Orvalho
Qual gotas de orvalho na seca
Temperança no desespero,
Luzes na escuridão,
As doces lembranças que ficam
Trazem Paz ao coração.
Homenagem às mães
Bem cedinho,
ao orvalho da manhã,
colhi esta flor,
devagarinho,
a mais bonita do jardim,
para dizer,
no silêncio da beleza,
porque as mães
são assim:
frágeis e poderosas,
sonhadoras na tristeza,
pequenas grandiosas,
energia e leveza,
na pobreza generosas...
mães sofrem nas alegrias,
perdoam filhos ausentes,
pedem como presente
orações todos os dias.
É inevitável...
O sol aparece no horizonte e sob o orvalho da manhã minhas esperanças ressurgem verdinhas, verdinhas.
Olhos de orvalho
Tão suave é ficar silencioso.
Deixar o colírio agir de dentro pra fora.
São olhos orvalho
E não chorosos.
Um dia a despedida será inevitável.
Que a viagem posso ser leve
Tanto quando é leve calar.
Tanta dor passa por nós... E vai.
Pra que ir atrás?
Fique mesmo se esquecer.
Outra metade te espera pra viver.
Outra vida vem logo
E te convida a embarcar
A vida é show que não pode parar.
Levante a cabeça, supere a tristeza
E cante, cante, cante...
Somos as gotas de orvalho
Somos as flores do tempo
Somos as folhas do outono
Somos o vale de lágrimas
Somos a doçura do mel
Somos os seres benditos
Somos um rio sem destino
Somos um grito hediondo
Somos a morte das sombras
Somos as lágrimas de alegria
Somos feitos de dor e amor.!
Eu sou uma flor negra, transpiro orvalho com o aroma de melanina, transformei por resistência a delicadeza de minhas pétalas em aço, mas sem alterar a originalidade... E os espinhos que carrego por todo meu legado de consciência, feri! Toda tentativa discriminatória de opressão ou invisibilidade que se processe contra minha identidade, eu sou também ornamento no jardim da diversidade.
Eu vi lágrimas escorrendo suavemente pelo seu rosto
Como o orvalho, acariciando a uma pétala de rosa
Eu vi um grande amor se perder por entre as próprias nuâncias
Dois apaixonados condenados a seguirem caminhos diferentes
Duas almas impiedosamente separadas pelo destino
Sem ao menos uma despedida, um beijo confortador
E enquanto eu fecho os olhos para não te ver partir
Morre, lentamente, um grande amor
Nesse cheiro de mato,nos confins de um destino,é o molhar do orvalho quem vê meus passos.Manhã de serração me cobrindo,apressa um sol por nascer:
é minha vida me chamando pra viver.Não tão só,me arrumo ao espelhar do olhar da criação:é minha saudação,meu café.Em minha volta,nem monumento nem luxo.Sou de alvorada e crepúsculo.Tenho quase nada,mais possuo quase tudo.
Fogão de Lenha
Espere minha mãe estou voltando
Que falta faz pra mim um beijo seu
O orvalho da manhã cobrindo as flores
E um raio de luar que era tão meu
O sonho de grandeza, ó mãe querida
Um dia separou você e eu
Queria tanto ser alguém na vida
Apenas sou mais um que se perdeu
Pegue a viola e a sanfona que eu tocava
Deixe um bule de café em cima do fogão
Fogão de lenha deixe a rede na varanda
Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar
Mãe eu lembro tanto a nossa casa
As coisas que falou quando eu saí
Lembro do meu pai que ficou triste
E nunca mais cantou depois que eu parti
Hoje eu já sei, ó mãe querida
Nas lições da vida eu aprendi
O que eu vim procurar aqui distante
Eu sempre tive tudo e tudo está aí
Chispa a luz brilhante
Que a noite preta apaga
Orvalho doce, estrela no céu
Dama da noite perfumando a plaga
Cem palavras, nenhuma entendo
Vou morrendo com a madrugada
Sangrando amores na brancura do papel
Efémera, a vitória é como a brisa que passa, como o orvalho que evapora ao primeiro toque do sol. Hoje, no cume, brilhamos, amanhã, talvez, no fundo do vale, apenas lembrança. A posição social, esse palco transitório, erguido sobre ilusões, desmorona-se ao sopro do tempo.
Devemos ser o melhor de nós mesmos, quer no topo, onde o vento é mais forte e o frio mais cortante, quer no fundo, onde a sombra nos envolve e a terra nos acolhe. Cada instante pede a plenitude do nosso ser, como se cada respiração fosse a última, como se cada gesto pudesse durar uma eternidade.
A derrota, essa fiel companheira, vem sempre, sutil ou implacável, lembrar-nos da nossa fragilidade. E, no fim, a morte, que conquista tudo, até o próprio tempo, ensina-nos que nada permanece, tudo é passagem.
Sejamos, então, inteiros na nossa efemeridade, autênticos em cada passo, e que a nossa essência seja a única constância na incerteza do viver.
"A vida é tão bela e efêmera... como o orvalho que repousa na flor antes de virar poesia e sonho!" Marilia Hoffmeister
O orvalho da noite, são lágrimas do sol, que por trás da cortina do tempo chora, ao olhar a lua tão docemente e por castigo dos deuses não poder tocá-la jamais.
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