Outono
Devido a um lapso no clima, veio uma oportunidade indispensável, marcante, em uma lúdica realidade alternativa, ricamente, construída pelo meu imaginário, quando as quatros estações ganharam belas formas e foram personificadas em quatro distintas e poderosas beldades, uma ocasião e tanto, cheia de encanto e de expressividade, inverno, primavera, verão e outono, vividade de um vínculo fraterno, desfrutando o máximo de uma temporalidade.
Cada uma estava em um lugar diferente e afastado, nada fora da normalidade, até que de repente, todas foram surpreendidas ao perceberem que tinham mudado demasiadamente e logo sentiram uma forte necessidade de estarem juntas, pois de alguma maneira estavam conectadas, então, sem perder tempo, saíram de suas localidades e partiram, carregadas pelos ventos, em busca uma das outras com os seus corações exultantes, focando numa interação enriquecedora.
Após horas de empenho e de espera, finalmente, chegou o grande dia, os seus olhares se cruzaram, uma alegria imensa, cativante, compartilhada entre elas, abraços calorosos e apertados, falas de afetos, sentimentos fortalecidos pelas saudades, sorrisos alegres, a preciosidade de espíritos esbanjando entusiasmo, um amor tremendo, profusamente, significativo, firmado na verdade, no zelo recíproco, onde a felicidade de uma estação, alimenta a da outra, um momento incrível, reunião encantadora.
Estavam simplesmente elegantes, animadas e dispostas a aproveitarem, consequentemente,a pressa foi colocada de lado, aproveitaram bastante, nenhum segundo foi desprezado, prolongaram magicamente aquela rara brevidade e passearam pelo mundo, passos seguros, incansáveis, calmos, os detalhes simples eram os que mais se destacavam, um evento sublime, nada de tempestades para atrapalhar, um cuidado mútuo, permitindo assim um passeio memorável para todas elas, um contentamento por tudo.
Contudo, aquele encontro climático entre as estações chegou ao fim, mas antes de se despedirem, decidiram compartilhar algumas lições, dessarte m, cada estação teve a sua vez de falar, Verão começou "Que os gestos de amor sejam quentes e entusiasmantes como os dias ensolarados", em seguida, Outono "Aprendam a desapegar, soltem as suas folhas secas", depois, Inverno " Na frieza, o calor dos momentos é intensificado, também a viveza dos sentimentos" e concluindo, a Primavera "Todo florescer só ocorre na hora certa, um abençoado acontecimento."
A existência está atrelada a um ininterrupto processo de florescimento, de tal forma similar as estações do ano. Simbolizados por árvores, com raízes fincadas no solo da “vida”. O destino é florir e fornecer frutos formosos, doces como o amor que carrego em meu coração.
Folhas secas de “outono” caem de encontro ao solo, sou preenchido pela paz… Me desapego do passado, enquanto me organizo para um novo recomeço.
Mesmo diante das madrugadas silenciosas do “inverno”, tendo a melancolia como inquilina na minha vida. Chega o momento de se retirar… Mesmo que o meu coração possa congelar, habita em minha essência um “verão” imensurável, capaz de incinerar a frieza de minha alma.
Chega a “primavera”... tempo de florescer, renascer e se transformar.
Assim como uma aquarela, é hora de colorir a sua vida fazendo o uso do pincel do amor-próprio. Hora de desabrochar essa é a tua natureza! faz parte da tua essência florir independente de onde esteja.
Quando ela sorri ela transforma o meu dia de nublado, para ensolarado. Ela ama o verão, por que na sua vida ela sempre foi o raio de sol. Nada será capaz de extinguir a luz do teu olhar, brilho que se assemelha ao pôr do sol de Campinas…
Se não estiver disposto a decifrar o meu silêncio durante as noites de inverno, não me procure quando ouvir os acordes do meu canto numa tarde de verão.
Não vá embora rápido demais, como as folhas no outono, pois somente se você ficar e me entender, poderá admirar o desabrochar das minhas flores na primavera.
As flores se foram com os ventos frios do inverno, mas a primavera não, esta permanece oculta na memória inviolável do tempo até a próxima estação.
"No céu onde você mora
Naquelas nuvens sem dono
As folhas bailam contentes
Como aqui embaixo, no outono?
O sol também é dourado
E as tardes mornas, e a vida
Entre o silêncio e o sono
É um doce abraço apertado
Aquecendo as tardes de outono?
Me diz... Onde você mora
Tão longe de onde eu sonho
Também tem frutos maduros
Tem por do sol cor de amora
E a ternura ocre do outono?
Me conta, para que eu não sofra
De saudade e de abandono:
No céu onde você mora
Teu pensamento é esta folha
Que cai de leve em meu rosto
Como um beijo da cor do outono?
Lori Damm, 20/03/2023
(Dedicado para AL)
Às vezes é necessário deixar as folhas caírem, pois são elas que servirão de adubo para as árvores ao redor. Seja como uma árvore frondosa que não se apega a folhas, galhos, flores e frutos... deixe ir aquilo que não te serve mais, assim você poderá receber as novas folhas, novas flores e novos frutos.
Outubro chegou
Seja bem vindo
Que este mês
Seja repleto de amor
Carinho, e esperança
Num bom recomeço
Cheio de alegria
E de longos sorrisos.
💕 👠 💕 👠 💕 ❤2017
OUTRO OURO
nem
cambaxirra sabe a altura
da sua liberdade
y bem vê
transição
em câmara anecoica
sem saber o tom, próximo
dum sussurro-gemido em
pé de orelha - que nunca vai sentir
cheiro de adubo que perfumou cedo
nem sentir moral que castra;
a tendinite que ataca
nem hei de reclamar do tempo
que foi dado aos poucos
sem saber qual dos dois amores
tem + ouro
mas
pra barrar tanto aguadouro
nem só hedonismo há
(Urano em Touro)
cambiar pieles
gozar com cãimbras
arrepiar pescoço
até que
no Cerrado o outono
resfrie
banzo de
cambaxirra
rouca
uivar
Daqui da minha janela me despeço de setembro. E curiosamente busco os prenúncios de outubro. Que venha logo o mês das folhas bailantes, dos seres pensantes, e da escrita, amantes.
Mistura de calor, frio, seco, molhado, verde, marrom...
Cochicho de folhas que se desprendem, se soltam, sem a preocupação de onde pousar.
Árvores despindo-se num silêncio gostoso, sem a preocupação se a primavera há de voltar.
Nesse ar, o cheiro do café, do chá e do chocolate são mais saborosos.
Sim, o cheiro tem sabor, e dos bons.
A cama dificilmente arruma-se e o sofá sempre possui um travesseiro.
Se eu fosse uma estação, seria Outono de carne, ossos e sangue!
O BANCO
O céu era claro, nem nuvens mostrava
o infinito chamava os idos passados
o vento frio soprava, o outono findava ...
O olhar alheado assistia o tudo e o nada
o bem-te-vi pipiava seus cantos rimados
e no leque das asas alçou seu voo rasteiro.
Meu olhar deliu-se no distante horizonte
o silêncio soturno expressou a cruel solidão
restou-me a saudade, folhas secas ao chão!
O tempo mudou para valer
o vento bramindo até grita
o ouvido chega a doer
e o friozinho nos visita
Para não congelar
e para o dia acontecer
algo quentinho vamos tomar
precisamos nos aquecer!
Venho então vos oferecer
um chocolate quente ou café
está bom, sim, botem fé!
e aceite quem quiser
O impossível
O impossível
O meu coração
Não vai derreter
Como gelo,
Você não vai
Embora no outono
Espere ao menos
As minhas flores
Que tenho para
Lhe dar.
Se estivermos
Juntos não
Morreremos
No inverno.
Nos dois juntos
Se refrescando
No gelo
Em um verão
sem fim.
Ambiguidade
Dias com o azul limpo e quente do verão. Crepúsculos e manhãs que permitem um cappuccino ou cachecol.
Frio e calor, chuva e sol, luz e sombra, folhas verdes e galhos secos...
Outono é estação. Estação é lugar de passagem, de chegada e partida.
Um Bosque Díspar
O Bosque d'Assunção
é um deslumbramento.
Com sua paleta de cores,
é poesia em movimento!
-- josecerejeirafontes
ao som da musica francesa,
ferem aos meus olhos,
não me deixa dormir.
traz na minha boca, o gosto de fruta no pé,
com cheiro das manhãs de outono,
na brisa que abraça o corpo.
vem,
dança comigo.
Joy Brasil.
Não há como, num dia como este, em que a manhã já vem pejada de sensações indescritíveis das coisas mais intensas já vividas desde as mais antigas lembranças, decerto tangidas pelos mistérios deste clima de outono em pleno começo de janeiro, não há como, repito, não sentar e escrever a respeito.
(Ar polar, 2013)
De mim para os meus botões,
Digo-lhes que sei que o Inverno és tu,
Que quando faz vento corres o mundo,
E que quando chove talvez te sintas um pouco triste.
Também sei que és a Primavera,
Que as flores mais bonitas têm a tua cor,
E o arco íris o teu reflexão,
No Verão,
És a aragem morna que beija a pele,
Um calor que arde,
Mas nunca em demasia,
Inevitavelmente o outono,
Assim como as cores tu partiste com ele,
E se amargosamente nasceste caduca,
Era inevitável o teu partir.
Rudes montanhas agrestes,
Despidas de preconceitos;
Clamam pelas vossas vestes,
Desnudadas de defeitos.
in VERSOS - Trovas e Sonetos