Os Pobres poesia
“Pobres olhos”
Primeiro os olhos ardem
Depois ficam inundados
Aí desaguam
Vazante das mazelas da vida
Rio caudaloso de águas salgadas
Aspergindo uma existência árida
Solo arenoso, impróprio pra vida
Drenado de suas substâncias vivificantes
Alma encarcerada em um corpo amortalhado
Sequiosa de libertar-se dessa servidão letárgica
Que a obriga a uma jornada patética
Num mundo habitado por hipócritas
Gentis e sorridentes
Que só enxergam o próprio umbigo
Pobres olhos!
Sentenciados a testemunhar
Atuações dantescas de atores corruptíveis
Nesse mundo mendicante de sinceridade
Um verdadeiro teatro de marionetes
Manipuladas por narcisistas presunçosos
Esquecidos de sua pequenez
Perante a grandeza do universo
Olhos encharcados
Com as águas amargas da indiferença
Quem secará seu pranto?
Perdoar?
Para quê perdoar e deixar aquela pessoa que nos magoou feliz?
Pobres daqueles que assim pensam...
Perdoar para nós mesmo sejamos feliz,
Para que nós mesmo não sejamos assombrados por fantasmas do passado que insistem em nos manter angustiados
Perdoar para enfim, fiquemos em paz!
De que me adiantaria prestar minha comiseração
Aos pobres natos do descaso da paixão
De que me adiantaria entrar embaixo de um chuveiro
Enquanto descarrego intensamente e erodente
Minhas lágrimas, poucas lágrimas guardadas em
Partes de mim que eu mesmo desconheço.
De que me adiantaria salvar a mim mesmo
Se o que era importante já se foi
Se agora desatendes aos meus chamados
Que achava que era de algum tamanho significante,
Mas que ainda me profana e estranha minhas certezas.
Uma visão Glauquiana dos pobres cariocas.
- se esta quente reclama...
- se esta frio reclama...
- se não tem nada, espera morrer para ir para o céu...
- se tem ora indagando: senhor eu não mereço...
- (aqui seria um palavrão), dá para resolver o que queres?
Muitas pessoas lutam para melhorar a vida, independente se são ricas ou pobres.
O que prova que dinheiro não traz felicidade completa. A maior felicidade é ter paz no coração.
Riqueza é a força dos pobres sobreposta por sua fraqueza e a probreza é a força dos ricos sobreposta pelo governo dos pobres
La riqueza es la fuerza de los pobres solapada por su debilidad y la pobreza es la fuerza de los ricos solapado por el gobierno de los pobres
Wealth is the strength of the poor overlapped by its weakness and poverty is the strength of the rich overlapped by the government of the poor
Sem fuga, completa.
Por onde eu tentar
A fuga será inevitável,
O ar foge dos pobres pulmões
Você controla os meus olhares,
Mas os meus pensamentos ainda dançam
entre os homens ruins.
E a fadiga não consola a desilusão
As laterais estão se comprimindo
e o caminho estreita
e fica mais longo.
Nada muda apenas se destrói
Me deixe ir, não tente me controlar.
Além do que já pode,
Preseve-me
Não gaste aquilo que guardei
Até agora para você.
Vermes
quem somos nós,
pobres coitados,
que ostentamos
tanto poder,
tanto orgulho,
e tanta vaidade,
que pensamos
somente em nós mesmos,
mergulhados no imenso universo,
do nosso doentio egoísmo?...
tudo se acaba um dia,melancolicamente,
de repente,
dentro de um buraco de sete palmos,
entregues à decomposição,
e à podridão,
reduzidos ao pó,
e chegamos então à triste conclusão,
de que nesta vida nada mais somos,
senão,míseros vermes,
alimentando vermes...
Falta de Talento
Nesta composição barata
Escrevo versos pobres,
Nada originais
Sem combinações complexas
Com frases desconexas
Por vezes, infernais
Poesia desequilibrada
Fruto de viagem insensata
Nas profundezas
De limitada imaginação
Não consigo traduzir nenhum sentimento
Ou descrever qualquer pensamento
Com alguma coesão
Tento brincar com palavras
Fingindo ser poeta
Sem qualquer talento
Ao expressar minha emoção
Para demonstrar o que sinto
Busco naquilo que me completa
A mais divina inspiração
E num raro momento
Não atormentado pela incerteza
Vislumbrando sublime beleza
Gerei esta composição
(Felipe de Lima: fusão das duas primeiras poesias, escritas em 2005)
A moeda de troca do amor é uma tal de saudade.
Mas os pobres de espírito, como eu, não dispõem desse tipo de dinheiro.
E mesmo que dispuséssemos, não aproveitaríamos em nada. Seria como provar do caviar mais fino em pão dormido. O amor é para os espíritos altivos.
Mas pior que lidar com a própria incapacitação para o amor é ter de conviver com a dos outros.
O mundo precisa de pessoas que amem pessoas
não de pessoas que reprimem os pobres e exaltam
os ricos ...
A importância que as futilidades têm na vida dos pobres de espírito é inversamente proporcional ao sentimento de felicidade vindo da compreensão do que é importante.
Isso posto, quando a gente coloca cada coisa no seu lugar, há espaço para tudo, e na ordem direta, as prioridades nos dão a correta dimensão da verdadeira razão de viver.
Daí a César o que é de César e vamo...que vamo...que a vida é curta!
COMÉRCIO DAS PROSTITUTAS
São tantas, são muitos,são apenas quantidade ofuscando olhares de pobres de alma,o que eu procuro é qualidade que esta saturado num mercado de inesperiente vendedores e compradores,o preço que se paga não vale a compra,vejo-me diante de liquidações,filas para o consumo,o ser humano torna um peso,o espelho esta embassado,não teve tempo de limpar,justamente por não ter coragem de se olhar.
Domínio
Tolo...
É aquele que pensa dominar...
Domínio é igual a pobres castelos de cartas...
Onde uma simples brisa; Faz tudo ruir...
Um dia acreditei dominar o meu destino...
Como fui tolo...
As linhas do destino são indomáveis...
Igual ao movimento do ar e da água...
Um dia tentei dominar meus versos...
Triste poeta fui... Quando tentei isso...
Meus versos são livres...E puros... Pois nascem do coração...
Um dia pensei dominar o mundo...
Como a maioria dos meus semelhantes já pensaram...
Como fui inocente em acreditar...
Que o mundo é dominável...
Quem domina o mundo...
É ele próprio...
Os brancos e negros se vão,
Os ricos e pobres,
Os idosos, crianças e jovens também,
Os amores de nossas vidas também partem
e nós ficamos esperando até que chegue nosso dia
assim nunca aceitando o porque que eles se foram.
Pobres sonhadores ausentes
Que deliram por olhos cansados
Que buscam a paz do mundo
Sem antes encontrar a paz da alma
Nesses países pobres, subdesenvolvidos, nos quais, segundo a regra, a maior riqueza está ao lado da maior miséria, o Exército e a polícia são os pilares do regime. Um Exército e uma polícia que, mais uma regra a ser lembrada, são assessorados por especialistas estrangeiros. A força dessa polícia, o poder desse Exército são proporcionais ao marasmo em que está mergulhado o resto da nação. A burguesia nacional se vende cada vez mais abertamente às grandes empresas estrangeiras. Por meio de prebendas, as concessões são obtidas pelo estrangeiro, os escândalos se multiplicam, os ministros enriquecem, suas mulheres transformam-se em cocotes, os deputados vão se ajeitando e, do policial ao agente alfandegário, todos participam dessa grande caravana da corrupção.
A oposição torna-se mais agressiva e o povo capta nas entrelinhas sua propaganda. A partir de então, a hostilidade em relação à burguesia é manifesta. A jovem burguesia que parece acometida de senilidade precoce não leva em conta os conselhos que lhe são dados e se revela incapaz de compreender que seria de seu interesse encobrir, ainda que ligeiramente, sua exploração.
Pobres seres que não sabem da verdade e nem de onde vens/ por não ser culpa deles são perdoados/
E mais ainda são iluminados os que tentam sair e buscar a verdade que liberta .
A estes poucos são revelados segredos inesperados/ mas que trazem grande iluminação/
E um ato simples de parar e ouvir o silêncio para que ele revele tudo aquilo escondido/
Como se o silêncio dissesse tudo .
"A crise nunca prejudicou os ricos. Tal como as guerras nunca foram feitas pelos pobres"
João MC Gomes
na solidão
abraço meu coração
com a pequena mão
de uma revelação
- odeio rimas pobres!
mas elas não me odeiam, não...