Os Dias Passam
O amor é substância
O amor é instante fugaz...
é eternidade,
eterna idade de amar!
O amor é corte na carne...
é cura,
é o alívio desta vida dura!
O amor é a dúvida...
é a certeza absoluta,
é o descanso,
é a luta!
O amor é a ida,
é a volta,
a chegada,
a partida!
O amor é a ânsia,
a instância,
a constância,
a substância
da vida!
_____ angela dias.
Eu e meus confins
O que vês
de mim é só
o que te permito saber...
Minha tez
esconde quissó
dos enroscos do meu viver...
A ponta
Não dá conta
Do tanto submerso do meu ser...
Ninguém sabe
Do que me componho,
Do tudo ou do que nada cabe
Neste abismo medonho
Sou eu nos confins
De mim...
_____ angela dias.
A DOR DA FOME
a dor da fome rasgava suas carnes como já rasgara ontem e antes de ontem.
não morrera ainda porque sempre há um naco de alguma coisa que alguém lhe dá.
não ficara a vida inteira na espera da esmola, não, batera muito martelo, batera muita marreta nesta vida marrenta.
houve labuta, muita luta, muito esperneio...mas o cansaço veio e lhe pegou de jeito, bem feito.
por que não lutou mais? Afinal, as oportunidades são iguais, basta querer- diziam-lhe.
"oh gente sem entendimento que não vê que as portas que se abrem, não abrem pra gente da minha cor... incolor, invisível!" - pensava.
Elas precisam ser forçadas...
a dor rasgava suas carnes como já rasgara ontem e antes de ontem.
a dor do abandono consumia as poucas forças que lhe restavam...
abandonado... em que estado!
_____ angela dias.
Barreira
Pensamentos, falação, gritos.
Quando vai acabar? Para tentar evitar isso criei uma barreira
Uma barreira, um pequeno universo dentro de minha mente para me distrair
Acredite ou não está funcionando sabe?
Por que eles falam tão alto? Meus ouvidos e minha cabeça doem.
Por que não podem falar mais baixo? Por que eles não controlam?
Se eu consigo controlar, eles também conseguem.
Acho que me bloqueei tanto de meus sentimentos que não sei como expressa-los
Não sei minha cor preferida
Não sei minha comida preferida
Não sei oque mais gosto de fazer
Não me conheço
Eu sou uma estranha para mim mesmo
Eu me odeio por isso
Não tô ligando para nada
Para nada
Tudo para mim e "tanto faz"
Não sou uma boa irmã
Sou uma péssima irmã
Não quero isso
Quero agradar todo mundo
Não sou oque meu pai queria que fosse
Não sou oque mim mãe queria que fosse
Mas esses pensamentos nem me afetam
Por causa da maldita barreira
Aquela barreira que me bloqueou de tudo
Mas por um lado me fez bem
Agora não me machuco
Mas mesmo não me machucando, não estou bem.
Não estou feliz, não estou triste
Apenas picos de energia aleatórios no meio do dia
Apenas estou aqui
Existindo
Picos de energia que aparecem em qualquer momento
Mas não estou bem
Queria estar
Mas não quero me machucar
EM DESALINHO
Em desalinho
se deita na beira da madrugada
espreita o vão das horas
em vão...
a lentidão da espera
é o avesso da
pressa
das horas
Como quem chega
pé
por
pé
pra não acordar,
os primeiros raios já se esgueiram por entre as frestas...
d e v a g a r i n h o
toma seu espaço por inteiro
Tem o cheiro da manhã
Tem o cheiro da ausência
... paciência!
Ele não veio ...
_____ angela dias.
O MEU EU
O meu eu...
o meu eu é casa de muitos EUS
é abrigo de um eu carente,
mendigo de mim,
por vezes carente,
mendigo de ti
é refúgio de um eu ferido de morte
em trincheiras de solidão
é fresta de luz que aquece um eu
entardecendo em tons de amarelo
e vermelho carmim
é uma sala de baile,
palco de corpos sincrônicos
num tango pacholento
ou em uma mazurca puladinha
é um canto onde se chora
a saudade de uma infância
em tardes de domingo
é aconchego,
chamego bom que revigora,
pede mais e incorpora
‘um vamo em frente’
é uma manhã de setembro
com janelas escancaradas
e aroma de jasmim
é uma tarde gélida de inverno
em que os sentimentos
não dão conta de aquecer
nem a alma nem o corpo
porque o frio vem de fora
é uma noite de verão quente
como quente
é a explosão de hormônios
em jovens corpos sedentos
é uma verdadeira arena de conflitos
onde cabem benditos movimentos
em ânsia de agito e repouso
Sou eu, casa de mim!
Misto de concreto e capim!
_____ angela dias
CHORAMINGO PELOS CAMPOS
O vento vem me falar de amor...
Conto-lhe coisas...
Sai choramingando pelos campos...
comovido pela minha dor...
assovia saudades!
_____ angela dias.
21/10/17
9h38min
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