Ovo
Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Certamente foi a galinha. Conforme Darwin, a evolução das espécies fez algumas delas passar por uma fase hermafrodita e fixar-se posteriormente. A galinha hermafrodita transformou-se em ovípara.
Gema mole, ovo choco
Sejamos sinceros
Uns com os outros
Que cada um de nós
É como um ovo
Um ovo trancado na casca
E com uma gema mole
Quando temos que encarar as verdades
Viramos ovos mexidos
E se o ovo quebrar
Antes de estarmos prontos
Para assumirmos quem somos
Ficamos apodrecidos
Ovo choco
Ovos fritos
Que devem ser cozidos
Evitando assim
O mau cheiro
Então é melhor ser
O ovo bom
Que encara as verdades
Quebrando a casca
Vivendo a vida
Sem se cozinhar
Pois numa grande fritada
Temos todos que acabar
Vamos sair da casca do ovo
Mesmo sendo ovo choco
E tendo gema mole
Seremos sempre felizes
Sendo o ovo que somos
Assumindo gema que temos
E a fritada da qual fazemos parte
Bia: Eu quero um ovo da cacau show, pelo menos eu não to pedindo um da kopenhagen
Amanda: éé.. ei mãe me dá um carro, pelo menos eu não to pedindo um avião
Às vezes, enquanto procura-se o ovo mais bonito e grande para se fazer um omelete, é o ovo sujo, pequeno e feio que não está podre
Eu era feliz antes, quando minha unica preocupação era qual brinquedo iria vir dentro do kinder ovo. Quando eu acordava cedo, pegava minha coberta e ia correndo pro sofá da sala, para não perder a hora do meu desenho preferido. Eu era feliz, quando chegava da escola e ia correndo pra rua, brincar de pega-pega, pique-esconde, amarelinha e ficava na rua ate tarde. Meus deveres eram de colorir, colar pedacinhos de revista, jornal, papel crepom. Eu era completamente inocente, não julgava ninguém e ninguém me dava motivo pra isso. Eu chorava quando machucava o joelho e não por um coração partido ou por um amor não correspondido. Minha mãe sempre ia me dar um beijo de boa noite e ficava do meu lado até eu pegar no sono. Quando eu acordava com medo ela dizia “não se preocupada pequena, foi só um pesadelo”.. Eu acreditava e voltava a dormir. Eu tinha medo do escuro, e hoje, nele eu me encontro. Quando eu era criança chorava bem alto pra que minha mãe ouvisse, hoje eu choro baixinho pra ninguém me perguntar o motivo. Minha infância foi a melhor, e eu era feliz e não sabia. Hoje eu sinto falta de uma época que não volta mais.
A metamorfose das borboletas é um poema que a natureza escreve em silêncio. De um pequeno ovo, nasce a lagarta, tímida, rastejando sobre a terra, carregando o peso de um destino que ainda não compreende. A jornada começa ali, no ventre do mundo, onde o tempo se alonga, e cada movimento é uma dança lenta, uma preparação para o grande milagre que está por vir.
Vem então o casulo, a prisão necessária, onde o tempo se dobra e o corpo se transforma em segredo. Na escuridão do casulo, há um pacto entre o que se foi e o que será. E, quando o véu finalmente se rompe, surgem as asas—leves, coloridas, como se carregassem o próprio céu em suas tramas. O voo é um ato de libertação, uma prece ao vento, uma celebração da vida que se recria.
Assim somos nós, navegantes do tempo e do espírito. Nascemos presos ao chão, e a vida, com sua delicadeza cruel, nos coloca diante de casulos invisíveis—desafios, perdas, silêncios que nos envolvem e nos moldam. Mas é ali, na aparente imobilidade, que a alma se prepara para alçar voo. Cada lágrima, cada dor, cada espera se torna parte de uma transformação inevitável, tão bela quanto o desabrochar de uma borboleta.
E, quando finalmente rompemos o casulo das nossas angústias, encontramos nossas próprias asas, tingidas pelas cores de nossas vivências. O voo humano é menos sobre a leveza do corpo e mais sobre a leveza do espírito. Voamos para dentro de nós mesmos, para os céus íntimos onde habitam nossas verdades mais profundas.
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