Paisagem poema
►Vila Rica
Rejuvenesça, linda, cresça
Sorria, sem sutileza, à vida
Veja, sem importunos, sem mentiras
Paisagens, avenidas, colinas e jazidas
Minas, seja muito bem-vinda a minha vila querida
Visite a outrora Vila Rica, suba algumas ruas
Vire algumas esquinas, colonial será a sua vista
Eis meu mundo, de seixos ao chão,
E musas exalando beleza e paixão.
.
Tire algumas horas para contemplar
Um cafezinho na varanda, apreciando o Sol chegar
Não se desespere se ele atrasar, logo, logo acordará
Atente-se aos raios se repousando sobre os rios a frente
Guarde na mente a imagem bela da natureza
Aprecie, sem ambições, sua pureza.
.
O badalar adentrando o coração da montanha surpreende
A antiga locomotiva ainda queima o carvão, que estremece
Ferve calorento, arde e se liberta com o vapor, a fumaça
E, logo que o novo dia amanhece,
A viagem logo estará te levando para casa
Jamais se permita esquecer da modesta vila
Aquela, hoje tanto te fascina
Mas, volte algum dia para cá,
Para Vila Rica.
A lua borda em suave luz
sobre as paisagens e quintais,
à uma reflexão nos conduz
- que esta noite seja de paz
Vá e acredite
na força que
mora dentro de ti!
Faça com que a escuridão
dê as mãos à luz
e transforme sua vida
num linda paisagem,
nunca antes vista!
Tu és minha!
Não de uma forma possessiva e patrimonial, mas de uma forma sublime como a alvorada ou o pôr do sol que foram criados para estar no seu devido lugar para serem vistos, admirados e sentidos. Eu tenho uma vantagem, posso tocá-la! Se todas as pessoas te olham da forma como te vejo, então compreendem o porquê respiro fundo e fecho os olhos.
Tu és minha por que o teu sorriso me serve como guia e a tua tristeza me leva a te dar colo.
Tu és minha por que o teu olhar transparece o desejo e me convoca a estar perto.
Tu és minha por que o teu abraço tem o encaixe perfeito e me atrai para ouvir o seu coração.
Tu és minha por que o teu beijo faz parar o tempo e o teu corpo me leva trilhar pelas mais belas paisagens.
Tu és minha e saibas que a te pertenço.
Azul
A distância impassível
que separa nosso olhar;
o destino, previsível,
que insiste em separar.
improvável impossível
um encontro indescritível
o azul do céu no mar...
Em um céu vasto e tranquilo
se levanta para o novo
um bater de asas suave.
Acompanha outro voo,
delicada e humilde ave...
É teu canto que entoo
o teu som, em mim, ecoo
delicada e humilde, Ave!
Diante de uma janela
com grades na frente,
penso numa liberdade reprimida,
onde, pelo menos, é possível
apreciar a paisagem
enquanto a necessidade de voar
não é, finalmente, suprida.
Rua do Outono
É lindo como o tempo
Se revela pela natureza
Ao agitarem-se ao vento
As folhas coloridas dos pinheiros
Verdes, laranjas e amarelas
Caem pontuais na estação certa.
Relógio divino do contar dos anos
Tempo que passa sem nos avisar
Nisso vestem-se as canaletas
Povoadas de pessoas felizes
Que se fotografam na alegria plena
De assim comemorar o renascer
De mais uma vez o despontar
Um novo outubro da vida se viver.
Jorge Jacinto da Silva Junior.
Apêndice
§
Um simples fio de beleza, excede minha casa;
constrange-me, o clamor da arte
A paisagem é meu poema.
A linda tarde pede calma,
mas ela é a própria
que assim veste -se,
entra n`alma provocando
admiração e prece
Cenário simples, muito agradável, abrilhantado por uma serenidade rica, romântica, uma beleza que naturalmente se destaca, avivando ainda mais a rara simplicidade através da sua doçura e a veemência fascinante da sua alma.
Faço de bom grado esta interpretação lúdica que denota a tua importância que traz tanto significado, pois adoças com a tua emoção, és um raio de sol em um dia nublado, existe muito amor no teu coração que torna cada ocasião memorável.
Até mesmo em um fim de tarde com o pôr do sol se aproximando, tens facilmente o destaque e em pouco tempo, passas a pertencer a uma linda e calorosa paisagem, a arte celeste somada a uma mulher amável e sua tamanha graciosidade.
Vem a leve chuvinha,
cai devagar em doce prece,
a natureza se esbalda
e verdejando agradece...
Pingos, pingos, pinguinhos,
chuva calma e persistente,
que devagar, bem de mansinho,
é para todos um grande presente
Janelas
Sou feita de vidro
Vidro, composto de areia
Como verá o lado de fora,
Sem uma janela?
Abro-me, fecho-me
Todos passam por mim
Fecho e abro
Vêm a paisagem
Eu abro e fecho
O ar precisa circular
Sou necessária
Pra proteger da chuva
Existo em todo prédio
Alguns para decoração
Eu faço o ar circular
Transparente pra ver a paisagem.
Início da Primavera
Hoje começa a primavera
A estação de todas as cores
Que contemplamos o desabrochar das flores
Essa estação é muito linda
Tudo parece ganhar vida
A paisagem é bem colorida
Vamos aproveitar cada dia
O sol está presente para completar a beleza
Vamos observar cada detalhe dessa nossa natuteza
OBRA DE ARTE
A beleza do Nordeste
nem parece que é real,
é como obra de arte,
uma peça escultural.
O que vemos é paisagem?
Ou será uma miragem?
Um encanto surreal.
Quando penso em quanta beleza Deus criou, em quanta alegria espalhou; Céu e Terra Ele fez!
Grandiosa obra!
Magnífica perfeição!
Como Deus é bom em cada tempo da Criação!
Deus é Belo em cada ilustração que ele retocou na paisagem, seja ela física, humana, emocional!
O homem pode criar belezas sem fim
Mas só Deus é capaz de criar emoções, sentimentos, vibrações
E colocar tudo na tela da vida,
De cada minuto que passa e vamos construindo coisas, objetos, seres…
Tudo obra de Tuas Mãos!
Ó Perfeita Criação!
Ó Perfeito Deus, Único, Senhor, Amado, Eterno…
Vou tentar pintar a tela dos meus sentimentos
Das minhas orações
Das minhas conversas com Deus!
[…]
Então quero que você venha para deitar comigo no meu quarto novo, para ver minha paisagem além da janela, que agora é outra, quero inaugurar meu novo estar-dentro-de-mim ao teu lado, aqui, sob este teto curvo e quebrado, entre estas paredes cobertas de guirlandas de rosas desbotadas. Vem para que eu possa acender incenso do nepal, velas da suécia na beirada da janela, fechar charros de haxixe marroquino, abrir armários, mostrar fotografias, contar dos meus muitos ou poucos passados, futuros, possíveis ou presentes impossíveis. Dos meus muitos ou nenhuns eus. Vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro com kol, salpicar tua cara com purpurina dourada, rezar, gritar, cantar, fazer qualquer coisa, desde que você venha, para que meu coração não permaneça esse poço frio sem lua refletida. Porque nada mais sou além de chamar você agora, porque não tenho medo e não estou sozinho, porque não, porque sim, vem e me leva outra vez para aquele país distante onde as coisas eram tão reais e um pouco assustadoras dentro da sua ameaça constante, mas onde existe um verde imaginado, encantado, perdido. Vem, então, e me leva de volta para o lado de lá do oceano de onde viemos os dois.
Não é o poeta que faz a poesia, ela é quem o faz. Apesar dos pesares - em todo momento bom ou ruim - ela está junto a ele, num laço apertado envolvendo sua alma que não consegue calar.