Os Seres Vivos

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Se vivemos para melhorar o mundo... o que estamos fazendo vivos então? ...

Quando morto estiver meu corpo, evitem os inúteis disfarces, os disfarces com que os vivos procuram apagar no morto o grande castigo da morte.

Não quero caixão de verniz nem ramalhetes distintos, superfinos candelabros e nem as discretas decorações.

Quero a morte com mau gosto!

Dêem-me coroas de pano, flores de roxo pano, angustiosas flores de pano, enormes coroas maciças como salva-vidas, com fitas negras pendentes.

E descubram bem a minha cara.

Que vejam bem os amigos a incerteza, o pavor, o pasmo. E cada um leve bem nítida a idéia da própria morte.

Descubram bem minhas mãos!

Meus amigos, olhem as mãos!

Onde andaram, o que fizeram, em que sexos demoraram seus dedos sabidos?

Meus amigos, olhem as mãos que mentiram a vossas mãos!

Foram esboçados nelas todos os gestos malditos: até os furtos fracassados e os interrompidos assassinatos. Mãos que fugiram da suprema purificação dos possíveis suicídios.

Descubram e exibam todo meu corpo, as partes excomungadas, as partes sujas sem perdão.

Eu quero a morte nua e crua, terrífica e habitual.

Quero ser um tal defunto, um morto tão acabado, tão aflitivo e pungente, que possam ver, os meus amigos, que morre-se do mesmo jeito como se vão os penetras escorraçados, as prostitutas recusadas, os amantes despedidos, que saem enxotados mas voltariam sem brio a qualquer gesto de chamada.

Meus amigos, tenham pena – senão do morto – aos menos dos dois sapatos do morto. Olhem bem para eles. E para os vossos também!

HORIZONTE SOLAR

As palavras, signos vivos
Metáforas, metonímias, simbolismos
Oceano de sensações, emoções, campânulas
Sons de sino numa tarde úmida e solar
Pulsam nos corações dos habitantes
Da casa litoral cercada por um muro
Arejado de brahamazul, exaurido pelo movimento
Da (e)terna maresia dos elementos
Fluxo fugaz, vida vinda do horizonte
Palavras, pulsações azuis
Sinestesias, sentimentos antagônicos
Signos pulsando apascentados
Nutrem-se de "blues" tibetanos, harmonizados
No olhar da mulher que abre a janela
E percebe que o céu é o seu lar
E vê sua alma aproximar-se
Em ondas como se quisesse lhe afogar
Ilimitada e tênue quietude
Na pracinha próxima à praia
A infinitude perpassa a todos e a tudo
Os sons do bronze pulsando as horas
Simultâneas ao pulsar da emoção
Renova a espiritualidade do lugar
Através das palavras o poeta viaja para algures
Os períodos ficam, nascem, fluem no papel
Em direção a nenhures.
Renova na vida diacrônica
A nova geração desse mar. De emoções
O homem antigo, passeia antanho êxtase
Agora diáfano bruxuleio de sensações
Repetem-se nesta hora as rotinas diluídas
Na exuberância da vaga a marulhar
Na areia da praia raia outra vez
O luar primeiro, nunca rotineiro
A banhar a mureta branca
Caiada de argêntea cintilação
Simulando amparo à morada dos sonhos
Protegida pela estação de ondas, aeronavegação
O horizonte longínquo faz sonhar
Quantas criaturas extinguiram-se
Nessa casa de ondas brancas
Como o voar da andorinha imortal de asas brancas
Quantos pássaros sobrevoaram gerações de criaturas
De areia. Paixões nasceram de seus sonhos
E as palavras continuam depois a moldar a massa
Do homem a volver poeira no continuum do tempo
A história construída no pó do Absurdo e da Graça
Não fosse a palavra alada dos versos
Singrar o sangue da posteridade
E o signo homem, de outro tempo e dimensão
De Áries a Peixes, d´outrora, de todas as idades
Teria se diluído em nada
O sonho e a ilusão de todo esse azul
Ninguém jamais poderia espreitar
Da janela do tempo porvir
Os seres que habitavam a pequena vivenda
A mureta caiada do sol da soledad, maresia
De uma solidão serena, suave, sem nome
Pessoas comparsa das lendas do vento norte
Sócios das histórias de pescador
Mistérios do imaginário desse lugar de céu azul
O universo a murmurar na praia à velocidade da luz
E a pracinha ao lado
Também caiada de branco e "blues"
(Sereno Hopefaith

Quero apenas ser o final dos teus caminhos.
Nesta procura louca que nos mantem vivos.

COMO CONSEGUIMOS SOBREVIVER?

Pensando bem, é difícil acreditar que estejamos vivos até hoje!
Quando éramos pequenos, viajávamos de carro sem cintos de segurança, sem freio especial e sem air bags.
Os vidros de remédios ou as garrafas de refrigerantes não tinham tampinha de segurança, nem data de validade.
A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada.
Andávamos de bicicleta sem usar capacete e passávamos as tardes construindo nossas pipas ou nossos carrinhos de rolimã...
E a gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que déssemos de cara com uma árvore...
Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo;
Nossos pais, às vezes, não sabiam exatamente onde estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo.
E nem existiam celulares. Incrível!
A gente procurava encrenca...
Quantos machucados e ossos quebrados...
Mas, ninguém denunciava ninguém.
Eram só 'acidentes'. Nunca o culpado era encontrado.
Você lembra destes incidentes? Janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho...
Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos.
Mesmo que nos machucássemos e chorássemos, passava rápido...
A gente comia muito doce, pão com muita manteiga, mas ninguém era obeso.
No máximo, um gordinho saudável... Nem se falava em colesterol!
Não existia videogame, nem computador, nem internet... Tínhamos, simplesmente, amigos!
Inventávamos jogos: com pedras, feijões ou cartas.
Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos, e outros animaizinhos, mesmo se ouvíssemos que era porcaria!
As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza.
Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado ou mastigar chicletes na classe!
As nossas iniciativas eram 'nossas', mas, as conseqüências também.
Ninguém se escondia atrás do outro. Os nossos pais eram sempre do lado da lei quando transgredíamos a regras. Se nos comportávamos mal, ficávamos de castigo.
Sabíamos que, quando os pais diziam 'não', era 'não'.
A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário e só!
Eram presentes dados por amor e não por culpa!
E nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos...
Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos 'solucionadores' de problemas.
Não é que aprendemos a resolver tudo, e sozinhos?
Se você é um destes sobreviventes, parabéns!
Você curtiu os anos mais felizes de sua vida.

Desconhecido

Nota: A autoria do texto é muitas vezes atribuída erroneamente a Luis Fernando Verissimo.

Para morrer basta estar vivo, mas para amar, chorar e se sentir feliz, temos que estar vivos. Sendo assim curta a vida preze-a e libertesse de seus medos, inseguranças e maldades pois ela é uma só e nosso tempo mesmo que se defina em anos é muito curto.

⁠Se você não tem pais e avós vivos, tenha pelo menos respeito com as pessoas que estão no grupo de risco.
E achar que é forte por ter imunidade não dar o direto de desrespeitar uma pandemia que acabou com muitas pessoas.
Não me venha com essa hipocrisia de Deus acima de todos.

⁠A vida, o acaso nos brinda com presentes vivos
de valores incalculáveis,"os amigos",
e sem sombra de dúvidas, estes são anjos
para dividirem conosco as alegrias,acrescentarem
felicidades, e curarem com suas palavras,
quaisquer feridas.

Estamos presos vivos em nós mesmo.
Presos em pensamentos,
Presos em sentimentos.
A morte mental do indivíduo começa se manisfestar após perder seu entusiasmo.

Nosso cérebro não tem a função de nos dar alegria e sim de poupar energia e de nos manter vivos. Confie em Deus.

⁠Acaba bem
.
Todo meu passado
Num recorte de papel
Está contado.
.
A vida em versos vivos
Se vos conta
De um amor que não tem conta.
.
Se era ela a pretendida
Eu já não sei,
Sei apenas não ser eu pretenso dela.
.
Todo meu escrito
Num papel amarelado
Pelo tempo mal tradado!!!
.
Minha vida numa fábula
Se vos conta...
A história não acaba bem.
.
Edney Valentim Araújo
1994...

⁠Redundâncias

Ter medo da morte
é coisa dos vivos
o morto está livre
de tudo o que é vida.

Ter apego ao mundo
é coisa dos vivos
para o morto não há
(não houve)
raios rios risos.

E ninguém viver a morte
quer morto quer vivo
mera noção que existe
só enquanto existo.

As vozes dos vivos
Os gritos dos mortos
O silencio dos inocentes
A dor dos perdidos

A morte dos nos corações
A dor dos vivos
Dos abandonados
Dos perdidos
E o silencio dos encontrados

Mesmo todo o amor possível
Nunca será falado
Apenas o silencio dos perdidos
Nunca será quebrado.

Frente ao túmulo paterno, apodrecem os corpos vivos dos filhos.

Esperança

O sentimento que nos move, que nos mantém vivos.
Esperança é o sentimento que dá sentido a vida.
Disposição do espírito que induz a esperar que uma coisa se há de realizar ou suceder.
Esperar algo, expectativa, coisa que se espera, confiança.
A esperança nos faz acreditar em Deus, nas pessoas, no futuro.
Esperança de um novo amanhã.
Esperança de dias melhores.
Esperança de que construiremos nossa vida, nossa família ou de mudar de vida.
Esperança de conquistar.
Esperança de romper.
Esperança de perdoar, de receber perdão.
Esperança de amar, de ser amado.
Esperança de ser um alguém melhor pra si ou para aqueles que nos cercam.
Esperança de ser feliz, pleno.
Não se vive sem esperança.
Até no desapontamento, a esperança nasce, ali. Lá no íntimo, no mais profundo, no escondido.
Ainda que marcados pela dor.
Pois, quando não se tem esperança a vida se esvai.


Claiton de Paula.

Amor
Todos precisamos de amor, para podermos nos sentir mais vivos; cada qual tem seu
próprio entendimento do que seja amor,
naquilo em que sua mente consiga basear-se,guiada ou não por seu espirito ;muitos tem no seu entendimento que seja um sentimento libidinoso e mercantil ,mas isto é algo que no decorrer de sua evolução mesmo que tardiamente será mudado;
no meu entendimento do que seja amor,
ele o amor é o sub-estado ao que nos deixa plenos ,como ele o amor é pura
sublimidade ,temos a sensação de que
ele seja o estado maior a que se possa
alcançar ,mas para mim o amor trata-se
de uma maravilhosa ponte que nos
interliga ao estado pleno .O amor não é o
estado maior à que possamos alcançar
por que ele é passível e não há quem
se mantenha a salvo desta passividade ,por que não há quem não tenha sido amado ,(portanto a todos fora mostrado a ponte
que leva ao estado pleno); creio que uma das maiores passividades que aflija
o amor seja aceitar ofensas que muitas
vezes nem as são de fato por tratar-se
de equívocos ;e seguindo nesta "linha" o
da passividade há uma infinidade que o
aflija ,dentre elas a opressão,por medo
de perde-lo o coloca ao excesso de
proteção e é justamente por defende-lo demais que o ataca ,lhe tirando a essência
e pondo-o ao isolamento ;o amor não deva
ser protegido ao ponto de ser isolado ,por incorrer no risco de se tornar qualquer
outra "coisa";a essência do amor é a
sua propagação de um ao outro ,fora deste
contexto descambamos para qualquer
outro tipo de sentimento o que não o seja o de propriamente o de amar ;
se Jesus Cristo tivesse dito ao segundo que
não poderia ama-lo por que estaria
amando alguém então ele não teria
propagado o amor e teria feito do amor
o que muitos fazem hoje : fazem do amor
um refém de si a si mesmo ,e o rebaixam
confundido-o com um outro tipo de sentimento ,o sentimento libidinoso .
E naquilo que não cala-se e pergunta-nos:
seguiremos sempre margeados pela fé
num rio de hipocrisia ou seguiremos os
ensinamentos de Jesus Cristo ,num rio de
fé com mais e mais afluentes ,onde não
falte amor a quem quer que seja e que
toda vida seja esplandecente.

Alguém só morre quando é esquecido.
Por isso existem mortos vivos; e vivos mortos.

Vida ;que possamos a cada dia agradecer ,por estamos vivos e com saúde,viva ,ria ,chore, abrace,fale eu te amo ,não importa mais faça tudo com amor ,se ame e ame as pessoas em sua volta ,se jogares pedras lhe retribua com rosas na vida e retorno retribua com rosas hoje pra colher os ramalhetes.. sorria jesus te ama ....

Continue sonhando

Sonhar é combustível
Que precisamos pra nos manter vivos.
Não use a ilusão
Viver iludido é
Viver no precipício.

Meire Perola Santos
30/11/2016
11:29

Correspondências

A Natureza é um templo onde vivos pilares
Deixam sair às vezes palavras confusas:
Por florestas de símbolos, lá o homem cruza
Observado por olhos ali familiares.
Tal longos ecos longe lá se confundem
Dentro de tenebrosa e profunda unidade
Imensa como a noite e como a claridade,
Os perfumes, as cores e os sons se transfundem.
Perfumes de frescor tal a carne de infantes,
Doces como o oboé, verdes igual ao prado,
– Mais outros, corrompidos, ricos, triunfantes,
Possuindo a expansão de algo inacabado,
Tal como o âmbar, almíscar, benjoim e incenso,
Que cantam o enlevar dos sentidos e o senso.