Omissão
Pais confiáveis e a não-omissão.
Frequentemente ouço de pais e mães que às vezes omitem algumas coisas dos seus filhos, pois eles não estão prontos para lidar com a verdade.
Omitem raiva, tristeza, decepções e às vezes até alegrias, sejam no âmbito profissional, no relacionamento do casal, ou com o próprio filho ou filha.
Como se "fingir" que está tudo bem não fosse uma mentira.
Existem também os pais mágicos que desaparecem quando um desconhecido liga ou aparece de surpresa e pede para os filhos dizerem que não estão, mas são os que mais exigem a "verdade" dos filhos.
Ou os que exigem que os filhos sejam responsáveis, mas eles mesmos não chegam no horário marcado, não cumprem com os acordos pré-estabelecidos...
Ser confiável envolve coerência, envolve ter atitudes compatíveis com seu discurso.
E quando não for possível, quando algumas situações sociais nos pedem "diplomacia", que se assuma esta necessidade diplomática, mas não force seus filhos a acreditarem que está sendo espontâneo, pois não os enganarão.
Ser confiável não significa falar tudo, mas sim, assumir que nem tudo pode ser dito.
Ser confiável não é ser um pai ou mãe exemplar, pois todos erram, mas a confiança está em assumir que errou pedir desculpa com o compromisso de evitar errar de novo pelo mesmo motivo.
Se deseja construir uma relação de confiança, nada de ameaças sobre homens do saco, sobre largar a criança sozinha, ou que vai embora de casa se seu filho não fizer o que ordenou...
A não ser que possa cumprir cada uma dessas ameaças, você terá ensinado a seu filho que você é um grande mentiroso.
E acima de tudo, a confiança, assim como a honestidade, só funciona em mão dupla.
Se não confiar nos seus filhos, em suas ideias, capacidades e possibilidades, não espere dele nada diferente do que lhe tem oferecido.
A preguiça é uma versão da omissão.
Como é difícil ter uma vida inteira de escolhas.
Começamos nos brinquedos, passamos pela faculdade, trabalho, amores e desamores.
Fazemos escolhas todo dia e o dia todo.
A verdade é que cansa, ou o que cansa é a verdade...
Que peso enorme esse tal de livre-arbítrio, como é fácil a vida dos animais que simplesmente seguem seus instintos.
Não enfrentam fila no mercado, não pagam juros no cartão de crédito, não precisam acompanhar as notícias insanas da política.
Apenas nascem, crescem, se reproduzem e morrem.
Ok, nós também, mas o nosso caminho não é linear, não somos limitados aos nossos instintos, nós temos desejos, referências, educação, valores, religião e medos, muitos medos.
E é essa constante liberdade condicional que nos traz a dimensão da responsabilidade.
Do desafio de responder por cada decisão, seja ela pensada ou impulsiva, consciente ou inconsciente, adulta ou infantil.
E em algum momento a preguiça, aquela falta de vontade, aquele estado letárgico que nos faz querer apenas o nada vai surgir.
Às vezes ela é até necessária, uma pausa para respirar e aproveitar a vista.
No entanto, em alguns casos, ela é a constância, ela vem na frente, amarrando os passos que até se pensa em dar, porém não damos.
Se omitir, calar, não falar também é bom e pode evitar grandes conflitos, mas quando nos acomodamos nessa posição, quando escolhemos não escolher, estamos nos omitindo de existir.
Uma verdade forte sobrevive a qualquer omissão, como um mudo que se esconde no silêncio mas não deixa de existir.
“Não justifique sua omissão por falta de tempo, pois a saúde pode te derrubar e voçe terá forçosamente que arrumar tempo para cuidar dela! “
"Sem saber, sofre-se pelo desconhecido. Sabendo.. se sofre pela frustração ou omissão. Logo, a pergunta seria, saber ou não saber? E eu te digo. Você já escolheu"
Vamos, me mate um pouco mais! A verdade te fere rapidamente, enquanto a omissão e a mentira vão corroendo.
Para os tolos, não basta apenas a apatia, a omissão e a covardia. É impreterível perseguir aqueles que escolheram a estrada inversa.
Com essa volúpia estúpida, regrada de sementes trevosas e de peçonhentos grãos, eles intentam em realizar alusivamente o maior de seus objetivos pessoais: o de ver seus semelhantes serem embriagados com uma preguiça irreversivelmente eterna que terá força para transformar o universo em uma esfera multicelular de mulas ambulantes – tendo tais patetas como “líderes” supremos e absolutos do bando –.
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