Outono

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Já fui inverno rigoroso, calor intenso de verão e folha seca de outono. Hoje sou primavera, uma nova estação.

Quero alguém que me ame demais

Não quero amor de primeiro dia, amor de verão, amor de outono, primavera, inverno..
quero estações completas, apaixonas e sinceras. Quero ter a certeza - e senti-lá - de que tudo é mesmo real e de que eu mereço.
Quero alguém que me abraçe forte, e que me diga o que pensa, que não tenha medo de ficar calado, ou de falar. Quero alguém que não me diga o que eu quero escutar, mas o que eu preciso.
Não quero uma vida inteira, quero momentos. Rir quando a vontade bater, e deixar as lágrimas rolarem quando as emoções forem fortes.
Quero um muro, uma rocha. Algo como certeza, força, grandeza. Não quero beleza, nem dinheiro. Quero jeito.
E quero ser capaz de ser tudo isso também.

Me deixem ficar aqui apenas
sozinha no meu quarto
a contemplar as folhas secas do outono
que se amontoam pelo chão
levadas e trazidas pelo vento...
Deixem-me ouvir o som das nuvens
e admirar suas formas negras...
Deixem-me suspirar pela vida
que reflete no meu ser
assim, penso nas horas
que não posso mais perder
e nas que eu perdi...

Eu quero um amor de verão, que floresça na primavera, dê frutos no outono e me esquente no inverno.

E como no outono as folhas caem para se renovarem com as estações seguintes. Aqui estou eu, sem medos, só permitindo minhas folhas se libertarem para as próximas estações que vivenciarei.

Silêncio de outono.
Nem o grito do carteiro...
cochicho de folhas.

sol quente de outono
a mão do amigo morto
toca meu ombro

Outono -
uma folha úmida
cobriu o número da casa.

No ocaso do outono
só o carrapicho gruda
na velha calça...

vento de outono
a silenciosa colina
muda me responde

princípio de outono
sol pálido
no céu branco

figos pretos
em farrapos nas figueiras
chuva de outono

ao vento de outono
a sineta de ferro
subitamente toca!

Move-te ó tumba!
Meu pranto
é o vento do outono.

Quando algo que você goste acabar, ou simplesmente ir embora, lembre-se que as folhas do outono não caem porque querem e sim porque é chegada a hora.

Não percebi a chegada do outono. Mas eu sentia que estava embarcando numa nova estação: todas as árvores que (não) plantei, de repente, estavam nuas. E eu caminhava num tapete de folhas e flores. Os caminhos também se estreitaram e tive uma sucessão de perdas, ou melhor, tive uma sucessão de trocas. E assim, como toda pessoa que tem um coração pulsando, fiquei assustada demais com as mudanças. Mas agora já consigo perceber beleza na nudez de cada uma das minhas árvores prediletas. Elas apenas estão trocando de roupa enquanto eu troco de pele, tamanha cumplicidade.

Outono me faz lembrar que
mudo as minhas folhas, mas nunca
as minhas raízes.
Que passo por estações,
mas deixo as minhas sementes.
Que o vento que me balança
também espalha o meu perfume.

Exatamente como a árvore do outono que não sente o perder de suas folhas nem quando a chuva, a geada e o sol lhe resvalam pelo tronco, e a vida se retira para o mais íntimo e recôndito de si mesma. Ela não morre. Espera.
(Demian)

O Monte

Guardo o teu beijo, eterno beijo, na memória.
No outono cinzento, a despedida, último adeus,
Porque foste sem deixar-me uma esperança...
De reviver o teu carinho e os lábios teus!

Amargurando o teu partir, restou-me o beijo.
Sonho desfeito, nem as folhas esqueceram,
Em dias de chuva, de relembrá-lo ao pé do Tejo,
Brincando algures junto às brisas que passavam!

As estações se sucederam desde então!
Alma enfraquecida, olhar perdido no horizonte,
Encontrei na escrita o que precisava o coração,
Um mentor para me levar ao cimo deste monte...

Trago a utopia de uma espera que me amadureceu!
Cedo o destino e a vida; ao tempo, entrego a morte,
Mas na esperança de beijar-te uma outra vez a olhar o céu..
Porque em cima daquele monte eu acredito que voltarei a ter sorte.

Do meu outono os desfolhos,
Os astros do teu verão,
A languidez de teus olhos
Inspiram minha canção...