Outros
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
Alguns nascem para o suave deleite; outros para os confins da noite.
Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim.
Nota: Adaptação de trecho do poema "Começo a conhecer-me" de Álvaro de Campos
Não me diga como devo ser, gosto do jeito que sou. Quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa para esconder.
E todos os dias ficarei tão alegre que incomodarei os outros, o que pouco me importa, já que eu tantas vezes sou incomodada pela alegria superficial e digestiva dos outros.
Existe no mundo apenas um ser mentiroso: o homem. Todos os outros seres são verdadeiros e sinceros, pois mostram-se abertamente como são e manifestam o que sentem.
O melhor modo de viver em paz é nutrir o amor-próprio dos outros com pedaços do nosso.
Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos,
Mas nunca ao erro de querer compreender só com a inteligência,
Nunca ao defeito de exigir do Mundo
Que fosse qualquer cousa que não fosse o Mundo.
Sejais nobres como o Sol, que tem a humildade de emprestar a sua luz para que outros possam brilhar também.
Todos temos nossas dores de estimação. O que nos diferencia uns dos outros é a capacidade de conviver amigavelmente com elas.
Alguns têm coragem nos prazeres; outros, nas dores; alguns, no desejo; outros, nos medos; e alguns são covardes sob as mesmas condições.
Todos nós vamos morrer, que circo! Só isso deveria fazer com que amássemos uns aos outros, mas não faz. Somos aterrorizados e esmagados pelas trivialidades, somos devorados por nada.
Os bons vão ao passo certo;
os outros ignorando-os inteiramente,
dançam à volta deles a coreografia da hora que passa.