Os Ratos
A assembleia dos ratos
Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
– Acho — disse um deles — que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra, um rato casmurro, que pediu a palavra e disse — Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
Moral da estória: falar é fácil; fazer é que são elas.
Um Homem fica maluco se não tem ninguém, não importa quem seja, contanto que esteja com você. Vou te dizer uma coisa, se uma pessoa fica muito sozinha, ela fica doente
[...] "Quanto vale um professor e a formação das gerações futuras em nosso quadro social?
Oxalá fossem os salários, proporcionais ao impacto e relevância social da atividade exercida.
Afinal, não apenas através da medicina é possível se salvar uma vida.
Mas, a sociedade vendida ao camarote, assiste imóvel ao cúmulo da desvalorização
Dos mestres nas salas de aula; Dos ‘valores’ a inversão.
Um verme de paletó e gravata, valendo-se dos privilégios de ser político,
Desviando rios de dinheiro e fazendo o eleitor de otário;
Enquanto um professor dedicado, Socialmente indispensável e devidamente formado,
Faz malabarismos intermináveis com as migalhas que lhe ensinaram a chamar de salário.
Elites políticas aprenderam há séculos, a fazer papel de parasita.
E o fazem muito bem, infelizmente. Sugam tudo o que podem, até de quem mais necessita.
Pensam: “Pra quê investir em Educação se o que nos mantêm é a doce alienação?”
“A essa gente, já lhes basta circo e pão!”
[...]
Ratos de porão invadiram a sala. Estão todos os lados, furam as embalagens com líquidos e comem todo o estoque do queijo. Espalham farelos por todos os lados, chamam a atenção dos outros e o grupo vai crescendo. Estão "refastelados" de tanto comer e beber. Sujaram tudo. Agora, não temos tantas ratoeiras. Os donos da casa não sabem como retomar e é uma correria por todos os lados.
GOSTAR DE PASSARINHOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Detesto ratos, escorpiões e lacraias... mesmo assim não os prendo. Porque haveria, então, de prender passarinhos?
"Você já tentou prender vários ratos em uma dispensa feita de queijo, durante uma semana.
Sabe o que vai acontecer? Eles devorarão tudo o que conseguirem, e morreram sobre o alimento. Por um único motivo, a ilusão de que roendo aquilo que está sobre a sua frente promoverá sua fuga, mas ao contrário do que se pensa, não se trata só de roer, mas de saborear algo incontrolável: o seu desejo.
O dinheiro tem o mesmo princípio do queijo, mas neste caso, os ratos somos nós".
Na calada da noite, onde o silêncio impera pode se ouvir os ratos roendo caixas de papelão. E todos dormem. Lá fazem seu ninho, procriam, recriam e fazem de nosso sono um brinquedo experimental que sempre dá certo. Armam-se arquibancadas (e quando acordamos sentamos), levantam-se mastros, erguem-se sustentações e cobrem de lona, e nós rimos feitos palhaços e comemos as migalhas do pão deixadas por eles através de benefícios sociais, e quando tudo dá certo aplaudimos e quando tudo dá errado, de que adianta se já pagamos a entrada.
Vamos fazer de conta que a paixão é a ratoeira e nós somos os ratos. A pessoa por quem você se apaixonou é o queijo.
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