Palavra Sábia
Salvando o mundo
Você não pode acolher todas as pessoas em teus braços. Não pode desejar salvar o mundo sozinho. E também não pode ater-se em tentar salvar uma pessoa todas às vezes que ela quiser colocar a mão no fogo.
Algumas pessoas só aprendem quando se queimam, e neste momento aprendem a desviarem-se do fogo sozinhas, sem ser necessário que te preocupes com elas.
Claro, que é muito bom ajudar as pessoas, mas nos incêndios que assolam nosso mundo, nossas vidas, deixar que cada um faça a sua parte implica em deixar que cada um cuide de si, também.
Alguém precisa ser capaz de levantar para permitir que você possa estender a mão a outro, e à medida que as pessoas vão levantando, você deixa de ter uma preocupação para ganhar um aliado.
Existem três coroas: a coroa da sabedoria, a coroa do sacerdócio e a coroa da realeza. Mas a coroa de uma boa reputação excede todas essas.
A ciência tira a sabedoria das pessoas e costuma convertê-las em fantasmas carregados de conhecimentos.
Com a mente seca e a cabeça ébria / Acabado, mas sem saber acabar, / Morreu esperando viver / e viveu esperando morrer.
Educação não é o quanto você tem guardado na memória, nem mesmo o quanto você sabe. É ser capaz de diferenciar entre o que você sabe e o que você não sabe.
A educação é inimiga da sabedoria, porque a educação torna necessárias muitas coisas das quais, para sermos sábios, nos deveríamos ver livres.
A sabedoria é a forma mais dura e mais condensada do ardor, a parcela de ouro nascida do fogo e não da cinza.
Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe. Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos. Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade. Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! - Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo. A vida é só isto?
As amoras
O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Saber viver com os homens é uma arte de tanta dificuldade que muita gente morre sem a ter compreendido.
Não penses que a sabedoria é feita do que se acumulou. Porque ela é feita apenas do que resta depois do que se deitou fora.
A inexperiência é o que permite a um jovem fazer aquilo que um homem mais velho sabe que é impossível.