Ouvido
Se fecho meus olhos,
Posso entender
Se tampo meu ouvido
Como vou escultar.
As palavras doces
Que você sabe falar.
Sussurro em teu ouvido:
"Te amo"...
Tu não respondes...só me acaricias...
E teu silêncio me deixa triste
Não és capaz de dizer
o que eu daria tudo para ouvir
"Te amo"...
Passado o êxtase,
teu corpo, do meu se afasta...
minhas mãos tateiam o vazio,
minha boca te procura
e encontra um beijo frio...
Quebrou-se o encanto,
passado o êxtase...
A pessoa que nâo dá ouvido a palavra prova de um remedio
que pode ser muito amargo;pois anda no escuro;isto é em
total escuridâo;assim é facil para os facinoras formar
seus bandos,e dominar o que chamâo de naçâo;infelismente.
O AMOR
o amor é muito lindo
não avisa quando vem
ele vem escondido
chega no teu ouvido e
diz vem comigo eu sou
teu amigo e nimguem
podera te derrotar
o dom de amar é capais
de destroir todo o
rancor emfim sou o teu
amor...
E o som de todos os nãos, os ouvido e os engolidos, ressoa como granizo no telhado de onde vivo e não me deixa dormir
Eu nasci pra sofre por meus sentidos
Meu ouvido só escuta o que não quer
Certa vez eu ouvir de uma mulher
A palavra que levou ao martírio
Meu sentido foi dizendo o que não quis
Esse amor me cegou quando eu a vi
Insisti naquilo que ainda vejo
O desejo agunçando com seu cheiro
Ativou meus sentidos passageiros
Não passou e continuo a sofrer
Talvez fosse o melhor pra eu viver
cego surdo sem sentido e sem desejo
O TOQUE ESSENCIAL
Agradeço ao autor, para mim anônimo, por ter ouvido esta piadinha genial; que seu criador continue iluminado.
Vendo como a Terra andava, Jesus chorou muito e foi ter com o Pai um particular: “Pai sei que você está muito triste, com o que os homens estão fazendo no Paraíso que você lhes deu, por isto eu Lhe suplico, deixe-me voltar e dar um jeito naquela bagunça”.
“Já pensei muito sobre isto, Filho, mas se você voltar lá eles não gastam uma semana e Lhe trucidam”, foi a resposta.
“Mas Pai, a convivência com Sua Infinita Sabedoria me tornou mais capaz. Tenho certeza que não darei ‘bobeira’ desta vez”, foi a tréplica.
“Sabia que esta seria a sua resposta”, respondeu o Pai, chorando e abraçando Seu Filho querido.
A tristeza pairou no Céu por uma semana, como se alguém estivesse morto. Depois disto o Pai se recompôs e sentenciou: “Não vejo outra saída meu Filho, o jeito é a Sua volta. Mas prometa que se perceber as coisas apertarem você voa para mim?”
“Prometo-Lhe Meu Querido!...”
Luzes espocaram no céu, São Pedro enviou uma chuva prateada à Terra, para comemorar o retorno.
Decidida a volta, faltava uma questão: “Voltar como?”
Um anjo sentenciou: “Volte como jogador de Tênis; assim que ganhar o primeiro jogo o Senhor assume o microfone e fala sobre o Reino de Seu Pai.
“Bobagem, lembrou outro, a moda agora é ser corredor de Fórmula Um, o Senhor ganha, levanta a taça e mostra o Céu!”
Um terceiro que morreu pobrezinho, atropelado na rua aos oito anos, acreditando ter a solução, sugeriu: “Tenho uma idéia melhor. O Senhor desce, compra um carrinho de cachorro quente, vai para o Guarujá e sai vendendo cachorro quente Divino e abraça aos compradores e lhes fala do Reino do Pai”.
São Pedro que estava passando da andropausa, retruca: “Quanta bobagem! Você não era médico quando da primeira descida? Pois volta como médico. Desce lá no Méier; lá tem gente morrendo às pencas. Pegue um posto de saúde e vai curando todo mundo e anunciando os novos Tempos”.
“Puxa, Pedrão, apesar do ranço, você ainda é genial, quando quer! Está decidido: avisa que segunda feira chega, ao Posto de Saúde do Méier, o Dr. Jesus. Não precisa dizer de onde venho. Eles vão perceber logo!”
Segunda feira surge aquela Beleza no Posto de Saúde: roupa e calçados brancos, barba e cabelos aparados, bem penteado, estetoscópio novinho no pescoço, cheirando a água de província, como dizem os portugueses libertários das Colônias portuguesas.
Chamava a atenção ver Aquela figura, que logo solicitou ao enfermeiro que adentrasse o primeiro paciente. Entra um paraplégico, com as pernas todas deformadas, arrastando-se com suas bengalas e fazendo a Divindade Se assustar, levando a mão à boca e dizendo: ”Nossa!”. Se recompõe, lembrando –Se quem era e sentenciou: “solta uma muleta!” O paraplégico soltou e não caiu. “Solta a outra muleta e anda!”
Um “Oooh!” geral ecoou pelo consultório: as pernas do moço se fortaleceram, ele saiu andando e foi se encontrar com o primo que o levara ao posto. Este ao vê-lo, disparou: “Nossa! O que houve lá dentro?” Com a resposta na ponta da língua retrucou: “O mesmo de sempre! Nem tocam na gente!”
Esta piada não serve só para tocar aos médicos que trabalham com salários minguados, acuados como res-pública, obrigados a um tratamento de urgência a toque de caixa. Serve para nos mostrar como nós nos tornamos impessoais, como não temos um contato afetuoso com nossos conhecidos, como viramos “bicho do mato”, fugindo de nosso próprio esconderijo, que abriga a insegurança.
Medo, medo, somente medo, é o que tem nos restado. Nos tornamos incapazes de estabelecer um contato afetuoso, como defesa do que podemos sofrer.
Tocar as pessoas é como dizer: “Sou como você, quero que seja feliz como eu sou, que compartilhe comigo suas preocupações e alegrias, que sejamos amigos”.
Tenho um amigo que adora fazer amizades estabelecer contatos. Ele me confidenciou que isto tem se tornado uma adorável obsessão.
Há algum tempo se deu conta que não sabia a direção que deveria tomar em seu percurso, visitando um cliente. Para, aborda um rapaz que vinha atrás dele e apresentando-se, cumprimenta-o e lhe expõe sua dúvida. O transeunte se mostra feliz com a abordagem, indica-lhe o trajeto e arremata: “Daria para o senhor me dar um trocado para que eu tome o ônibus? Não estou cobrando pela informação, mas estou precisado!”. Meu amigo gentilmente tira dez Reais da carteira e diz para ele: “Pague o ônibus e tome um café!” Despediram-se afetuosamente e retomaram o seu rumo.
Ainda não tinha dado dez passos e sentiu tocar o seu ombro. Volta-se e vê o novo amigo que lhe diz: “Desculpe, eu quero lhe devolver as dez pratas, pois o senhor não merece que eu o engane. Vivo explorando as pessoas com minha safadagem, mas ao senhor não posso!”.
Meu amigo fez mais que dar-lhe um abraço. Dono de uma empresa de botões plástico convidou o falso pedinte para ir trabalhar com ele e está feliz da vida, com o braço direito que arranjou.
Quando ele me contou este fato, achei que era mentira, positivismo barato e fiz questão de ir conhecer o contratado, que me confessou tudo e que agradecia a Deus por ter colocado em sua vida de meliante, uma pessoa boa como meu amigo.
Parei e pensei: “Meu Deus, que povo preconceituoso estamos nos formando!”
Costumo fazer cursos que falam de Relações Humanas e adoro lembrar este fato e a piada inicial.
É preciso com urgência virar o leme da nave, semos mais seguros, afetuosos, tocarmos mais as pessoas, senão veremos velório onde será provável que vá apenas o(a) martirizado(a) companheiro(a), que deverá dar graças a Deus por ter levado o “estropício”.
É mole, ou quer mais!
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pergunte@drmarcioconsigo.com
Pérolas
Um dia eu me vi nos teus olhos
um sussurro do tempo feliz em meu ouvido
um dia teus braços foram um templo
que eu docemente cultuava
um dia teu sorriso foi meu
como uma jóia que tu me davas
um dia tua mão segurou tão forte a minha
que eu não pensei soltá-la
Agora... frios estão teus olhos
em velhas fotografias
o teu perfume sensível
em meus pensamentos
me leva a salas vazias
o tempo passa...
e lembranças são como pérolas...
podem fazer do coração humano
uma ostra...
pérolas podem permanecer no coração
com sua eterna beleza
escondidas por toda uma vida
sem que jamais
alguém venha resgatá-las
O PREDESTINADO
Aquieta-te e segreda indulgente
exprime aqui, em meu ouvido
sobre esta introspecção inerente
já que em tempos idos
Nascer poeta; teu pior castigo
perfil improvisado, inconsistente
passagem hercúlea; solitário esquivo
qual estrela vítrea e transparente
Carrega templos; tempos esquecidos
vida e morte dos sobreviventes
que muito sente, arrependido
Na poesia, palavras pungentes
insatisfação em coração contrito
fadado aos versos, eternamente
Escrevo versinhos ando em círculos penso em tiros no ouvido num silêncio mais calmo em balas de goma e cereais matinais e mãos no pescoço e esquecer o passado não por arrependimento mas por exagero por tédio por sódio.
Meus incontáveis dias de sol dizem sussurrando em meu ouvido: a luz ofusca mas devolve-te à vida.
Carpe Diem!
Hoje saiu, e coloco o fone no ouvido pra ouvir alguma musica, ou simplesmente não ouvir o que dizem.
Mas pensei que fazemos isso de maneira errada, não o fato de colocar o fone no ouvido e ouvir suas musicas, mas de outra forma.
O mundo diz coisas a você, e você não o ouve, as pessoas cansam de te chamar, cansam de te avisar e continuamos indo pelo caminho errado.
Só vamos nos dar conta, quando chegarmos a um determinado ponto, que não haverá forma de voltar sozinhos. Vamos precisar encontrar saídas, burlar não vai adiantar.
Palavras não vão ser usadas, pois ninguém mais vai ouvir, todos estão com fone. E você continua com ele nos ouvidos.
Não se tocou até agora, do que mais precisa fazer, continua pensando em outras coisas, que deveriam ser pensadas depois, passageiras ou com pouca importância.
Talvez, você diz algo que não quis, ou afirma sem querer, indo pelo impulso de uma musica, de um momento, lamentos viram após, mas o que vai adiantar.
O que tento dizer, é que vocês, nós. Temos que prestar mais atenção nos sinais, nas vozes, fora e dentro da gente, que dizem e mostram coisas que o que pensamos não mostra.
Vamos caminhar e caminhar, mas toda caminhada precisa de uma mão, de um coração a mais com você.
Está tudo em suas mãos, aprenda a ouvir, aprenda a dizer palavras certas em momentos certos, mas não se pressione a fazer tudo correto sempre, errar faz parte, e ser correto ao extremo e curtir a vida não combina.
Viva, simplesmente viva.
Não esqueça jamais, de dizer o que precisa, e o que pensa não deixar apenas no papel, afinal, nem escrever planos devemos, e sim fazer-los acontecer.
Apenas faço o que faço, pois sei poder ajudar, mudar o destino talvez de alguém, até mesmo o meu próprio lendo e relendo. Mais enquanto eu não tirar os fones do ouvido, não vou conseguir entender e não vou ter respostas. E este fone, nos barra de muitas coisas.
Talvez mais do que você precise, mais do que almeja, está em sua frente.
Basta tirar o fone do ouvido.
Parte de você
Você é o meu riso ouvido por outra pessoa.
Você é o meu olhar visto por outros olhos.
É o meu cheiro sentido em outros lugares.
Você é as minhas melhores lembranças guardadas em outra mente,
Meu ponto fraco, metade de mim em outro corpo.
Sou o vento que você não faz mais questão de sentir,
Sou seu tudo sendo seu nada, sou parte de você
E ao mesmo tempo de ninguém.
Pertenço a você de todas as maneiras, sou sua
E só basta você querer ser meu.
Ser amigo é estar ao pé do ouvido do outro nos momentos em que ele pensa que só tem ele e mais ninguém.
O papel é um ouvido mudo, porém paralisa um pensamento nosso. É um amigo paciente que, nos conta a nossa própria história do melhor jeito do mundo.