Ondas
Amar é como entrar em uma tempestade sem pensar nos raios, trovões e ondas, mas sim na calmaria que vem depois dela.
Sentimentos são como ondas: não podemos impedir que eles venham, mas podemos escolher quais vamos surfar.
O amor é fogo, é gelo
é gargalhar e desespero,
são as ondas que vem e vão,
é tudo aquilo que inspira um coração.
A onda
A onda no mar nunca é uma
igual a outra ,todas as ondas
são diferentes umas das outras ,
e vivem em função umas das
outras ,umas
maiores ,outras menores ,
são todas diferentes ,mas
quando unidas tornam-se fortes
e poderosas .
Num instante uma grande onda
torna-se pequena e noutro
instante uma pequena onda
torna-se grande ;
Assim como numa família
todos diferentes mas um vive
em função do outro ,
uma onda abraça a outra e
também chocam-se umas
contra as outras e
estão ali sempre ,quando
afundam é por que deixaram
de ser onda.
Depois do jantar, Rey saiu andando pela praia. Estava cansado. Ouvia o suave rumor das ondas sobre a areia. Não havia brisa e fazia muito calor. Tirou os tênis e pisou na areia úmida, na água cálida. Tirou o short. Deixou tudo jogado na areia e entrou no mar totalmente nu. A água morna e negra o rodeava. Teve uma sensação estranha e voluptuosa. Fechou os olhos e sentiu-se abraçado pela morte. Não havia brisa nenhuma. A água quente, a escuridão infinita que o rodeava. O terror de se afogar, porque não sabia nadar. Manteve os olhos fechados e se abandonou, flutuando de bruços, com o rosto dentro da água. Sentiu-se atraído por aquela sensação deliciosa de ir embora para sempre.
Um dia, depois de dominar o vento, as ondas, a maré e a gravidade, vamos pedir a Deus a energia do amor. E então, pela segunda vez na história do mundo, o homem terá descoberto o fogo. As pessoas dizem que o inferno não tem fim, que é o nosso pior pesadelo… A face da nossa escuridão. Mas seja lá o que for, seja lá como for, digo que o inferno está vazio… E todos os demônios estão aqui.
TE QUERO ASSIM
Cansei
das provocações
das ondas que vão e vem
como pêndulos
nos relógios nas paredes da loucura.
Cansei,
pois eu sou inteira,
de coisas ditas pela metade,
de respostas pela metade,
de declarações pela metade,
de amor pela metade,
de homem pela metade.
E como você também se diversifica,
cansei
de seus jogos duplos
como as palavras soltadas
para quem queira entender,
iludidas destinatárias
supostamente privilegiadas
de versos perplexos
carregados de mentiras
fantasiados de verdades.
E dos silêncios
que pelo contrario
disfarçam dezenas
de tristes e amargas verdades
sobre mulheres, crianças, fracassos, crises e desesperos.
E cansei da fumaça
atras da qual esconde a ambiguidade
que não lhe permite de pronunciar publicamente o meu nome
nas lindas palavras sem alma
do seu coração.
Cansei
do narcisismo que o distingue,
da insegurança que o marca
e do seu desejo de autoafirmação,
que se reproduz multiplicando tristeza
adicionando loucuras,
subtraendo amor
e dividindo historias.
Cansei
de dar sem receber,
e ainda,
de viver esmolando carinho
como um clochard parisiense
nas noites de nevoeiro
entre o Etoile, o Arc de Triomphe, e la Gare de Lyon.
Cansei
das baixarias das encrenqueiras ciumentas
que te seduziram um tempo ou nunca,
e que não tem vergonha de se humilhar
atras de um sonho sonhado
e vivido pela metade, por um terço ou ,
quem sabe,
por nada.
E das pirraças infantis
das vitimas involuntárias, talvez nem tanto,
dos seus ataques de procurada solidão,
iludidas,
nas noites quentes e fingidas, através de uma tela
com palavras vãs e descompassadas,
preludio inexorável de anunciada enrolação.
E ainda da raiva avassaladora
das tapa-buracos que você transformou em delinquentes
a cada voltar de lua jogadas fora como lixo,
com as provocações baratas
das brincadeiras grosseiras,
com premeditadas brigas,
ou com os papos furados da covardia,
que fecha as janelas para retomar o ninho,
deixando, porém, portas abertas por trás
na espera de outros cursos e recursos
para o mesmo presente,
futuro improvável e inexistente.
Assim como
cansei
da fofoca gratuita
de quem nunca vestiu a minha roupa
e mesmo assim,
sente-se em direito
de julgar e relatar falas e fatos
descontextualizados,
querendo me passar por aquela
que nunca fui
e nunca serei.
E cansei
de você acreditar sem conversar,
sem ouvir as minhas razoes,
me acusando
sem direito de replica,
como réu condenado a morte
sem nem a dignidade de conhecer o porque.
Cansei também de você precisar disso
para agir sem remorso,
se a consciência despertar, caso tiver
ou para se justificar se fazendo de mártir
aos olhares atentos do mundo
que finge acreditar enquanto você mesmo,
vitima das suas mentiras
acaba acreditando.
Cansei
do machismo pretensioso
e do egoismo que vê somente a si mesmo,
como vicio entorpecente
de manente prazer
nunca satisfeito.
No fundo sou Teresa,
nada a ver com Sabina,
por isso cansei da extrema,
indelicada e insustentável leveza do seu ser,
e de grossarias, de palavrões, vulgaridades e de desrespeito sem medida.
Cansei.
Cansei
de me sentir sozinha com você do meu lado
e de me aborrecer
enquanto você luta com seus fantasmas
que não quis me apresentar
e que todavia por suo azar em parte conheci.
Por isso
cansei
também de abrir armários
e encontrar a cada dia novos esqueletos,
de me apresentar a eles,
de conviver,
e ser conivente sem querer
enquanto você continua
imperturbado e imperturbável
nas suas mesquindades.
Cansei
de promissas não mantidas,
efémeras quimeras que
como grãos de areia se dissolvem
no mar delirante duma alastradora insanidade
Cansei
de não sentir nas atitudes seu amor,
que você desesperadamente
nas palavras vazias
- como seu coração incapaz de sentir -
declara para mim,
enquanto não poupa provocações violentas e embriagadas
nos surtos das noites sem vergonhas
entregues por decência
ao esquecimento da memoria.
Cansei
de você não ter o equilíbrio
para suportar, sem balançar
o peso e a responsabilidade
de uma mulher de conteúdo,
e de você não saber, por não querer,
construir respeito por volta de nos.
E cansei
da constante incoerência dos seus atos,
que gritam amor
e ao mesmo tempo procuram vingança
dum passado remoto que plasmou a sua existência
dolorida e anestesiada
como impassível viajador na escuridão da tormenta.
Cansei
de ter um todo
de um nada que se perpetua diariamente,
egoisticamente,
repetidamente,
doentiamente.
E assim
cansei
de ouvir que você não me merece.
Enfim,
cansei de entender.
Alias quis entender que você não sabe amar,
talvez você não queira,
talvez você simplesmente não possa.
Mas com certeza nunca fui numero e nunca serei.
No máximo,
eu sou e serei
um numero primo na minha digna solidão.
Eu sou inteira
e mesmo que não me conheça toda,
eu sou sensibilidade,
transparência,
dedicação,
curiosidade,
companheirismo,
orgulho
e dignidade.
E te quero assim...
Seja quem for você.
As pessoas especiais são como ondas!
Chegam belas e grandiosas e te conquistam,
e quando se vão parece que esta levando nosso chão e te afundando num poço de tristeza
QUE SAUDADE
Que saudade do cheirinho do filtro solar,
Da brisa fresca do mar,
Do som das ondas a estourar,
E do sol suave a dourar.
Que saudade!
“De pessoas imprevisíveis, frias e vazias o mundo está cheio, são como as ondas do mar que oscilam o tempo todo ao sabor dos ventos”
Ney Batista
- Entenda que eu sou como o mar. Tento manter todos na areia, na margem, seguros de minhas ondas. Os mais próximos, como a minha família, ficam no raso onde eu acerto com ondas moderadas e, se eles estão fracos, caem, mas, quando fortes, se mantém firmes de pé. Já você, oh, você conseguiu avançar a ponto de estar no mar tranquilo, onde não há ondas, mas há tempestades que machucam. Eu tento te empurrar para a margem, pois não quero te magoar, mas você insiste em voltar para alto mar. Eu não sei o que fazer!
- É que amar é isso, avançar para águas mais profundas, mesmo que eu me afogue as vezes.
CORAGEM
Pode vim tempestade
Pode vim ondas nas alturas
O céu pode ficar um breu
Minha jangada em alto mar
Não há nada que me segure .
Eu não irei naufragar
Sem medo irei navegar
Com o vento ao meu favor
Nesse deserto movedor
Um Horizonte ao meu redor
Sem companhia, sempre só
Nas águas tão profundas
Seu nome irei clamar
Ele é meu salvador...
Cais
E eu...
Que sentado no cais
vendo o vai e vem
seja das ondas ou barcos
me julgo
por não ter
nada para atracar.
Que ao pescar
descubro coisas
que não gostaria,
e sinto ainda mais
o vazio
do que uso de isca.
Que beiro e vejo, enciumado,
cada beijo das águas nos portos.
E vago todo fim de tarde
como o refúgio do sol
no mar, o lar,
que tanto preciso.
O Mar
Estou sobre um monte a observar o mar!
Contemplando sua vasta imensidão
Com suas enormes ondas Pra cá, e pra lá,
Em volto de um manto verde
Cercado de uma muralha rochosa
Suas ondas batem nas pedras aplaudindo o Vento
Com suas rendas brancas
Desenha-se na areia, suas idas e vindas,
Envolvendo os homens no seu esplendor.
Ivone Borges
author
Como as ondas do mar
Assim como as ondas do mar tem um momento mágico, logo quebram e se vão. As estrelas saem só de noite mas em algum lugar do universo permanecem acesas. Assim como as nuvens mudam, vai mudando o nosso amor. Mas em algum lugar de nossas almas vive em chama na eternidade de um olhar e a simplicidade de uma lágrima.
Assim como não se vê o vento mas se sente e existe, assim é nosso amor, presente em cada momento. E na imensidão do universo, uma lágrima volta a rolar para fundir- se no mar e alcançar a magia de amar.
DIA DA CRIAÇÃO
I
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
II
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado.
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia,
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.
Se a saudade chegasse pelo ar como as ondas de rádio, em que lembrança você sintonizaria sua memória?
Se mantivermos a mente voltada somente para o lado POSITIVO, as ondas de nossa MENTE serão sintonizadas de modo a captar e receber somente coisas BOAS.