Palavra Sábia
Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates… Apague minhas interrogações.
Desde então, porém, eu havia mudado tanto, quem sabe agora já estava pronta para o verdadeiro era uma vez!
Ainda bem que algumas coisas salvam a gente. Sabe, sempre tem algo que salva a gente. E se não tiver, invente. A minha regra é clara: volta e meia preciso fugir do mundo real, não por maluquice ou coisa parecida, é por pura sobrevivência.
Você sabe que vai ser sempre assim. Que essa queda não é a última. Que muitas vezes você vai cair e hesitar no levantar-se, até uma próxima queda. Prefere jogar-se numa atitude que seria teatral, não fosse verdadeira, sentir os espinhos rasgando carne, as pedras entrando no corpo, o rosto espatifado contra o fim desconhecido. Precisa ir até o fundo.
Eu só estou perdida e não consigo mandar nenhum S.O.S., ninguém sabe onde estou, largaram meu corpo em cima dessa cama e ninguém me procura.
O que deve fazer alguém que não sabe o que fazer de si?
Você me convida pra almoçar no restaurante onde terminamos e, porque sabe ser piadista exatamente do jeito que combina comigo, explica detalhadamente onde é o lugar como se eu não lembrasse dele todos os dias.
Nós dois sabemos que estamos à soleira de uma porta aberta a uma vida nova. É a porta, Lóri. E sabemos que só a morte de um de nós há de nos separar. Não, Lóri, não vai ser uma vida fácil. Mas é uma vida nova.
Tornamo-nos esfinges, ainda que falsas, até chegarmos ao ponto de já não sabermos quem somos. Porque, de resto, nós o que somos é esfinges falsas e não sabemos o que somos realmente.
Como é bom!
Como é bom ser importante na vida de alguém!
Como é bom saber a resposta para essa dúvida,
como é bom ter um pão para dividir,
como é bom oferecer a nossa capa para vestir quem precisar,
como é bom saber perdoar, seguir livre de rancores,
como é bom ouvir e aprender, falar e ser compreendido,
como é bom ser aquele com quem alguém vai poder conversar,
como é poder desabafar, ter alguém para encostar no ombro…
Como é bom ter esperança no dia que acaba de nascer,
como é bom deitar e simplesmente dormir,
como é bom ter uma mão para segurar, ainda que em silêncio,
como é bom ser referência do bem, ponto de equilíbrio,
ser aquele que alguém pode contar…
Como é bom ter um abraço guardado e entregá-lo todos os dias!
Como é bom ser educado e não ferir ninguém,
como é bom saber agradecer e distribuir gentilezas.
Descobrir no simples, a perfeição divina,
ser grande, sendo o menor de todos,
ser o primeiro, sendo o último da fila,
ser um bom pai, por ter sido um bom filho,
ser exemplo de algo bom, motivo de orgulho de alguém,
ser o reflexo da alegria, ponto de referência de Deus,
onde Ele pode mostrar a sua obra sem palavras.
Descobrir na alegria de ser o que somos:
como é bom ser importante na vida de alguém!
Não quero mais procurar saber seus motivos. Só quero me curar dessa dor. Quando ela passar poderei olhar para trás sem mágoa.
Se tem alguém que me faz bem, esse alguém é você. Se tem alguém que sabe me fazer sorrir, esse alguém é você. E sabe o melhor de tudo? É que eu te conheci por acaso. E o acaso nos traz as melhores pessoas.
É preciso ter sabedoria para perceber
quando as coisas não são o que parecem
e quando elas são exatamente o que parecem ser.
Tenho contra mim as pessoas dotadas de opiniões – quer dizer, as pessoas que se confundem com as opiniões que lhes ocorrem; as pessoas dotadas de convicções e fés.
Mas eu me distingo das minhas, e isso é quase o que me define. Sou aquele que não é / não sou / o que lhe ocorre.
Quem acompanha o trabalho do Cirque du Soleil sabe o que pode esperar, mas nunca deixará de se surpreender: a turma sempre dá mais do que promete. Se pela tevê já encanta, ao vivo arrebata.
não quero saber quantas namoradas
que eu não descobri
silêncios e desvios que não percebi
nem quero saber
sobre aquele fim de semana que não te vi
do teu pouco caso com o meu sofrimento
de nenhum movimento a meu favor
de nenhum amor que eu me lembre
não quero saber
quantas mentiras pra me acalmar
quantos mares a navegar sem mim
que fim deram aqueles retratos
se aquele abraço era mesmo assim
não quero saber
quantos meses você me deixou
a delirar e quantos presentes me deu
sem escolher e quantos beijos foram dados
por dar
não quero saber dos requintes
de crueldade nem do momento
fatal
o que não se sabe
não faz mal