Onde Anda você
ECLIPSE (soneto)
Sei de uma saudade, tapera escura
Onde meu coração anda penitente
Memória de uma dor, que perdura
No peito, cheio de suspiro pendente
Ó paixão, só me quer na sepultura
Da solidão, amarrado em corrente
Da agonia, me privando da ternura
De ter-te... me tiranizando a mente
Por que? Bates a porta do querer
Quer me ver sofrer e em prantos
E de sentimento rude e sem valor
Arranca de mim este vazio a prover
Versos toscos e tão sem encantos...
Tal qual a quem... desluziu o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Os passos que agente dá
Nem sempre são como agente imagina
Os lugares que agente anda
Nem sempre estão como agente queria
As casas que agente olha
Nem sempre estão como agente preferia
As pessoas que agente vê
São as mesmas de todos os dias
Os jornais que agente lê
Dizem tudo o que eu já sabia
Notícias recapituladas, antigas
E o retrato da hiprocrisia
Palco de baixo orçamento
Dinheiro não compra alegria
Notícias ruins não viram modelo
Mas são capas de livros da burguesia
Ninguém escuta o meu apelo
Deve ser por que eu sou mudo
Pra dizer que assim está imperfeito
Pra não sofrer diante do tal público
Fico com medo. Mas o coração bate.
Não sei exatamente o que anda acontecendo,
muito menos o que pode acontecer,
vou seguindo e somente,
medo, muito medo às vezes (quase sempre).
O que é novo assusta,
quanto ao 'desconhecido' emudece, total falta de palavras,
nenhuma compreensão, foi assim... está sendo.
Perceba, não foi coragem e sim o medo que me fez seguir,
dificil entender como o que pode trazer tamanho medo,
logo transmite tanta confiança, paz.
Ainda vejo como um grande mistério,
os pensamentos já não encontram-se
dificilmente lembrarei das poucas palavras que falei,
porém as que ouvi fazem parte de muitas lembranças...
Já não sei esconder que se pudesse voltar, mudar...
estaria novamente naquele mesmo lugar, esperando pelo desconhecido
Até o relogio as vezes anda devagar para você correr e vir me encontrar,ou então pra deixar tudo se perder.
Por que séra que ferimos o coração,
Entre brigas entre intrigas a vida
anda e chora.
Ao andar num estrada a vida é como uma caminhada.
Menina
Vê por onde anda
Que a rapaziada já quer te engolir
Menina
Cadê tua turma
Se não tem, se enturma
Dá teu jeito, então
Cuidado com a sinceridade
Já mataram a verdade e eu não li no jornal
Que o mal dessa gente miúda
É fazer da palavra glorioso punhal
Menina
A soberba é surda
Vai que a moda muda
Guarda o teu refrão
Menina
Sei que a saia é justa
Pra cair não custa, basta um tropeção
Cuidado com a mão da maldade
Já mataram a verdade
E eu não li no jornal
Que o mal dessa gente miúda
É fazer da palavra glorioso punhal
Menina
Vem viver a vida
Firme e decidida, como Deus bem quer
Quem sabe essa é tua sina
Pra dormir menina e acordar mulher
Menina....
NINGUEM
Ela anda entre a multidão despercebida
Salve-a
Algo a faz caminhar entre nos,tão bela,mais que beleza se vê nisso???!!
Esta sentada em uma mesa de bar,faça companhia a ela,mais não diga nada,apenas a observe...
-Era macabro mais hipnotisante a forma como ela mordiscava o canudo antes de puxa a bebida para seus lábios,apenas um brilho em sua boca,olhos fixados no movimento circular que fazia com o gelo-“Em que estaria pensando?”-mais não quis interrompe-la,não no seu ritual,acho que nunca se importou com quem se sentava a mesa com ela,afinal que coisa pra se fazer não é mesmo.
-O copo encontrava-se vazio,agora tavez fosse a hora para ela me notar,mais não,me surpreendi com uma gargalhada e era dela,ria descaradamente e bem alto.
-“Não foi perda de tempo,apenas ganhei experiência.” Dizia ela...eu não entendia e então pela primeira vez dentre tantas outras que eu ficava a observar,apaguei meu cigarro e perguntei sem exitaçoes:”O que você disse,eu não entendi?” e com um olhar carregado de ódio ela me encarou,não disse nada apenas encarou e se retirou.Pensava que aquela fora a ultima vez que eu realmente tinha a chance de ter a companhia dela e estraguei tudo por abrir minha boca.
_____________________________________§___________________________________
DO OUTRO LADO DA CIDADE
Correndo na chuva como sempre,estava indo pra casa,gargalhava como louco pela rua e nem ela sabia o porque,entro em seu apartamento e na mesma volúpia se desfez das roupas molhadas,cabelo molhado e grudado em sua pele;não tinha animais,morava sozinha,aprendeu desde cedo a companhia de seu quarto escuro,pois ela dizia que la so poderia habitar um único demônio “NINGUEM”.
Preparou minuciosamente seu banho,tudo o que fazia parecia um ritual,ascendeu quatro velas e pos uma em cada lado de sua banheira,preparou uma banho quente com canela em pó.Em frente ao espelho despia o que restou de sua roupa intima,ficava a se observar,os anos realmente não aparentavam passar para ela,entrou na banheira e submergiu seu corpo todo,ficava a olhar o teto por debaixo da água,esquecia o tempo,pessoas,todas as coisas que não faziam parte de sua mente e seu gosto,mas também ficou a pensar no rapaz que havia lhe feito companhia no bar,afinal ninguém gostava dela naquele lugar,talvez fosse suas roupas ou até mesmo maquiagem,ou até mesmo nenhuma das duas opções.
Passava horas a ler livros sobre Magia,Vampirismo,Tantra,Necromancia,era tanta coisa que so ela saia se achar neste mundo regado à pesquisas e vinho tinto suave.
Amanhecia e ela odiava a luz que batia diretamente em seu rosto,mais um dia querida Marrie,ia para o trabalho sua carga horária era de 11 horas de segunda à sexta e 7 horas fim de semana,seu salário era convertido em livros quando não em bebidas e utencilios pessoais.No auge de seus 20 anos tinha um gosto bem apurado mais que variava a cada dia;escutava o que pudesse guia-la no pensamento,sempre tão bem maquiada.
"Não quero carregar fardos pesados nos ombros cansados, nem tampouco no coração, que já anda torturado."
"Eu sou aquele que viveu no inferno, que morreu na própria agonia, que anda por entre todos, que respira, mas não sente nada, as lagrimas não lhe merecem mais os olhos, coração apenas bate por bater, se vivo não sei, medo de morrer não tenho, por que apenas os mortos não morreram"...
E ainda pensa ter virtudes...
Tem a vida, mas é defunto que anda de dia.
Tem a boca, a voz, mas ao invés de desatar nós,
Vive a destilar vermes hipócritas!
Tem a vida, mas é defunto que anda de dia.
Tem a boca, a voz, mas ao invés de desatar nós,
Vive a destilar vermes hipócritas!
Você sabe que um beijo representa muito, né? Talvez você não note isso agora, que anda distribuindo os seus, sem pudor, por aí. Mas um beijo pode significar mais que mil palavras. Nem sempre consegui decifrar os seus e, por vezes, os traduzi erroneamente.
http://biapensologonaodurmo.blogspot.com
Tributo ao trombadinha
Menino que anda na rua sozinho
Sujinho, faminto, sem casa, sem pão
Olhando as vitrines, sonhando os brinquedos
Pedindo esmola, mas sempre em vão
Menino vadio, que encontro nas ruas
De olhar assustado, barriquinha a roncar
Te olho e choro, te amo sem preço
Na medida certa que pude encontrar
Fico triste ao te ver, menino que assusta!!!
Sua vidinha difícil te marca demais.
Menino sem dono, que dorme nas ruas
Que treme de frio e frio se faz!
Menino perdido, sem mãe, sem carinho
Que aprende de tudo pra sobreviver
Que esbarra nos outros, tirando relógios
Roubando comida pra fome vencer.
Menino que um dia, nem foi consultado
Se desejava nessa vida habitar...(vegetar)
Se gasta em dias, tristonhos, vazios
Sem hora sem pressa, não precisa voltar.
Te entendo menino, menino desprezado
Porque de sozinha me sinto você...
Me vejo faminta, pedindo, esperando
E a vida negando sem dizer o porquê.
Me sinto perdida em seus passos sem rumo
E tremo de frio sob meu cobertor
Espero o carinho que espera seus braços
Esbarro nos sonhos, roubando calor .
Não queria mais te ver pelas calçadas
Será o tempo nosso eterno cobertor?
Será a vida nossa eterna covardia?
Serão em sonhos nosso encontro com o amor?