Ovos
A crítica conjugal pode ser de origem familiar: de onde ela saiu, nasceram os ovos das astutas raízes do mal.
Uma das maiores Graças de poder conversar com a pessoa certa, é não precisar pisar em ovos a procura do que falar.
Os peixes das nuvens
nascem de ovos escondidos
no fundo das amáveis lagoas,
São anjinhos que nadam
e que brotam sempre
quando as cheias retornam,
e na Terra escrevem os seus
gentis poemas do Céu que dão
as asas para a nossa imaginação.
Solda de Ovos
Solda de ovos
é a navegantina,
Ninguém duvida,
Sim, eu te louvo,
com o meu amor
louco e a minha poesia.
Sobre a Páscoa,
Um dia um homem, diz a história,
Sacrificou a vida no que acreditava
E servir ao próximo diante de tudo,
E hoje do que resta, se comemora
Renascimento, é um novo recomeço,
Quem pode acredita, tem seu perdão
Segue a sua vida, conquistas ou não
Renovam os votos, seus novos valores
Justificam seus erros, evitam os novos
E entre irmãos esperanças se renovam
No seu simbolismo, os ovos de páscoa
Fertilidade, um presente, uma vida nova
Ter, poder, acreditar, ter nova chance
Depende de quem, se espera mudar
Já sabemos ter Judas em todo lugar
Perdão vem para quem pode alcançar
A Páscoa é momento de grande festa
Em saber que se pode e deve esperar
Que o homem tem suas grandes falhas
Mas a persistência de todos é superar !!
Feliz Páscoa !!!
Há que se pensar bem. As mesmas redes sociais que elegem são as mesmas que derrubam. Melhor pisar em ovos.
Godofredo
Hoje levanto mais cedo, porém, no além
ouço o apito do trem, após minha profunda
meditação, cultivo de minha juventude a qual
atribuo minha feliz saúde. Um prazer profundo
a me fazer viajar aos confins do mundo, cujo
relaxamento me induz ao pacífico refúgio,
relicário a produzir equilíbrio estranho,
neste particular santuário arrebanho
meu mais rico relicário, e redundante
passo por mais um otário, que se dane
a pane dessa vida se me acharem estranho.
Enquanto, por mim passa rebolando Godofredo.
Tomo meu café matinal, costumeira obrigação.
No alpendre, de cadeira contemplo a vegetação.
A velha cordilheira quer me acenar com suas mãos.
Coisa corriqueira de todos os dias em dias de clarão.
Há muito tenho permissão e sua companhia por missão.
Acompanha-me dona Solidão, adoro este meu velho amor
sou amorgado viúvo desimpedido. Os filhos saíram, os netos
também, e pra tudo digo amém, porém, o verde Godofredo não.
Esse cara falta pouco pra torcer pro Palmeiras, a cor ele já a tem;
Godo é muito louco, meu irmão, e nessas horas ele se manifesta
pra sua particular festa, graças a uma fresta a qual carpintejei
com pressa para agradar essa verdadeira visão, adiantei
essa feitura sobre uma leve rachadura no rodapé
da porta de minha cozinha; onde tomo meu café.
O silêncio é sepulcral, nem meu companheiro no canil ladra,
silêncio total por ordem presencial de minha amada: Solidão.
Macio o gato no cio, tampouco, dá seu mio cabal de coração.
Meus pensamentos voam ao relento, à brisa no firmamento,
porém, lá do além a mim vem um alento de preciosa espada.
Alguém santificado a me mandar seu recado de amor-irmão:
Dê dois ovos ao Godofredo, simples assim!
Godofredo, meu teiú de estimação.
Tudo começou nos bastidores.
Aliás quase tudo começa nos bastidores
Ou até antes dos bastidores
Fui fazer um chá
e resolvi descongelar a geladeira,
comi uma banana,
sequei a louça,
coloquei roupa pra lavar
Não faço uma coisa por vez
é sempre uma misturança
Um improviso
Muitas vezes sem nexo
O problema já não era pressa,
O problema já não era nem ansiedade,
não sou mais essa pessoa o tempo todo
só algumas vezes
E aliás não havia nenhum problema
é o instinto resolutivo
de quem acordou e
decidiu quebrar protocolos
quebrar protocolos que só dependiam de mim
quebrar protocolos que só afetam a mim
e que,
aliás,
quebrar protocolos que haviam sido inventados por mim
Fiz ovos mexidos
Para acompanhar o chá
Logo invento novos protocolos
Não se pode tirar leite de pedra.
Mas se esmagar a pedra ao máximo vai transformá-la em areia e aí pode construir sua própria ordenha e ter o leite que quiser.