei seu nome dentro de um coração
Num beco sujo da cidade
Mas me assustei e ocultei essa paixão
Num segredo com sete chaves
E de bem longe eu te vejo e explodo de emoção
Furtando meu mundo perfeito, assim como ladrão
Eu fico louco de desejo ,estranha sensação
De ver você,em meio a sombras geométricas
E eu me atirei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril
E eu bem sei,até certo ponto"cê" tinha razão
Eu não me ajusto a sociedade
Um zé ninguém que sem trabalho vive num porão
Aos trinta e cinco de idade
Mas me conheço e me respeito com a mesma proporção
Do amor que eu sinto em meu peito e escrevo essa canção
E fecho os olhos quando canto em meio a multidão
Vejo você...naquela noite ela não estava não .
E eu me atirei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril
Não existe algo que me pertença, nada que se ostenta
Só um punhado de poemas e meu violão
Também não sou do tipo de homem que pensa
Que possa valer a pena, uma mulher que se compra...
Até sonhei com a gente de mão dada no centrão
Vem da minha vida fazer parte
Mas acordei com a saliva fria num balcão
Foi tudo um simples disparate
O advento da poesia traz transformação
Com três acordes e a essência ensaio o meu refrão
E as luzes do palco da vida afastam a escuridão
Vejo você, num dia claro e lindo de verão
E não mais andei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril.
É que às vezes o amor toca uma canção tão suave dentro de mim, que tenho a impressão que o mundo virou um palco de luz, iluminando o caminho dos amantes, guiando os desejos dos apaixonados e enfeitando o coração dos eternos namorados. E lá estou eu tocando, cantando e tendo o amor como pretexto de ser e viver pra você... Por você!
Ao invés de atuRar o mundo, passe a atuar no mundo.
Você vai perceber o peso do R que carregava nas costas sem necessidade.
O mundo é um palco. Divirta - se!
E mais uma vez ela entra em seu quarto escuro e não quer saber de abrir cortinas.
Da última vez em que uma se abriu pra ela, foi num palco de lembranças cinzentas.
Teatro da noite
Teatro da noite apresenta:
Ela vai chegando
No tic-tac do relógio
Vai se aproximando.
Agora sim
Luzes apagadas!
No palco?
Frias e tristes estradas.
Vazias e empoeiradas.
Apenas soluços ecoam
O que tem para além da estrada
exceto o dia e a noite que vem?
O que tem?
O que tem para calar o soluço da noite que vem?
No teatro da noite.
No palco da vida.
A noite mostra as feridas
Do amor que não tem.
No teatro da noite
No palco da vida
Estradas se cruzam
Soluços se misturam
Abre-se às cortinas
É o espetáculo da vida fazendo amor
Fecundando dia e noite.
Lavando a dor.
21/01/14
Domino a platéia, provoco lágrimas de alegria e sou recompensado com aplausos. Às vezes, somente às vezes, me dou conta de que aprendi a fazer as pessoas sorrirem. Qual platéia me ensinará a sorrir?
A vida não é nada além de uma
sombra que anda, um pobre ator que
pavoneia e lamuria seu instante
no palco e depois não é mais ouvido:
é um conto contado por um idiota,
cheio de som e fúria, significando nada.
A vida oque dizer sobre ela? Só tenho a agradecer por tudo até mesmo aquilo que não deu certo e o que deu que a vida continue sendo esse grande palco de teatro, você escolhe o papel sim, mas o choro não pode ficar de fora nem mesmo o cair, até porque um "espetáculo" onde tudo da certo sempre não se torna um espetáculo você decidi oque quer fazer do seu palco brinque mais sorria mais expresse mais seus sentimentos seja feliz o resto vem.
Estou cansado
Estou estafado
Estou no precipício
Estou diante da ribanceira
Fico me olhando de dentro para fora
Fico remoendo o que passou
Fico cada vez mais longe de mim
Olho para os outros e vejo um espelho
Meus olhos estão vendados
Minha alma se escureceu
Não há luz
Derrepente tudo muda
Cansei de ser a luz
Vejo tristeza no olhar das pessoas
Elas representa ser o que não são
Palco da vida sem plateia
Não há aplausos, pura dramaturgia
Me sobrou o canarim
Se volto para o espelho
E percebi que era apenas um espetáculo
Agora tem sequência
Troco o texto, troco o cenário
E volto em cena
E grito nada me cala diante dos tolos
Eu sou meu universo
Sou aquilo que te inveja
Aquilo que te incomoda
Mas agora tem gente sentado
Esperando eu entrar em cena
Mas apenas digo
A vida é apenas uma peça de teatro
Somos os protagonista da nossa própria história.
Fim...
Prefiro mesmo os artistas, não somente aqueles ditos excêntricos e precursores de verdades, por ora, ultrajadas. Falo dos artistas entusiastas, de almas coloridas que assopram suas feridas, e saem por aí em busca de seus sonhos. Mães e pais de família, que dão um duro danado e que, se sentem felizes por nada. Alguns, nem mesmo sabem que possuem tudo, o mundo em suas mãos.
Gente desmedida, que acolhe um animal ferido, e que abraça desconhecidos com tanta ternura que lhes salvam o dia.
Artistas que sorriem com os olhos, que seguram gargalhadas inapropriadas e que choram de saudade, medo e dor.
Pessoas de humor leve, de palavras sem sentido e de coração livre de grandes pesares, mesmo que a vida os tenha, por vezes, sido cruel.
Artistas de ponto de ônibus, de corredores de hospital, de filas intermináveis, daqueles que possuem gavetas cheias de contas, mas que no coração, sempre caberá algo novo e bom.
Só os verdadeiros artistas acreditam na vida, e nas cores que ela possui. E por sorte, a vida é um palco, repleto de impagáveis atores.
Prontos para o espetáculo, a cada novo dia!
Saudade é um violino preso no peito, vibrando as cordas numa canção que sufoca, mas a queremos tocar e reviver em cada nota o que se passou no palco de nossa vida.