Operário
QUE ISSO, BRASIL
Tudo virou ao contrário
no país da esperteza
estão tirando do operário
pra encher o da nobreza
no Brasil é hereditário
em cima sobe o salário
embaixo aumenta a despesa.
E aquele ateu que tinha um funcionário cristão, que ao necessitar de algo, pediu para seu operário orar.
Pois ele acredita que ele acredita; e isso bastou para que a faísca de uma fé, se transformasse em um incêndio sem fim!
O poeta que socializa o verso, escreve pra todo mundo, alcança o professor e o operário. Faz versos como quem diz a todos, sem distinção, sem encastelamento, sem torre. Dissemina o verso, contamina a moça do caixa, o feirante, a balconista. Poesia não é só isso ou só aquilo, poesia é aquilo e isso junto.
Há poetas de comunicação e poetas de experimentalismos. Sou afinado e aprecio os do primeiro tipo. Não que os outros me desagradem, ou que eu tenha restrições em lê-los. Leio de tudo. Amo ler poesia.
Mas quando penso no poder que a poesia exerce em quem tenha habilidade de compreendê-la e se utilizar dela, penso igualmente em quem dela não se beneficie por ser demasiado hermética e reservada a uns poucos privilegiados.
Salvo a afirmação que brilhantemente Guimarães Rosa aponta "Antes o obscuro que o óbvio", há que se encontrar um equilíbrio. Um meio termo entre o que se dá sem nenhum desafio ao leitor e aquilo que se fecha tanto que o afasta.
Poesia tem que circular em muitos meios. Livre. Poesia, entre outras coisas, tem que comunicar.
Operário, o perdão é o artesão do tempo e com exceção de uma confiança estilhaçada, tudo ele conserta, inclusive... A decepção e o sofrimento de corações partidos.
Mostre-me um operário com grandes sonhos, e você terá um homem que pode mudar a história. Mostre-me um homem sem sonhos, e nele encontrarás um simples operário.
É um vem e vai ou um vai e vem?
O serrote nas mãos do operário
Num vai e vem
Dá forma à obra
Pela porta do bar,
que pode ser de pinho, laminado ou aglomerado,
ipê ou imbuia
Num vai e vem passam o mocinho e o bandido
O balanço que encanta crianças e adultos,
Pode ser de corda ou de metal
Num vai e vem coloca, quem balança e
Quem embala, num sonho irreal
Da mesma sorte a rede na varanda
Num vai e vem lento ou acelerado
Embala a mocinha ou o casal
E os leva a uma viagem sem igual.
O vai e vem do vento passa pelo canteiro
Tirando das folhas da roseira, a sua poeira
E ao mesmo tempo espalha seu polens
Oferecendo assim mais cores no jardim
As ondas do mar bailam
Em um vai e vem sincronizado
Conquistando admiradores e até os enamorados
Na busca pela sobrevivência
As aves migram num vai e vem infinito
Seja inverno ou verão
Outono ou primavera
O Sol vai. O Sol vem
A Lua vai. A Lua vem
Todos os dias é um vai e vem constante
Tem gente que vem pra ficar
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai pra nunca mais voltar
Tem gente que vem só pra olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
Na Vida tudo vai e tudo vem
Mas as coisas mais importantes
Ficam guardadas para sempre no nosso coração..
COISAS DA VIDA
O rico e o pobre são 2 pessoas
O soldado protege os 2
O operário trabalha para os 3
O vagabundo come pelos 4
O advogado defende os 5
O padre confessa os 6
O médico examina os 7
O coveiro enterra os 8
O diabo carrega os 9
E a mulher engana os 10
A FLOR E O OPERÁRIO
É impressionante como essa FLOR tem beleza,
Parece decorar o lar de uma realeza,
Tantas são as flores
Quantas são as cores,
Com diferentes formas
Enfeitam as mais belas obras.
Mas beleza semelhante não há,
Não tem como comparar.
Os olhos não conseguem contemplar
Maior do que seria capaz de sonhar.
Uma FLOR diferente,
Que surgiu derrepente
E abalou a minha estrutura
Pois tamanha é a sua formosura.
Sem experiência de cultivador
O Pai vem ensinando com Amor
Como cuidar dessa FLOR.
A espalhar sementes de amor.
Um processo diário
Que dá muito trabalho
Mas que vale a pena o salário
Para este simplório operário.
A profissão de um operário da música é um trabalho difícil. Diferente do que muita gente acha, não é fácil essa missão, mas com fé em Deus, comprometimento e gratidão ao longo da caminhada se chega lá!
Líder operário, nem um pouco idealista...
Uniu intelectuais e trabalhadores...
Iludindo e mistificando a todos...
Seguindo o seu projeto pessoal.
Inventou um partido político...
Na contramão da História...
Alçando-se como grande estadista...
Celebrou alianças espúrias...
Inaugurando uma forma de fazer política
Onde a ética, moral pública e democracia foram alijadas.
Levou para o governo programas de seu antecessor
Única forma de inspirar credibilidade...
Levou avante seu plano de poder
Liberandoverbas assistencialistas...
Aparelhou o Estado e cooptou apoios oportunistas.
Duas vezes eleito, mesmo após o escândalo,
Alegou, covardemente, traição e ignorância.
Símbolo de um partido sem ética,
Iludiu mais uma vez milhões de incautos...
Levando "sua criatura" a sucedê-lo.
Virou um mito populista e se julgou "deus"...
Até que o destino lhe passou uma boa rasteira...
A relação entre o botão e a explosão.
Certa vez, um operário de uma empresa foi pago para apertar um botão para uma máquina sempre funcionar. Ele, sem saber, fazia seu trabalho impecavelmente, pois precisava do dinheiro para sustentar sua família. O patrão escolheu o funcionário, pois saberia que ele faria o trabalho. A máquina em questão era uma máquina que auxiliava na montagem de bombas nucleares, as quais seriam usadas para uma guerra que estava próxima. Quando a guerra começou, o funcionário foi parabenizado pela excelência de seu trabalho. E descobriu para que servira tal botão. As bombas dizimaram cidades inteiras, e o funcionário, sentindo remorsos, conseguiu um outro emprego. Pagaria menos, mas não queria sangue nas mãos.
A lógica toda é simples, cada ação ruim, sem dúvidas começa com uma simples e boa atitude que, após o tempo, pode ser interpretada como ruim. Apertar um botão matará milhões a longo prazo. Como um "eu te amo" pode se tornar ódio a longo prazo da mesma maneira.
Um operário
Eu, um operário da canção e da palavra. Sofro desde a infância a influência destes esnobes de charuto na boca. Eu, um pobre espírito solto a qualquer sorte. Arremessado pelo vento. Não esqueço que sou uma insignificância. Um pequeno pequeníssimo que espera a sua vez para atacar – mas sabe que vai alcançar apenas o calcanhar.
O crânio do operário estava todo esfacelado, seu rosto absolutamente irreconhecível. (...)
– Mandem tocar de novo as máquinas – disse o gerente. – Não podemos ficar parados. Tempo é ouro.
Ouro... Por que era que os homens não se esqueciam nunca do ouro? Ouro lhe lembrava outra palavra: sangue. Tempo também era sangue. Ouro se fazia com sangue.
(Olhai os lírios do campo)
O empresário e o seu empregado
O operário chegou ao seu patrão e perguntou-lhe:
- Meu patrão, com todo respeito, gostaria de lhe fazer uma pergunta: eu sou uma pessoa bonita, as mulheres me olham bastante, mas nunca recebo um convite dos amigos e nem de ninguém para participar de algo interessante. No entanto, percebo que o senhor é cheio de convites. Será que eu tenho algum defeito?
- Seu defeito é a falta de dinheiro. - Respondeu-lhe o seu chefe.
O ator é um operário da arte... Levantamos muitos tijolos, mas há dias que não temos cimento. E o grande barato é que nós, artistas, sempre acreditamos que os tijolos ficarão de pé sempre, ou seja, não precisamos de cimento!
O pobre operário nos dias de hoje, sobrevivente e inteligente dentro de uma sociedade doente onde o trabalho vale bem menos que o poder financeiro do dinheiro, deve se desculpar e pedir clemência o tempo todo, até pelo erro que não fez ou cometeu.
De forma que, certo dia,
à mesa, ao cortar o pão,
o operário foi tomado
de uma súbita emoção
ao constatar, assombrado,
que tudo naquela mesa
- garrafa, prato, facão -
era ele quem fazia.
Ele, um humilde operário;
um operário em construção.
Olhou em volta: gamela,
banco, enxerga, caldeirão,
vidro, parede, janela,
casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia,
era ele quem os fazia.
Ele, um humilde operário.
Um operário que sabia
exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento!
Não sabereis nunca o quanto
aquele humilde operário
soube naquele momento.
Santa Catarina
Um operário espirra algumas vezes, seu nariz coça,
Ele reluta, tenta conter o incômodo.
Na câmara fria uma parte do teto desaba,
O gelo trincado fere a cabeça do trabalhador.
Soam o alarme, a porta é aberta.
- Querem morrer? Por que não tentam trabalhar direito?
O jovem ferido é arrastado para fora, convulsiona.
A ambulância vem buscá-lo.
Ele retorna ao expediente após três dias de atestado médico;
Uma semana depois é chamado a comparecer no Departamento Pessoal.
Voltará mais cedo para casa.
Nas fazendas de soja o imigrante é útil,
Não há lirismo algum em suas frases curtas.
Pronúncia precária.
- manman, papa, frè...
- Zanmi! Zanmi!
O supervisor o manda calar a boca.
- fatige soti
- Dívida! DI VI DA, PA TRÃO! VO CÊ TEM DÍ VI DA! Entendeu?
Marrom é a cor da luta e do preconceito no Vale Europeu.