Outono
Desce o outono suave e lento
levando as almas a emoção
e as folhas caem do pensamento
como as das árvores em profusão...
Chuva fina de outono ..
E eu sem sono
E a pensar
Em como caminhar. .
Sem ser criança
E aquela lembrança
Você me pegava
E me abraçava..
Hoje , bate a saudade
Mas tenho vontade
Que ao dormir
Você venha a sorrir
Em um sonho tão lindo
Nem que eu esteja dormindo
Boa Noite
Que a chuvinha pareça de outono
em sereno como chuva invisível
e desejo que todos tenham bom sono
numa noite que se faça aprazível
Que toda chuva seja calma
não produza mais nenhum dano
que deixe sossegada a noss`alma
e não cause a ninguém, desengano!
Mudança de Mim...
Vou deixar que o outono me agasalhe mesmo sabendo que o inverno se instalou dentro de mim. Tudo lá fora parece perene, mas é efêmero. As folhas caem cobrindo a terra seca e meu pranto alaga as incertezas. Em meio a fraqueza de toda a intensão, gera em mim um lado terno. Um lado desconhecido, romântico e ao mesmo tempo dramático. Abro a janela e lá fora é outono. Abro a minha janela e aqui dentro o inverno continua rigoroso. Um inverno escondido entre a manta da saudade e a real intensão do momento. Faz muito frio. Um frio congelante e cheio de provocações. Logo a primavera baterá na porta. Talvez, eu abra e deixe a realidade instigante me alimentar ou apenas me encolherei entre os prantos e a deixarei ir embora. Assim, o inverno permanecerá para sempre e a primavera esmorecerá.
Viver entre a dúvida e a certeza, não haverá mudanças. Não de casa, nem de móveis, mas de mim.
Rita Padoin
Você me deixou, assim, como o vento que levou as folhas de outono, que juntei com carinho em meu quintal e esse quintal era o meu coração.
E as folhas do outono, que tanto amamos, agora só me lembram da cor dos seus cabelos que nunca mais verei.
Não confie nas coroas nem no brilho do mundo enganador, o vento do outono soprou para longe o chapéu de muitos sultões.
AMORES OUTONAIS
Marcial Salaverry
No outono da vida,
de uma vida bem vivida,
podem surgir
os verdadeiros amores...
Já sentimos todas as dores...
Não pensamos no porvir...
Podemos vivenciar
uma nova forma de amar...
Mais completa,
mais direta...
Um amor sem preconceitos,
Podemos vivê-lo,
podemos senti-lo...
Pelos instintos nos guiando,
vamos assim amando...
Totalmente...
Apaixonadamente...
Amores outonais...
Gostosos... Sensuais...
Primavera que cura, verão que embriaga
outono que chega e inverno que não passa.
Mulher que hidrata, e que não se disfarça.
resolvida de si, sorriso me abala.
Gelo que não derrete, congela minha alma.
Você é a quinta estação, a unica que nao passa.
Cicatriz que não cura, amor que não Sarah.
"Na lagoa tranquila o sapo pula,
Outono cai, as folhas se desprendem,
Em cada pétala de íris existe uma centelha divina,
As montanhas ecoam meu suspiro e o vento responde.
Sob o céu estrelado os versos fluem como rios,
Nas águas dos rios transcendo o eu,
Palavras escritas, pensamentos tecidos,
Na poesia breve encontro a essência da alma.
Nas palavras simples, aprofundo-me,
No toque suave da tinta encontro a liberdade,
Cada pincelada é uma meditação silenciosa ,
Caminho estreito, mente vasta.
Cavalgo pelas estradas do mundo procurando respostas,
Busca incessante do autoconhecimento,
A transcendência pessoal está na aceitação do efêmero,
Na busca do eterno, na poesia das páginas em branco."
Outono: essas folhas que tombam na água parada dos tanques e não podem sair viajando pelas correntezas do mundo...
Deixei aquele sentimento se esvair, como o cair da última folha de uma árvore ao vento do outono 🍃. Sabendo que não iria ver o chegar da Primavera🌱
Horizonte infernal
Do ônibus eu mirava o horizonte
Ainda era outono, quase inverno
Viajar ao lado de uma janela tem esse efeito
Nos faz refletir sobre as coisas
Até então eu pensava no presente
Em como as coisas estavam indo de mal a pior
Ao olhar pela janela, com o sol já quase posto
O céu tinha um tom vermelho sangue
Onde ainda os últimos raios teimavam em permanecer
Pensei que aquela cena parecia um vislumbre da atmosfera do inferno
Do presente passei para o futuro
Mais precisamente das desgraças que estão a me esperar
Então fiquei com medo e com medo permaneci
Vocês sabiam? Assim como as folhas de uma árvore caem uma a uma no outono, o mesmo ocorre com as mentiras. Então aproveitem a primavera enquanto podem, antes que suas folhas (mentiras) comecem a cair.
Hoje, ela acordou bem cedo. O despertar do outono traz o cheiro das flores, junto com o barulho dos pássaros cantando músicas sobre liberdade, com um ar de saudade...
O primeiro compromisso do dia é com ela mesma. Ela adora correr, ciente da direção e do rumo. Logo coloca aquele sorriso no rosto, sua marca registrada, veste sua roupa e seu tênis preferido, um coque no cabelo. Sem precisar usar maquiagem ou se arrumar, sem a necessidade de evidenciar sua beleza, porque a estrada não lhe cobra nada.
Movimentando suas pernas, aumentando seu ritmo, o torque do coração, assim começa a música da respiração, a vibração da pele, a lavagem da alma...
No caminho, apenas o barulho dos seus passos. A passada é leve e segura. A corrida nesse percurso já é familiar. É a mesma rua que já ouviu seus pensamentos, suas dores, os gritos presos na garganta... Sempre ouve, sem julgar.
Ela está consciente do percurso, porém, o mundo surpreende. Na próxima curva, tudo pode mudar... Qual a direção, qual o rumo... Às vezes, ela se permite descobrir novos caminhos, novas pontes e conexões. A vida exige.
Amanhã, ela levantará cedo novamente, talvez com o barulho da chuva, e repetirá tudo de novo. Ela sabe que a vida é um ciclo constante, mas a cada dia ela corre com um novo propósito, com uma nova intenção. Ela corre para se sentir viva, para sentir a felicidade fluir em suas veias, para se conectar com a natureza e com ela mesma.
Gosto da mansidão dos dias cinzas que me abraçam úmidos. A garoa fina que cai nesse outono invernal pinica a ponta do meu nariz que, sem pudor, enrubesce. Caminho sem pressa nessa rotina que me agita e me engole as horas... Tem sido bom viver agridoçura do cotidiano, meio caos, meio manso -- nunca morno.
Treinei meus olhos para perceber cosinhas: essas bonitezas simples do dia-a-dia que, tão costumeiras, quase ninguém mais vê. É o que tem me desacelerado o peito e acalmado ansiedades: respiro tranquila enquanto vejo o dia passar, devaneando na fumacinha que sobe do café recém coado, percebendo a pressa das pessoas fugindo da chuva, dançando, sozinha, enquanto espero o semáforo esverdear.
Absorvo risadas como se fossem música. Deixo meu riso fazer coro às felicidades alheias. Abraço quem cruza meu caminho, espantando o frio pelo tato. Aprendi a aguçar meus ouvidos biônicos e ouvir atentamente tudo que me chega aos ouvidos. É bonito viver o presente, estar no agora. Exercício bonito deixar o amanhã para a sua devida hora...