Paisagem
A vida é como uma janela: Através dela vemos uma paisagem e vemos como ela é bela, porém quando nos distraimos, sem querer nossa respiração "embaça" essa janela fazendo com que mude nossa percepção. Não deixe que suas ações embacem a vida! Viva ela intensamente!
Ela é tão linda... que rouba toda a cena da paisagem e de tudo à sua volta. O que era para ser belo... acaba passando despercebido. És a perfeição perfeita da beleza. Maravilhosa e hipnotizante. Imagem que provoca arrepios... e pensamentos que insistem em vagar deliciosamente rendidos diante das curvas tentadoras de uma deusa exuberantemente belíssima e apaixonante...!
Sem paisagem externa e nessa introspecção aparente, cai a noite nesse momento que repentinamente se fez presente... alma que agradece e suspira feliz e amanhã outro amanhecer acontece...
O tempo que confere voz e ritmo à natureza, silenciou a paisagem urbana.
“Ouvir o ruído das pinceladas nas paredes envelhecidas” - talvez nossos sentidos só consigam perceber o passar do tempo através das camadas de tinta – a jornada do olhar, a arte percorrendo passado/criação, presente/percepção e futuro/imaginação.
Olhar, fotografar, editar, criar, expor. O processo percorre o tempo.
O olhar que atravessa a lente, frágil sentido humano, deseja enxergar através das paredes, mas não o faz, adota um critério oposto ao usual: em vez de conceber a arte com elementos da realidade em termos de imaginação, revive a realidade como se fosse arte. O processo percorre o tempo.
O tempo como contexto da constância, os blocos de concreto, a imobilidade ao ver o tempo passar, a intransponibilidade das portas e janelas que detém o controle entre o transparente e as várias camadas de imaginação. Um novo olhar e o processo percorre o tempo.
Atravessar o pensamento, sem mecanismos, sem previsões, a imaginação do artista ao retratar o momento, e mesmo o planejamento que determina a precisão do clique. O processo percorre o tempo.
Por um momento, pensei num filme no cinema, que é composto de uma sequência de imagens paradas. Mas porque são projetadas sucessivamente em alta velocidade, temos a impressão de movimento contínuo.
O tempo passa ou o processo percorre o tempo.
Sempre tive a estranha sensação de que o tempo não passa, nós é que passamos, nos movimentamos.
A sensação de que o tempo foi mais uma dessas grandezas filosóficas criadas para preencher o espaço, outro gigante inexplicável e infinito.
Platão disse que o tempo passava, o infinito não.
Afinal, não fomos nós que criamos o tempo, para medir algo imensurável? Criamos divisões, espaços direções, como criamos uma bússola, Norte, sul, leste e oeste não são infinitos se desconsiderarmos limites?
Seria o tempo a bússola do infinito?
Por um momento então imaginei meu próprio corpo, que depois de ganhar camadas de tinta, num processo chamado passado, passa a perdê-las, entre o presente que já se foi ao piscar dos olhos, e um futuro que nunca chega, porque quando chega é o fim, para então ser o recomeço.
Perdendo camadas de tinta, talvez exponho minha história, como os edifícios contam pelo que passaram ao se deteriorarem. Camadas e camadas de tinta, e percebo que de concreto só que o que foi vivido, e de incerto as questões que esse pincelar, pictorizar, desencadeiam na imaginação. A imaginação, é afinal, o futuro. O processo percorre o tempo.
A fotografia, como arte, é a nova chance da paisagem, o recomeço. Norte e sul podem ser infinitos, se servirem apenas para apontar a direção e não para definir onde chegar. O tempo, bússola do infinito aponta a velocidade, não o fim. O processo percorre o tempo.
Janela
Paisagem distante
Tem coisas que não dá
Pra enxergar ou definir
Espaço e tempo
Prenúncio de tempestade
Um buraco no Céu
O Sol ainda arde
Mas agora é tarde
Difícil
Segundo a segundo
O dia escurece
Não se pode dizer
Quando a chuva cai
Mas é fácil dizer que ela vem
Janela aberta
Paisagem distante
Nada ou ninguém
Calado
Penso no passado
Tem dias que tudo passou
Eu murmuro uma oração
Ela há de ecoar pra sempre
A janela se fecha
Deserto por dentro e por fora
Agora só me resta uma certeza
Fechou-se a janela certa
A tarde parecia tão morna
Noite morta
Esquecida eternamente
Essa sensação parece boa
Somente a oração
Que no silêncio ecoa.
Edson Ricardo Paiva.
PEREGRINO
A semear
poesia
sob
a paisagem
azul,
tornei-me
um
peregrino
e bendigo
a luz
que tece
o fulgor
de cada
dia.
PAISAGEM...
Seios ao sol,
De cócoras,
Molhadas,
Batendo roupas,
Extendendo ao sol,
Crianças semi-nuas,
Banhando nas turbulencias
Das águas,
Da vida,
Do Rio Tocantins!
Ao passar, passante, não 'viaje'!
Passe devagar, admire a paisagem...
Pise leve, leve o que puder!
Leve flores breves!
Leve cores leves,
leve uma cantiga
a uma antiga paixão...
Caminha teu caminho confiante e contempla com alegria a paisagem ao teu redor porque sorrir por dentro é sinônimo de felicidade..
Paisagem Bela, Cores e Mentiras.
Em cada Rabisco a dor foi posta,
E ainda assim sua beleza foi imprimida.
Solitária Flor, solitária a dor.
Quando na natureza me via viver eu pude de fato compreender o que era viver. Cada paisagem que cortava na linha do horizonte só me fazia nascer. A liberdade então me trazia prazer um êxtase profundo por de viver... um êxtase profundo por simplesmente viver. Longe da contaminação e livre para buscar compreensão. Nada mais eu tinha para me preocupar. Tudo que eu nunca tive e tudo que eu tive eu trouxe somente no meu coração.
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