Outra vez
E lá estava Ela outra vez, olhando sua face no espelho. Parecia não se reconhecer, as marcas aparentes estavam mais acentuadas.
Havia uma sombra na cortina embaçada que cobria os teus olhos.
As muitas noites insones, várias poesias sendo tecidas na tua mente inquietante... enquanto o punho se contorcia, os dedos procuravam desenhar as palavras no papel.
Num breve instante, entre um lapso de memória e alguns segundos de pura insanidade, registrava tuas tristes quimeras.
A sobriedade afastava alguns fantasmas, num pouco de lucidez, ainda havia vestígios dela.
E logo quando a perdia... podia fitar na tua frente, os demônios que lhe roubavam a quietude. Era como olhar dentro do olho Diabo, lhe tragava para dentro de si! E num inferno, a tua alma viajava... saia do teu corpo, vagando pelos umbrais de teus infortúnios, era como ter mil açoites sobre a tua carne.
Quando o mundo de tuas fábulas se colidia com o teu caos, Real... Havia uma guerra por dentro de si, à qual fazia sangrar por todos os lados. E nessa hemorragia de sentidos saturados, morria a menina nos versos, dando lugar a estranha criatura.
Tantas noites insones, lágrimas, feridas e tantos outros finais não escrito nas tuas páginas. Haveria um final feliz para aqueles profundos olhos tristes?
"Não sou já gente, se é que fui gente vez alguma! Será esta alma que trago maior que a minha?"
Pudesse eu aprender a abraçar as sensações imensas, em vez de me afundar nelas, sem deixar qualquer sensação tornar-se numa angústia profunda. Sinto a analgesia de não se ser ninguém; E se choro e agonizo é por este exagero de mim... que não caibo em nenhum lugar. Deste modo exagerado que tenho de sentir tudo - de querer tudo e não ter nada!
O que sinto ser é um transbordar de Ser, uma contradição imensa em si. Há alguma paz nisso, mas não tanta que dure...
Desejei tanto, quis tanto florir... se fosse uma Flor, seria a mais bela entre elas. E se à mim fosse concedido um par de asas, nem o céu me serveria de limite.
Enfim, assim vou vivendo, quem sabe um dia ainda aprendo a deixar menos de mim por ai... e levar menos dos outros pra onde
MEU AMOR
É, chegou mais um fim de semana
E aqui estou eu, só, outra vez
Em pensar que poderíamos estar juntos
Unidos em torno de um mesmo ideal, abraçados em uma única vontade, amar
De repente unindo duas vidas em uma única
Unindo dois sorrisos e festejando glórias de uma única alegria
E com um simples toque de lábios,marcando duas bocas
Que em alguns dias atrás, se encontraram em um beco escuro
Bocas que falaram de amor e sentimentos
Que sussurraram o doce sabor do amor
Duas bocas que hoje estão distantes, mas que ainda levam a marca do primeiro beijo
Mas é esta boca que diz que hoje é um dia difícil
Pois não tenho teu rosto,tua palavra e nem o teu sorriso
Estamos juntos a tão pouco tempo, e eu já me entreguei totalmente a você
Apesar que as vezes sinto medo de você me deixar
Mas isso não é culpa sua, é um sentimento meu
Estou tentando te mostrar um mundo diferente
Onde não existe engano, dúvida ou incerteza
Mas eu tenho certeza de uma coisa
Que eu ganhei um espaço no seu coração
E esta boca que pergunta:
-Sem você , como vou viver
ORIGINAL ESCRITO EM 14/07/1991
Quem foi feliz um dia, pode outra vez ser feliz.
Não perca a esperança, não (oh, não, não!).
Se você foi feliz um dia, tem no peito a raiz,
A cicatriz do amor plantada no seu coração.
Tenho medo de me apaixonar outra vez, de me perder nos teus braços e me encontrar no teu olhar, de me iludir e acordar pensando em você, de sentir o que já senti, me apegar e no final ficar sem chão.
Tenho tanto medo de gostar de você que acabo gostando... Ja tenho medo da dor de te perder. Eu queria não ter medo mas sem querer eu já tenho.
Sabe que estou muito bem
Tirando um barato, vendo o novo de novo outra vez
Vendi seu quadro francês
Desfiz do que restava, joguei tudo fora, eu falei, eu falei
Parece que se arrependeu
De tudo que falava das coisas que viu que perdeu
Não adianta, é tarde demais
Mas ouça esse recado e busque achar sua paz
Horas Oras
Duas da manhã
Tentar dormir
Não conseguir
Ligar o celular
Olhar outra vez
Rolar as notícias
Trocar de joguinho
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Já passaram meia hora
Três da manhã
Já passou muito rápido
Não consegue dormir
Precisa estar acordado
Não consigo mentir
Quero logo dormir
Mas não consigo sair
Estou viciado
Já são três e trinta
Tempo voa bem sumida
Quatro da manhã
Ainda estou aqui
Preciso dormir
Tenho que acordar cedo
Amanhã tenho aula
Vou perder meu recreio
Eu não vou ter mais tempo
O tempo passa rápido
Não aproveito o momento
Cadê o Carpe Diem
Se eu não aproveito
Cinco da manhã?
Não é possível
É intangível
No que eu me tornei
No que estou sucumbindo
O que fiz com minha vida
Não estou progredindo
Estacionei no tempo
Não penso direito
Seis da manhã
Nem deu tempo
De eu dormir
Alguém já acordou
É o carro saindo
Meu pai vai trabalhar
E ainda estou fingindo
Estar dormindo
Pera mas já?
Sete da manhã?
Já se passou outro dia
Mas que bela porcaria
Sempre amanhece mesmo que escureça outra vez, a certeza de ter visto o dia faz a gente não perder a referência da luz, e nos da coragem para continuar a caminhada, sem ter a ideia de quanto tempo levaremos para ver a luz de novo!
EdelziaOliveira
Só outra vez
Se terei
ou não
pressa
de viver,
não sei,
mas carrego
dentro de mim
um enorme
desejo de ser
só sentimento
outra vez.
O Vírus –
Que coisa:
Já estamos, outra vez, na defensiva!
De novo, cancelam–se os
encontros — as conversas de perto,
o toque dos dedos e mãos
e pele.
Cancelam–se as ruas, as casas
e calçadas alheias.
Estamos, agora, outra vez, sozinhos:
sem visitas, com dúvidas — com medo.
O quão insignificantes, frágeis
e vulneráveis somos,
quando somos dominados
por algo, fisicamente
mínino, ínfimo,
invisível?
De onde vem tanta arrogância,
meu Deus?
Saudade de ser criança outra vez,
De estar unida novamente com meus amigos,
Ah meus amados amigos
Quem dera vocês sentissem o mesmo que eu,
O tempo os levou para outro espaço
Onde não havia lugar para "Eu"
Uns casaram
Outros se converteram,
Outros tiveram filhos
E eu fiquei com a lembrança de como era
Quando fomos crianças.
No início o encantamento
A conquista...
E começa tudo outra vez...
A ansiedade, a espera, a surpresa
Sorriso solto, pensamento distante
Coração bobo...
Parece que nunca viveu tal momento
De deslumbre, de emoção, ilusão
Mesmo sabendo que na verdade
Não é verdade
Insiste e se engana, sofre e apanha
Pobre coração!..