Olhos Negros
Uva negra
Olhar seus olhos negros em meio a um sorriso é como saborear as uvas negras, doce na medida do quero mais, suave a ponto de repetir, gostosa como o despertar sem pressa e sem medo de ser feliz.
Meu verdadeiro eu: um monstro
Desistiu... desistiu de mim.
Seus olhos negros como a noite transmitem um desespero sem fim.
Não consegue ver nem um pingo de bondade.
Não há lealdade.
Sou um fracassado.
Um caminhar malogrado.
Creio que ele se sente logrado...
Esperava mais de mim.
Não me queria assombrando seus pensamentos.
É... mas ele tirou dos olhos a venda.
E hoje o que vê é uma tremenda fenda...
uma frincha... uma abertura... uma fresta bem escura.
Uma tragédia. Ele não esperava por isso... nem eu.
Mas foi o que aconteceu: tirou a venda dos olhos e viu meu verdadeiro eu.
Há uma razão nessa escuridão.
Há uma razão... e isso entristece demais os corações... o dele e o meu.
A vida é bela como um simples piscar de olhos negros, rápida porém misteriosa...
bela como o sol... misteriosa como a lua...
linda como uma flor na primavera... e sombria como um lago no inverno...
linda como uma poesia... e melancólico como um grito sorumbático...
Aproveite pois a vida é bela, porem Rápida e misteriosa.
Aqueles olhos negros tem um brilho que me encanta.
Como se fosse um ímã,
os olhos deles me puxam para olhá-lo,
e eu olho e me arrependo, porque ele já está me olhando,
com uma intensidade que me sinto despida mesmo estando vestida.
O seu olhar, ah, aquele olhar…
Que me causa arrepios e me deixa
fraca.
Ele me olha como se enxergasse o fundo da minha alma.
Nostalgia de amantes
Seus olhos negros e pequenos invadem os meus de tal forma que parecem querer ler os mistérios de uma lacuna de desencontros. Suas mãos firmes suavemente deslizam pelo meu corpo no vai e vem das ondas de um mar de desejos. Seus beijos sedentos por relembrar os tempos de outrora me arrebata, e entrego ao seu bel-prazer a menina mulher que sou. Fecho os olhos... me transporto a uma dimensão das sensações onde tudo é florido e belo. Estremeço na iminência do clímax. Ao som da nossa respiração ofegante e dos corações acelerados, o seu corpo repousa à minha direita com um sorriso brando e na mesma sintonia.
Moreno
Rosto empalidecido
olhos negros,
lábios finos, porém sedentos
fontes do amor calmo e embevecido,
ele se move sereno
As melodias entoadas pelo violão,
entram como gaivotas pela janela,
livres,
porém enraivecidas
querem a liberdade de poder enfeitar o céu num desenho definido,
infinito, que se perde...
Se fitar-me o olhar pela noite,
eu me derreto,
me esfacelo,
perdida no encanto dos seus olhos é que me encontro,
destemida
pois já descobri que lá é onde pouso e vou instituir o meu lar
sem medo,
eu vi a sua imagem, refletida
em mim
como n'um espelho,
E, sem receio algum ou dúvida,
me reconheço.
A curiosidade de saber
O que me prende?
O que me paralisa?
Serão dois olhos
Negros como os teus
Que me farão cruzar a divisa...
É como se eu fosse pr'um Vietnã
Lutar por algo que não será meu
A curiosidade de saber
Quem é você?...
Queria ter coragem de te falar
Mas qual seria o idioma?
Congelado em meu próprio frio
Um pobre coração em chamas...
É como se eu fosse um colegial
Diante da equação
O quadro, o giz
A curiosidade do aprendiz
Diante de você...