Ouvir
Palavras
Palavras sim elas machucam
Dormem ou riem de nós
São palavras que sonho em ouvir de meu amor
Mais podem ferir ou acalentar
Amo palavras amo você amo DEUS
Minhas palavras te deixam louco na hora de amar
Ou podem destruir ser despedida
Amo quando você diz palavras que atiça
Que deixa em delírios
Palavras de conforto de desagrado
Suas palavras são seus carinhos amar-te-ei sempre
Inês de Araújo Porpino
Acho que nenhum adulto é criança para ser privado de ouvir verdades. Foram com as verdades mais dolorosas que fortaleci, que amadureci, e fugir à isso, é fugir ao amadurecimento. ..fugir às novas possibilidades que podemos encontrar fora de um mundo fictício que muitas vezes criamos em torno de uma situação.
Nada pior que ouvir palpites de alguém que não consegue resolver a própria vida, mas tem receitas de felicidade prontas para você.
Ruído
Ao ouvir o ruído lacrimoso
Da desalegre chuva que chora
Senti-me beijado por todo o lodo
Da angústia que me invade agora.
Não sei como explico,
Só pra mim isso importa,
Neste momento solitário fico
E a chuva traz-me a vida morta.
Cada pingo é uma lágrima,
Cada lágrima uma lembrança,
Há, pudera outra vez criança.
Perdeu
A casa caiu!
Era o grito que mais temia ouvir. Contudo, agora era real. Ali estava. Algemado e com o rosto colado ao chão. Perto das humilhações que enfrentaria dali pra frente, capitão Nascimento se tornara humilde e doce em sua imaginação.
Na cela 35 do presídio central viu-se em Dois Rios escrevendo “Memórias de um Cárcere”. Via alguns companheiros tomados por moléstias graves morrendo dolorosamente numa cela nojenta e fedorentamente úmida.
A sorte estava definida. Antes tivesse conseguido se exilar em outro país da América bela e generosa.
Febril e dolorido passava horas detido, literalmente, em pensamentos amenos que lhe aliviavam os dias.
Dos tempos da roça trouxera tão somente cicatrizes de tocos, vara de pesca e uma antiga dívida do financiamento do primeiro e único utensilio agrícola que comprou. Com o nome registrado em órgãos de proteção ao crédito e uma vontade louca de vencer tentou de todas as formas emprego digno.
Com o passar dos dias via estreitar os caminhos que julgava seriam largos naquela cidade. Escola não frequentou. Mal conheceu o MOBRAL cuja única lembrança era da professora linda e delicadamente perfumada.
Por dias a fio teve a mais honesta das vontades de buscar um trabalho condizente com a sua capacidade e formação. Que formação? Dura realidade.
Meses depois a bebedeira passou a ser sua segunda casa e as amizades o mais influente dos mandamentos seguidos.
Pouco tempo e o grupo se formou. Queria ser Al Capone no mundo criminoso.
Haveria de, junto com os companheiros, criar um plano espetacular de ações geniais, lucrativas e bem sucedidas.
Contudo a panela ficou sem tampa.
Agora ali preso e recrutado pelo comando vermelho, garimpava um caminho de volta a liberdade.
Sonhava.
Contudo não foi assim. Condenado cumpriu a pena até ser liberado para a condicional.
Ao sair durante o dia entendeu que as portas que antes estavam fechadas agora passaram, também a serem vigiadas por guardas armados.
A liberdade virou castigo. Nada comparada a um prêmio.
Trêmulo, embriagado assassinou a história.
Hoje não busca mais nada.
A estrada chamada vida se tornou rua sem saída.
No vazio das horas, minutos e segundo só o que consigo ouvir é um grande grito de tristeza seguido de um silêncio profundo...
Pare um pouco que esteja fazendo e terás a capacidade de ouvir as palavras certas que precisas para esse momento.
Aquieta coração! Há barulho demais aqui dentro. Preciso ouvir o silêncio... É nele que encontro minha dose diária necessária de serenidade.
Em manhãs lindas, após tempestades, é quando o guerreiro se cala para ouvir o silêncio matutino.
Agradecendo, crendo e renovando-se...
Sendo amado, já não mais apaixonado, e sim praticando um amor inventado...
O egoísmo do satisfeito consigo mesmo
“Egoísmo é quando alguém obriga uma pessoa a ouvir sobre seus sonhos e feitos sem nem ao menos se dar ao trabalho de perguntar-lhe como foi o seu dia.”
Noite: sonho de esparsas
janelas iluminadas.
Ouvir a clara voz
do mar. De um livro amado
ver as palavras
sumirem ... – Oh estrelas fugidias
o amor da vida!
...e me dá uma preguicinha tão grande em parar pra ouvir gente sem conteúdo que só abre a boca pra falar mal da vida alheia. Tenho uma certa alergia a gente chata...chata e linguaruda!
Há coisas que eu amaria ouvir, enquanto detestaria ler...
Em quem está o teu coração?
Ouvir, olhar...interessante.
Ler...às vezes entediante.
Isso parece-me uma parede de vidro, sabe?
E de lados opostos dessa parede, é como se corpos exaustos se esforçassem em mímicas insanas, para dizer o que nem sempre é compreendido.
Para você, quem está de cada lado?
Decifra, se fores capaz.
Decifra-me!
(Fabi Braga, 21 abr 2011. Editado.)
“Naquela comunhão de paz, enquanto o Sol deitava, podia-se o ouvir o silêncio-avermelhado da Lua que despertava...”. AJCMusskoff. Caminhos e Destinos.