Outra vez
Pronto: agora tenho que sair correndo outra vez para ganhar a vida. Ganhar ou perder? Eu sei a resposta. Mas posso cantar baixinho um velho Roberto Carlos, aquele assim: “Querem acabar comigo/ isso eu não vou deixar”. Juro que não."
Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um caminho.
Tentar outra vez o mesmo amor. Quem já não caiu nesta armadilha? Se ele também estiver sozinho é sopa no mel. Os dois já se conhecem de trás para a frente. Não precisam perguntar o signo: podem pular esta parte e ir direto ao que interessa. Sabem o prato favorito de cada um, se gostam de mar ou de montanha, enfim, está tudo como era antes, é só prorrogar a vigência do contrato. Tanto um como o outro sabem de cor o seu papel.
E outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas... e te mastigo dentro de mim.
Um homem derrubado por um adversário pode levantar-se outra vez. Um homem derrubado pela conformidade fica para sempre no chão.
"Talvez... você se apaixone por mim outra vez".
"Inferno", eu disse, "Eu te amo o suficiente agora. O que você quer fazer? Me arruinar?". "Sim. Eu quero arruinar você".
"Bom", eu disse. "Isso é o que eu quero também".
Se deseja evolução, o primeiro passo é deixar o passado no passado e não fazer ele reviver outra vez no presente.
Do outro lado há coisas na escuridão, que podem impedir que seu coração consiga ver a luz outra vez.
Desista!
Não me espere outra vez, não volto mais aí, não tente me ligar não quero ouvir tua voz. Tuas mensagens serão apagadas antes mesmo de serem lidas. Não insista em me encontrar, porque eu vou sair quando ver você chegando.
Desista! Por Deus não te quero mais. Cansei de ser teu brinquedo, enjoei dessa brincadeira... Essa fase acabou e acabou com ela a vontade de ser tua, de ter você. Te proponho uma saída, a melhor pra você: apague meu nome da tua agenda, esqueça meu número, acabe com meus rastros, destrua minhas pistas, não quero que se aproxime de novo, porque mesmo se fizer eu vou te evitar. Não gosto desse jogo, não preciso disso pra viver.
Tire minha imagem dos seus pensamentos e acabe com tudo que te faz lembrar que eu existo, depois queime meus bilhetes e rasgue todas as nossas fotos, não guarde nenhuma lembrança minha, vai ser melhor pra nós dois.
Esqueci que fui tua, com tuas marcas dei fim; limpei meus arquivos, já destruí tudo, tudo... Agora nada mais me faz lembrar você, hoje vejo que você é passado e eu tô querendo viver um futuro. Futuro esse em que você não está incluído. Doeu muito tudo o que já passei, o que eu senti por você era intenso, muito forte mesmo.
Porém hoje eu sinto leveza na alma em saber que consegui superar. E sabe que bem no fundo eu vibro por saber que agora quem sofre é você. Dá até uma vontade de dizer "bem-feito". Mas não é necessário porque você mesmo sabe que eu virei o jogo. Então seja maduro o suficiente pra entender que nossa história teve fim.
Cresci muito com dores, com teu desprezo e tua arrogância e aprendi a gostar do que me faz bem; deixei de querer te entender. Você não era pra mim e hoje eu não sou pra você. Meu orgulho você feriu, e por tua causa me tornei fria, mas a vida dá voltas e hoje estou bem e não guardo mágoas. Não te quero mal, não desejo que sofra, apenas peço que me esqueça e de uma vez por todas entenda que eu não te quero mais.
E outra vez é noite ...
Que o céu esteja bordado de estrelas
e que os sonhos sejam azuis, lilases e prateados.
Ainda que eu pudesse começar tudo outra vez, talvez mudasse pouquíssimas coisas, pois sou o que sou por causa das escolhas que fiz...
"Todo ser humano que cai aqui é o mesmo destino, eu vi uma e outra vez. Eles vêm, eles vão morrer. criança ingênua. Se você sai das ruínas ... eles ... Asgore ... o mata. Eu estou te protegendo, você não entende?"
Banho de água gelada.
Abrir os olhos e ver que o sol já não ilumina a janela como outra vez, que as rosas não são mais tão galantes, que os tornozelos já não me amparam mais. Ver que as pimentas já não são mais tão picantes, nem mais tão vermelhas, que aquilo que fazia diferença parece estar me deixando para trás. Perceber que o ciúme é o inimigo dos mortais e que não vale à pena doar-se tanto por quaisquer amores.