Outono
Era sábado, a noite não era mais quente do que todas as outras noites de outono, e uma brisa sutil, entoava o ritmo das noites boemias.
A Lapa brilhava em seus muitos tons, dos sambistas altivos em seus velhos ritmos que agitavam os bares, até as damas da noite, que satisfaziam corpo e mente dos afortunados ou não.
Era inegável, no entanto, a magia das noites cariocas. Magia essa que levava os mais variáveis públicos até seus braços, os braços da cativante noite envolta em cerveja e no batuque dos pandeiros.
Carlos não era um homem muito diferente de qualquer outro que apreciava a companhia sistemática de ninguém menos que ele mesmo.
Vivendo o que ele viveu e passando o que passou, seu copo e cigarro eram melhores que qualquer papo que tirasse a poeira da rotina, ou ouvir um amigo falando sobre o espetáculo de Garrincha contra o Flamengo no Maracanã.
Ele se sentia bem na sua própria companhia. E normalmente acompanhado de seu inseparável caderno de notas, o qual escrevia seus romances e infortúnios da sobriedade.
Lembrou-se de uma situação que viveu quando tinha seus 23 anos. Amores de juventude normalmente eram indícios de problemas, principalmente se o resultado final era estar sozinho num sábado a noite.
No entanto, Carlos apreciava as memórias de quem fora importante em seu passado.
Angélica foi seu grande amor, provavelmente o maior de todos os amores, motivo de seu sorriso e embriagues.
Conheceram-se na faculdade de jornalismo, sendo ele o aluno de tal curso, enquanto ela cursava medicina veterinária.
Não era diferente de uma típica menina dos anos 60, onde o amor pela natureza e seus animais era o ápice das relações humana.
No entanto, algo havia cativado o coração de Carlos. Ela fazia com que todas ações que pareciam comuns, tomassem formas absurdamente especiais. Ela sorria de forma diferente, e o cumprimentava de forma diferente, sendo simplesmente diferente de todas.
Ele, por outro lado, resguardava a timidez, característica de sua personalidade frágil com relação ao que não compreendia.
Era um rapaz altivo, porém, jovem. Tinha pressa de conhecer e saber as coisas do mundo, garoto suburbano de pais humildes que trabalhavam para que ele pudesse completar os estudos.
Certo dia, no verão de 67, num Brasil onde todas as palavras precisavam ser medidas, desmediu um ato. Decidiu que Angélica não seria mais sua relação do imaginário. Esbarrou quase que propositalmente nela no meio do gramada da Universidade, e disse:
_Perdão! Desculpa mesmo incomodar. É que eu te vejo sempre, e bom... Você nem deve saber quem eu sou, mas...
Prontamente, foi interrompido por ela:
_Você é o Carlos, eu te conheço sim.
E sorriu. Sorriso esse que queimava no coração dele como uma tocha de coragem, um farol entre seus pensamentos de medo da rejeição. Coragem para fazer a tal pergunta:
_Não aceitaria sair? Eu conheço um barzinho legal na Lapa, com viola e cerveja.
Ela aprontou um amplo sorriso, pois percebia o nervosismo do garoto e apesar dos pesares, ele estava ali, tremendo mas com muita coragem em sua tremedeira.
_Vamos! Ela respondeu.
Prontamente se despediram após marcarem o horário de encontro. Era fim de semestre, quando qualquer aula perdida poderia ser prejuízo.
Eram 22:00 da noite, e a Lapa reinava sublime. Era o auge da Bossa de Vinícius e Tom, que ecoava nos ladrilhos históricos, em nuances carnavalescas com o samba raiz que o carioca entoava com um hino.
A alegria dos presentes era visível. Casais dançavam juntos em bares, com suas bebidas. Rapazes em seus ternos polidos e moças em seus vestidos de cores tão diversas, que eram uma atração visual, um Taj Mahal arco-íris.
Ele já estava lá quando ela chegou, havia separado uma mesa pequena para dois, aconchegante o suficiente para equilibrar conversas como vida, amores, futuros projetos e etc...
Ela falava, ele bobo, olhava e admirava como se fosse a própria rainha da Inglaterra que estivesse discursando particularmente para um único súdito.
Era normal. Todo homem apaixonado cria para si a ideia de um momento, um momento que ele vê como algo possível, mas improvável. Ela estar ali, se divertindo com ele era o algo impossível de se imaginário.
Perdeu o controle quando viu que ela sabia seu nome, e perdeu o jogo quando ela aceitou o convite. Estava totalmente entregue.
Dançaram por horas. Entre pausas e danças, fluiu uma pergunta vinda da moça:
_Acha que o amor é pra todos?
Ele ficou sem resposta, de pé, encarando-a. Então disse:
_Acho que tô prestes a descobrir.
Aquele foi o gatilho, o estopim dos muitos sentimento. O amor era o sentimento sublime que construiu a maior parte da filosofia poética, ferindo de morte os corações desavisados, no crepúsculo da inocência que circundava o homem.
Beijaram-se como casais bem mais antigos, como se estivessem juntos a décadas, uma conexão extremamente rara, uma rosa nascida no concreto dos dias ácidos que corroíam a nação.
Mas brotou, com a força dos bárbaros, e a leveza dos artistas.
Já estavam juntos à 3 anos, e em 1970 era ano de Copa Do Mundo. Ele já era um médico iniciante que acabara de receber uma proposta que poderia mudar sua vida completamente.
Seus muitos contatos universitários trouxeram a ímpar oportunidade de um intercâmbio na Universidade de Cambridge, uma das mais renomadas do mundo. E uma oportunidade tão incrível, poderia não ocorrer duas vezes.
Correu até o apartamento que tinham em conjunto, era pequeno, sem muito brilho, mas era dos dois. Aquele pedaço de paraíso como costumavam chamar. Esbaforido, e exausto de tanto correr para chegar e anunciar à sua amada a notícia tão aguardada.
Ela pressentiu e com um sorriso e olhos marejados entendeu o que ele pretendia dizer no momento em que abriu a porta.
_To contigo! Vai viver nosso sonho, amor. Estarei aqui quando voltar.
Arrumaram as malas juntos, e se encaravam, rindo copiosamente da situação. O sonho de um era o sonho do outro. A distância seria vencida no devido tempo e em seus moldes.
Desceram as escadas do apartamento, e em suas alegrias que se misturavam com a festa pelo gol salvador de Jairzinho, partiram para o aeroporto.
O check-in foi feito assim que chegaram.
_Me responda sempre que possível. E use os casacos, lá é inverno.
_Eu sei, amor.
Ele respondeu.
_Assim que chegar eu dou um jeito de falar com você.
Ela assentiu com a cabeça, como quem entendeu.
_Te amo, lembre-se disso antes de dormir e ao acordar. Você é único, é tudo.
Ele não respondeu. Sua solitária lágrima que delicadamente escorreu de seu rosto, seguido de um beijo.
_Você estará comigo em cada momento.
Respondeu olhando repetidamente para trás e dizendo "eu te amo" em sussurros, até entrar no avião. Partindo para o grande momento.
Depois de 1 ano nos Estados Unidos, correspondiam-se com frequencia. Mas naquela manhã fria e de neve, recebeu um telefonema que não esperava. Era seu pai:
_Oi filho. Eu preciso que volte para o Brasil. É a Angélica, ela...
Relutou em dizer.
_Pai, o que aconteceu? -Disse ele assustado.
_Ela... teve um mal súbito, filho. Encontramos ela caída no apartamento. Eu sinto muito, filho. Ela não resistiu.
Soltou o telefone naquele momento, se negava a acreditar, enquanto gritava encolhido no chão da universidade. Nunca imaginara um mundo onde Angélica não estava, e aquilo doía de formas que a morte seria melhor.
Foi para o alojamento e arrumou suas malas com a ajuda dos colegas. Lembrou-se que sua ajudante na última vez que fez aquilo nunca mais o ajudaria. Sentou-se no chuveiro e por meia hora ficou lá. E suas lágrimas confundiam-se com a água que caía, e que por capricho, não escorriam seu sofrimento até o ralo.
Partiu para o Rio de Janeiro no mesmo dia. 12 horas depois, chegou a um Rio que não era semelhante ao que viveu. Chuvoso e frio, como se o céu sangrasse por ela.
Ele negava-se a entrar na igreja onde o corpo era velado. Como crer naquilo? Era ela, a pessoa que mais amava em todo o mundo, e que 3 dias antes havia falado com ele.
Olhou-a distante, de longe, estava linda, uma flor pálida.
Carlos saiu durante o enterro e seguiu até um lugar comum para ele, a Lapa.
Naquela noite não houve samba, não houve músicas e alegria. Era só ele, sua dor e sua lembrança.
"Lembre-se que te amo, quando dormir e ao acordar."
Lembrou-se disso todos os sábados a noite, por 30 anos, quando ia para o mesmo lugar onde se conheceram. Pedia 2 copos de cerveja e um sempre terminava a noite cheio.
"Realizei nosso sonho, meu amor."
Ele conheceu outra pessoa, a qual amou e construiu família. Mas nunca amou como aquela a quem amou na juventude. Nunca houve outra Angélica.
Nem as rosas pouco falantes de Cartola expressavam sua dor eterna, tão eterna quanto seu amor e gratidão.
Tenho alma de Outono;
Sim, gosto de dias de chuva cinzentos de melancolia e inspiração!
De cheiro de mato colorido e de brisa levemente fria para refrescar a mente!
Somos verso e poesia
Outono e ventania
Praia e carioca
Somos pão e padaria
Piano e melodia
Filme e pipoca
De dois corações um só se fez
Um que vale mais que dois ou três
Os sinos tocam as estações desabrocha o outono flor
Minha alma grita no estalar do amor
Sucumbido ao deleito cedo a oração que se converte em um reza repetitiva da sua volta...; dor
caminho na escoras da vida e no lamento cor dos meus ossos e folhas âmbar
As lagrimas no ecoar cair pesadas e no seu durar
As noites dopar meus olhos derrama na madrugada sem domar
queria dizer algo e sendo as palavras ditas o dever de depor e
datar a cura
Criar as esperanças certas pois citar a dor do coração neste chiado que cegado-me canto o cantar de banir a solidão que sempre estar á boiar
Bicar seus lábios e beber sua beleza
Banir sem bater na tristeza para lembrar da dor que é viver sem ti
esperar e atuar sem mentiras no palco da vida andar anuir meus sentimentos antes que arranque minha vida destas linhas que caminho e a vida novamente armar
E antes de tira das minhas veias o sangue e corre este amor, te você outra vez para sempre pois o pavor de não acertar o alvor
do oblíquo altar
emitir meus votos emanar o elixir do amor duradouro
elevar a felicidade e eleger minha rainha
ejetar tudo que te faz infeliz
educar meus modos editor e editar as palavras que
díspar e não duelar com suas emoções
Por Charlanes Oliveira Santos ( Charles )
Se obscuro denso aroma solidificado
Vejo o tempo em estações sucumbi
Vermelho ramo do outono esbranquiçar a noite na luz prateada
luzes artificial metais e sombras esquadrilhadas
Ando entre meus próprios passos; pesamentos-questão deixo que morra em mim seus olhos?
Se de repente você me esquecer deixe no coração raízes onde possa brotar outra vez a solidão da minha alma
Sua doçura implacável hó flor, escalar até seus lábios entrelaçados na nevoa implacável pois no frio sentirá a vontade de um amor para aquecer-la
Em mim todo esse fogo também deixara de existe? e extinguido lembranças procurarei me congelar onde meu sangue não possa mais correr
Sobre as brasas a lança permitirei que me transpassa o coração
que morra a alma e sobre o sangue respira o corpo
Derreta em gotas e escorre pelo caminho e nesta jornada
alcanço o morro de Amom e surgirei com novas asas
Sou tua eterna devedora!
Devo-te por trazer-me, no meu outono,
a PRIMAVERA
Generosamente,
trouxeste-me jardins das flores mais belas!
Flores de estufa, raras e delicadas;
assim como aquelas miúdas, rústicas,
nascidas ao vento.
Como com elas, o meu amor por ti é contraditório:
quero ver-te como as flores que crescem livres no campo
e, ao mesmo tempo, anseio colocar-te em delicada redoma,
onde eu pudesse cercar-te de zelos.
Cika Parolin
Senhor Outono como está?
Espero que controle o seu ventinho atrevido
Coitados dos estendais
Voam incessantemente
Como as folhas a esvoaçar
Como o guarda chuva a fugir
Como o sol reservado
Que se esconde no imenso céu nublado
Sr. Outono sê bonzinho
Deixe o sol visitar os nossos dias cinzentos
Para a alma ficar mais alegre
E o espírito mais calmo
E apaziguar
As vidas um tanto nostálgicas
Das férias do Verão
Da praia azulada
Da areia dourada.....
Essências de Outono
O outono Trás o teu brilhante olhar,
Como as tempestades das folhas a voar!
Adoro as cores do teu sorriso a brilhar,
Na janela o teu orgulho a flutuar!
Como é bom aquele calor humano enroscados os dois a sorrir,
Lá fora o frio a espreitar!
Saltarmos nas folhas crocantes e coloridas que caem das arvores despidas sem folhas a cobrir,
As castanhas assadas trazem o cheiro típico do sabor do outono com o vinho a abrir!
O tempo é mais para nós dois a florir,
Com amor para amar e usufruir!
As folhas descrevem um poeta com caneta a escrever e sorrir,
Junto com um pintor a pintar as cores das paisagem com sol a luzir!
A vida é as quatros estacões com estradas a descobrir,
O outono e monótono mas com qualidades a usufruir!
Só não vê o bom da vida com sol a luzir,
Quem não aproveita as cores do outono na tela por ti a sorrir!
O envelhecimento
Não é apenas o Outono
Ou o Inverno da vida
É a época da colheita
De voltar a ser criança
As estações
Quando caem as folhas de outono
É sinal de que surgirá em breve
Uma doce primavera Um novo tempo, uma nova estação
São os ciclos da vida, celebrando
O tempo divino da existência
Repara na chegada da primavera
Das flores que desabrocham
Anunciando mais uma etapa da vida
Repara na beleza dos pássaros
Que voam livremente, é o Tempo de chegada e de partida.
Em cada destino na trajetória de cada existência Haverá uma certeza no caminho
Foi no tempo em que se propôs
A liberdade de escolher Viver a tua própria vida. Uns dizem que é a sina que se
Destina, outros dizem que é apenas o livre arbítrio Porém sendo o tempo
O maior aliado das vitórias E das derrotas, segue confiante
Pois a caminhada é constante.
Outono chegando e riscando meu chão.
Cada folha representa um sentimento que fica, dando margem a outros que chegam.
Meus passos vão seguindo em busca do melhor.
No verão o sol brilha intensamente e as plantas crescem.
No outono o vento desfolha as árvores e as paisagens ficam cinza.
No inverno chuvas, frio, gelo e neve fazem as plantas ficarem ociosas.
Mas com a chegada da primavera a vida renasce e as cores voltam a prevalecer.
Assim são as nossas vidas, passamos também por várias estações que fazem a gente crescer, termos paciência, prudência, resignação, renascimento, esperança, paz, tristeza, alegria e felicidade.
Como a natureza, vamos fazer a transformação de tudo aquilo que nós queremos mudar.
Por que a natureza faz a dela com perfeição.
Folhas de outono
Aquela fina e leve seda
Transparecia o teu corpo
Encostava em tua pele
Após uma palestra
A volta pra casa era distante
E o meu corpo pedia,
Somente descanso
Foi quando Num instante
Eu me despejei
Lancei meu corpo
Sobre aquele banco de madeira
Banquinho de praça mesmo
O sol pouco nítido,
embaçado num clima abaixo de zero
Era tudo o que se podia ver
Naquela tardezinha...
Era outono, E haviam galhos
muitos troncos e galhos despidos
Pelo contratempo da estação
Folhas semelhantes á flores
Amarelinhas, que passeavam
Levadas por qualquer vento
Onde uma e outra, caiam sob mim
E uma jaqueta se certificava
de me agasalhar
E me proteger
Daquele espetáculo natural
Ensaiado e encenando
Destaque anual
E uma mutidão de solidão
Passou ali
Foi quando me enchi de coragem
Minhas pernas me deixavam sob os pés
Meus braços se abriam
E eu sentia aquela brisa me balançar
como aquele pneu pendurado numa corda
Esperando qualquer dia
Que uma criança sequer
Perceba o quão bom é
Se balançar no outono
Num finzinho de tarde
No caminho de casa.
Ventania
Essa ventania conturbada
Balança os galhos
Caem as folhas de outono
No telhado da prima
A Prima Vera
Levam raiz, de galho em galho
Que em dureza se desdobra
E não transmutam
Nem voam
E ao serem flexíveis ao vento
Com toda sua intensidade
Força e perversidade
Ali permanecem
Então chega uma hora
Que cansam os ventos
E a árvore continua á morar
Em sua terra natal
Outrora com renovo
Em suas folhas que sombreiam
Da casinha
o nosso quintal
No final do outono de 2002, eu tive sorte! A minha vida estava do jeito que eu sempre quis... tinha 20 anos, era Cadete PM do 2º Ano do CFO, o maior medalhista do Atletismo da APM D. João VI, e saía com os meus amigos de turma, todos estavam vivos... era perfeito! Porém, o mais importante, eu tinha você! A conheci em um domingo (02 de junho) no Caneco 90 e assim que a vi, eu soube... era como se tudo antes fosse preto e branco, e, repentinamente, as cores apareceram! É impressionante como uma pessoa pode mudar a sua vida... para o bem ou para o mal!
Quero
Quero
tua voz
de outono
em todas as estações
voz modulada
e rouca
com sede
de música…
tua voz que me deixa louca.
Quero e te quero.
Folhas de Outono
Cá estou eu em seus braços
Em laços
Depois de um voo raso
Depois de um sopro farto
Raro
Cá estou eu sem rumo
Me arrumo
Pelo seu rumo
Como folhas secas de outono
Ah, as folhas de outono
Cheias de amor
Cheias de cor
Frágeis como o amor
Que ao menor sinal de calor
Se entregam e se deixam ir
Planando sobre seu próprio mar em tons de ocre
E pousam
Repousam
Ah, as folhas de outono
Cheias de mim
Cheias de ti
Cheias de si