Palco
Trabalho com teatro, mas não vivo fazendo teatro. Minhas máscaras deixo-as no palco. Se há uma coisa que não sei ser, é falso!
A vida é um palco, o espetáculo da vida está rolando, mas o que acontece quando as cortinas se fecham e tudo acaba? Será que seremos aplaudidos de pé ou só mais algo a ser esquecido?
Já resisti tanto impacto, apreciei flores
em cactos, já subi em palco, sem medo,
sem plateia ou sem aplauso...
Enxergava-se um fim, do nada, apagaram-se as luzes que iluminavam alma, ser e palco. Acabaram todos os ensaios, as quedas bruscas e recomeços doídos. Era o fim, não que eu possa dizer muito, eu estava meio embriagada de solidão, mas não negava outra dose de tortura por ser deixada para trás, virava de vez, como se fosse água, e foi aí, que as luzes findaram. As pessoas se foram, e eu sobrei, sentada ali comigo mesma, pensando o que havia feito pra tamanha confusão, bem, não sei, mas era inegável que todo o espetáculo havia perdido cor e sentido. E toda aquela roupa vermelha que gritava paixão e vibrava o sangue, tornou-se cinza como um dia nublado em pleno verão. E eu? Ah, bom, eu não soube reagir aquilo tudo, fui surpreendida pelo adeus, justo quando precisava que todos ficassem, e me olhassem, sentissem, observassem, me lessem, e ah! Chega! Eu o aceito, mas não estou preparada pra o fim do show, essa é a hora, que pego a solidão pelo braço e digo como se não estivesse me machucando, "topa essa música?" E danço rodopiando pra lá e pra cá, aos poucos vou ficando tonta, tudo vai girando, e eu vou caindo delicadamente até o show acabar. Eu danço com a minha dor e aceito a culpa em minhas costas, pois a plateia não paga pelos sentimentos, paga pelo espetáculo. Já era tempo, mas eu sempre odiei os fins.
"Se for para passar vergonha falando do que não sei, então me coloquem no palco central onde ninguém quer ficar".
Palco...
Onde nascemos como elenco
Corremos de um lado ao outro
Dançamos e falamos alto
Choramos ou rimos às vezes
Pretendemos e atuamos
Convencemos ou perdemos
Acreditamos e prometemos
Damos e recebemos
Onde amamos
Criamos laços e deslaços
Construímos nossos sonhos
Aprendemos e ensinamos
Caímos e levantamos
Invejamos e inspiramos
Crescemos e aperfeiçoamos
Vivenciamos e experimentamos e
Onde morremos como expectadores
da vida...
Não tenha pressa para encontrar a sua paz no palco da vida. Algumas vezes é preciso silenciar o roteiro e sair de cena para esperar que a sabedoria do tempo termine o espetáculo e recomece outro melhor.
No palco da vida seja você o ator principal da sua própria existência. Deixe os bastidores, assuma suas responsabilidades, suba ao palco para a hora da verdade, não tenha medo de errar e saiba que o cenário da sua peça é você que cria e no seu elenco atuam os coadjuvantes que você quer.
A DANÇARINA
No palco da formosura
Tu dançavas sutilmente,
A plateia intensamente
Te aplaudia com fervura!
E eu, à beira da loucura,
Tal e qual aquela gente,
Vibrava, incessantemente,
Com tua desenvoltura!
Mas o tempo, alheio a tudo,
Foi passando livre e mudo,
Te roubando a energia...
Hoje brilha a tua dança
Só no palco da lembrança,
Sem plateia e euforia!.
"No palco da vida todos somos iguais não há reis nem súditos,intelectuais ou iletrados todos não passamos de simples mortais"
A gente vive num palco das incertezas. Não existe verdade absoluta. A gente deve carregar em si as evidências que motivam para aprender e agir com boa convivência. Com todas hipóteses da ação e de evidência, a gente descobre a consequência do bem-estar.
Realidade
A realidade é vazia ... tremula, horrível
um palco de teatro, de horror, de beleza, de bravura
de guerreiros inflamado pelo ego, pela angustia, pela perda
a realidade é cega, limitada, podre
a realidade nos prende, nos suga, nos vomita
a realidade é um inferno, do qual é dito no céu...
a realidade é um monstro, um desperdício, a realidade não nos
toca, não nos alimenta, não nos socorre
a realidade é como a caixa de pandora
a realidade nos assusta, nos borbulha, nos cala!
a realidade nos mata! a realidade é o tempo...
é a entrada e a chegada.
Jovens são como atores principiantes subindo pela primeira vez num palco, podem ter todo o talento do mundo mas não têm a experiência dos aplausos nem a decepção das vaias.
Velhos não decoram o papel eles representam a realidade.
Sou
o que quero
e onde quero
Meu palco
é a vida
Dela faço brotar
o prazer de ser
o que quero ser
onde quero ser
Ser viva
vivendo a vida
A vida é um grande espetáculo. Neste palco somos múltiplos: atuamos como artista, como pessoa, como amiga, como mãe ou pai, como profissional, e muitas vezes temos que interpretar um papel que não é bem aquilo que sentimos, mas temos que contracenar para o bem dos nossos pares. Sorrimos quando, na verdade, queremos chorar. Silenciamos quando o que mais nos machuca quer gritar. Brincamos quando queremos disfarçar. Passamos segurança e pensam que somos fortes. Sofremos e não demonstramos, Sentimos saudades e fingimos nostalgia. Choramos pelo ontem, nos preocupamos com o amanhã, mas falamos que o que vale é o hoje. Enfim, amamos, mas nem sempre podemos demonstrar mesmo sem este espetáculo se iniciar.
Não precisamos de aplausos. Se pudermos ser reconhecidos nos corações das pessoas já será para nós uma grande glória.
No palco da vida para alcançar os nossos sonhos e realizações, não existem fórmulas, segredos ou técnicas. O que existe é apenas um processo de práticas contínuas de metas e ações, para gerar resultados reais e escrever nossa própria história.