Outono
IDENTIDADE
Sensação de outono.
Em que folhas soltas
ao vento se perdem leves,
em total desapego.
É quando me percebo
mais amiúde, transmutada.
Sempre em profusa doação,
me acompanho: adubo da terra,
úmido limbo, absorvido
pelas pedras, sal e lama.
Entregue às estações,
desprendida, aceito o ciclo
da regeneração.
Tudo sentindo, fundo.
E ao sentir, espalho palavras,
assim como as folhas ao vento.
Renovo-me.
Assim sou parte.
Nos Teus Olhos
Nos teus olhos não há inverno
ou outono
ou tom
que não tenha prazer
e lágrimas de morrer
por um anseio secreto
Nos teus olhos é sempre primavera
e há sempre uma vela
acesa
com o desejo à mesa
servido antes do café
com toda a fé
ardente
no que não se entende
Nos teus olhos existem caminhos sem volta
há abismos e precipícios
profundos
de dois mundos
que buscam se encontrar
há minha sede de amar
e teu vício de estar
Outono
A névoa paira sobre os morros
O verde se funde ao cinza, nuanças
gradativas, nada linear...
As mãos e a boca quente
contrastam com o rosto que padece com a brisa gélida...
O coração se aquece com as lembranças dos beijos cálidos dela...
Na mão, meia taça do seu merlot favorito,
Nos pensamentos, o predomínio daqueles olhos castanhos, doces...
Pela janela observa os plátanos com suas folhas já amareladas, outras secas avermelhas se desprendem e caem lentamente, dançam num zigue-zague suave até o chão molhado...
O ritual é uma despedida, o último espetáculo, o agradecimento pela companhia...
Entre um gole e outro de vinho, o consolo, após o inverno rigoroso virá a primavera, e tudo voltará a florir...
Ao fim do outono as árvores estavam despidas.
O solo, encoberto pelas folhas denotava a estação.
O insípido destino me trouxera aquele largo sorriso,
dentes brancos que revelavam calmaria,
um olhar expressivo que suspendia a respiração.
Ele mergulhava nas incertezas do desconhecido,
e eu... eu o observava transfigurar meu coração.
“Sentada na praça vi o outono chegar, folhas secas voando ao léu. Assim como as folhas voando tranquilas para longe, vi meus sentimentos “secos” voando tranquilamente à espera da nova estação, ao encontro da primavera da Minh'alma."
Amara Antara
MEU JARDIM
Flores de Outono (TROVINHA)
Minhas flores de outono,
Aguardando o inverno,
São cores de belos sonhos,
São meus amores eternos.
Nos momentos de solidão os pensamentos caem feito folhas no outono. Penso em seguir em frente, mais a solidão e a angústia não me deixam, mesmo que eu procure outros objetos de divertimento esperando com isso atordoar este sentimento. Me encontro sublime, de maneira que sinto tamanha força de vontade de alcançar o Santo Graal da divina comédia humana. O tempo passa as horas se vão e os minutos ficam para traz, simbolizando a findável procura pelo seu eu interior sem saber que o entendimento só lhe encontra nos seus últimos minutos contemplando a mais bela obra de arte enigmática, ah natureza!
Antonowiski. J.L
América do Sul - Ano 19
Num outono, as vezes todas as dias onde tempestades vem a tarde como a noite se esquente mais ou menos. Havia a terra era muita linda e maravilhosa onde um garoto veio e vê assim no seu ponto da vista.... E então ele olha uma garota tão muita especial...... O garoto pergunta "Você quiser falar comigo?" e A garota sorria contentemente que ele via, finalmente respondia "Sim". Enfim, eles saíram como a porta abre-se e então um segundo fecha-se.
E quando já fores folha de outono
Esperar-te-ei no meu verde chão
Junto às raízes de alma fresca
Para te cobrir de luz de orvalho.
Não vejo mais o sol
Nem o anoitecer
Verão, outono ou inverno
Nem sei o quanto corri
Eu fui destinado a fazer
Essa perseguição
Desde aquele momento
Que eu nasci
Na primavera apreciar a beleza da flor, no verão o frescor da água, o outono cada fruta e seu sabor. E no inverno? O calor de alguém e seu amor.
A vida tem suas fases, cada momento único de ser, todo instante tem seu milagre, importa-nos pois viver.
Nem sempre é mar de rosas, ou brisa suave a soprar, por vezes calamidades, furacões e tremores, mas precisamos ser resilientes, e cuidar bem de nossos amores.
Menina não chores
Uma porta se abriu siga diante neste outono de abril,
As folhas amarelas caem,
tuas lágrimas não o vento
Sopra sobre teu coração
Era Chique, Era Bom...
Era chique, era bom sentir o frio
de outono-inverno em nossa carne moça.
Era assim como um rio, um grande rio
marulhando por nós em dom e força.
Nariz e pernas frias... doce cio
a coruscar nas vísceras... a nossa
pele arrepiada ao ressoprar macio
da noite toda olhos... noite moça...
Era chique, era bom, era divino:
eras minha menina, e eu teu menino —
a vida um sonho bem da cor da lava...
De sorte, nega, que eu já te esperava:
meu coração sentia quando vinhas —
tuas saudades a transar com as minhas.
LA
Outonando
Outono de brisas frias
vindas de tantos lugares
trazendo junto melodias
do céu, da terra e dos mares
Amo o outono tão quieto
folhas amarelas que se vão
em uma canção de afeto
tocando junto ao coração...
O que posso dizer do outono que vive em você ?
em cada fio, prova cabal
herança da viva, alvorada de logradouro...
É a primeira vez que vejo Bronze é mais reluzente que o próprio Ouro.
Estonteante e radiante. Reluzente como a luz
Quente como o fogo, eterno e inesquecível.
Não tenho mais palavras, pra descrever o quanto és bela.
RAÍZES DE OUTONO
Mãe amada
É primeiro de abril
A ti já se viu
Inflamados discursos
Convenientes aos ursos
Momentos diversos
Hoje povo disperso
Nos deixaram mais pertos
Nesse momento
Alegria e alento
As folhas caem
E a raiz fortifica
Beleza que implica
Um novo porvir
Feliz leniência
Onde a conveniência
Não tem vez e nem voz
Estação do amor
Desabrocha em nós!