Olho
Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei.
Olho para o tempo de nossa amizade e de repente nem me importo que os meus dias já contem tanto tempo assim!
Eu não te olho com o teu olho que sabe
Que quase tudo em ti é transitório. Meu olho-liquidez
Descobre uma tarde esvaída, tarde-madrugada
Tempo alongado onde te fizeste em viuvez.
Não perdeste a mulher ou o homem que amavas. Amamos tanto
E a perda é cotidiana e infinita.
Porque sabia deste AGORA,
Que a cadela do Tempo me roia, ia roer, rosnava me roendo
Cadela-tempo, tu e eu... que contorno de nada, que coisa ida
Nossa dúplice aventura, que... que sim, que sim...
"Lá estou eu em mais uma mesa com risos pela metade. Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum amor verdadeiro que durou um segundo... Meus amigos me adoram. Mas será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, mas daqui a pouco vou morrer de chorar? E isso 24 horas. E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. Odeio todos os amores baratos, curtos e não amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar. Eu invento amor, sim e dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. É tudo pela metade, ao menos a minha fantasia é por inteiro.. enquanto dura. No final bruto, seco e silencioso é sempre isso mesmo, eu aqui meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar. E aí eu deito e penso em coisas bonitinhas. E quando vou ver, já dormi."
O olho do espírito em parte nenhuma pode encontrar mais deslumbramentos, nem mais trevas, do que no homem, nem fixar-se em coisa nenhuma, que seja mais temível, complicada, misteriosa e infinita. Há um espectáculo mais solene do que o mar, é o céu; e há outro mais solene do que o céu, é o interior da alma.
(...)
Penetrai, a certas horas, através da face lívida de um ser humano, e olhai por trás dela, olhai nessa alma, olhai nessa obscuridade.
E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu nem sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. (…) odeio todos os amores baratos, curtos e não-amores que eu inventei só pra pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar e mais ainda a dor que vem depois dos dias entorpecidos. Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade.
Quando eu olho no seu olho, eu sou você e você é eu. Se você tiver medo de mim é porque você tem medo de você.
“Olho pela sacada da minha casa e vejo você chegando. Corro para o enorme espelho do meu quarto e repito em mantra: eu não gosto dele, eu não gosto dele, eu não gosto dele. Tenho quase 30 anos e consegui estragar todos os meus relacionamentos simplesmente porque gostei demais das pessoas. Dessa vez quero acertar, por isso combinei comigo que, apesar de estar morrendo por você, não gosto de você.
Cansei de sempre ser a garota louca que espanta todo mundo. Você tem cheiro de roupa limpinha com mente suja e eu quero te rasgar inteiro. Mas apenas te dou um beijinho no rosto. Preciso me comportar. Ser como as minhas amigas que se dão bem e arrumam namorados apaixonados. Eu gosto das pessoas pelo prazer de gostar e não porque deu tempo de gostar delas. E ninguém entende nada. E todo mundo se assusta. Mas prometo ser uma mulher normal dessa vez. Você não sabe porque eu não te atendi o dia todo. Eu te conto que é porque estava muito ocupada. Minhas amigas sempre usam essa desculpa e sempre namoram. . Aí você fala que vai cortar o cabelo e eu quero implorar pra você não cortar. Porque esses seus cachos acabam comigo. O cheiro eu cabelo. . E eu amo como a sua calça nova cai bem em você e como você fica elegante de chinelo. . Eu não agüentava mais pensar nos mesmos caras que eram sempre os mesmos caras.Você é novinho em folha e eu sou louca por você. Mas tudo isso eu não te conto pra você não achar que eu sou louca. Chega. Dessa vez vou fazer tudo certo. E você nem sonha que eu sou meio bipolar, quero ser mãe e acredito no amor da vida. Acredito no amor pra sempre. Acredito em alma gêmea. Você nem sonha com essas coisas porque só conversamos coisas leves e engraçadas. Chega de ser a louquinha intensa. E eu corro no espelho de novo e repito cem vezes que não gosto de você. Não gosto de você. Não gosto de você. Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora. E eu simplesmente não agüento mais ninguém indo embora. Porque nessa vida maluca só se dá bem quem ignora completamente a brevidade da vida e brinca de não estar nem aí para o amor. E eu preciso me dar bem e por isso ignoro minha urgência pelo amor. Tchau. Peço pra você ir embora. E você jura que eu não estou nem aí pra você. Melhor assim. Dessa vez quero fazer tudo certo. Chega de fazer tudo errado. E eu te espio da janela, indo embora. E quero berrar o quanto gosto de você. E te pedir em namoro. E rasgar sua roupa E dormir enroscada no seu cabelo. E mais uma vez agir como um homem. Mas eu cansei de ser homem. Chega de usar o homem que eu não sou pra ferrar comigo. Dessa vez vai ser assim. Chega. E se você não se apaixonar por mim mesmo com todo esse teatro de moça banal que eu estou fazendo, vai ser a prova de que eu precisava pra saber que você realmente vale a pena.”
Senhor nos livra de todo
o mau que nos afrige, nos
livra do olho gordo, da
inveja e todos os invejosos
de plantão...envia a todos
pro quinto dos invernos!!!...
isso mesmo Senhor para
bem longe de nós seus
filhos...Amém
Quando você me abraça,
quando eu olho em teus olhos,
quando sinto teu coração junto ao meu,
eu posso perceber toda a intensidade
dos teus sentimentos por mim,
eu tenho a certeza de que o amor existe...
Sem tempo pra ler, pra escrever, pra olhar pro céu, um olho nos jornais, outro no coração das pessoas. E tudo tão rebentado - ou arrebentando.
Resiliência
Resiliência é a capacidade de sair de dentro de si mesmo naqueles momentos em que tudo parece estar muito ruim e encarar o mundo do lado de fora de cabeça erguida, olho no olho e com o maior sorriso que tiver em seu arsenal de sorrisos.
Além disso, sou terrivelmente instável e entender as minhas reações é coisa que às vezes nem eu mesmo consigo. Não posso mentir a você, não quero. Mas por favor não fantasie, menina, não seja demasiado adolescente. Como eu te escrevi várias vezes, é no nosso encontro, cara a cara, olho a olho, que as coisas vão se definir. Veja se você consegue separar o sonho da realidade. Anel, por exemplo, é um sonho. É um sonho que trago comigo há muito tempo e que comuniquei a você? E que não é hora ainda de ser realidade, porque não tenho absolutamente nada além da minha cuca? Você me entende? Menina, menina, tenho uma ternura enorme por você? E para mim é muito difícil isolar essa ternura da razão, quando te escrevo. Como fiz agora. Talvez tenha te parecido duro ou demasiado frio. Mas acho, honestamente, que você não deve se arriscar a ter uma tremenda decepção, depois de um ano inteiro de sonhos. Nós vamos nos ver, nós vamos conversar, sair juntos, provavelmente nos tocar? E de repente tudo pode realmente ser. Ou não. Mas de jeito nenhum quero, sei lá, ser irresponsável ou não medir as conseqüências dum negócio que pode ser muito sério. Já não sou o mesmo, como você também não é. Endureci um pouco, desacreditei muito das coisas, sobretudo das pessoas e suas boas intenções.
A vida é crua. Faminta como bico dos corvos. E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima, olho d'água, bebida. A vida é líquida.
Nota: Trecho de poema de Hilda Hilst
Se tiver algumas condições em mente, você nunca será capaz de amar.
Ame as pessoas — incondicionalmente. Se tiver algumas condições em mente, você nunca será capaz de amar; essas condições virarão barreiras. Se o amor faz bem a você, por que se importar com condições? Se faz tão bem, se causa um bem-estar tão profundo - ame incondicionalmente, não peça nada em troca. Se você entender que só amando aumentará seu destemor, você amará apenas pelo prazer que isso lhe dá!
As pessoas comuns amam só quando suas condições são atendidas. Elas dizem, “Você tem que ser deste jeito, só assim eu amarei você”. A mãe diz para o filho, “Eu o amarei só se você se comportar direito”. A mulher diz ao marido, “Você tem que ser deste jeito, só assim posso amá- lo”. Todo mundo estabelece condições; o amor desaparece.
O amor é um céu infinito! Você não pode confiná-lo em espaços exíguos, condicioná-lo, limitá-lo. Se você areja a casa e depois fecha tudo - todas as janelas, todas as portas —, logo ela fica mofada. Sempre que o amor acontece ele insufla liberdade; você leva ar fresco para a sua casa, mas tudo logo fica mofado, empoeirado.
Esse é um grande problema para toda a humanidade — tem sido de fato um problema. Quando você ama, tudo parece lindo, pois nesses momentos você não impõe condições. Duas pessoas se aproximam uma da outra incondicionalmente. Depois que firmam um compromisso, que passam a ter certeza do amor uma da outra, então as condições são estabelecidas: “Você tem que ser assim, tem que se comportar assim, só dessa forma eu posso amá-lo” — como se o amor fosse uma barganha.
Se você não ama de todo o coração, está barganhando. Você quer forçar a outra pessoa a fazer alguma coisa por você, só então você ama; do contrário, você trairá seu amor. Você está usando seu amor como uma punição, ou como uma imposição, mas não está amando. Ou você nega seu amor ou o demonstra, mas em ambos os casos o amor em si não é a finalidade; a finalidade é outra.
Se você tem uma esposa, então dá presentes a ela — ela fica feliz, abraça você, o beija; mas, quando você não traz nada para casa, vocês se distanciam; ela não o abraça, não chega perto de você. Quando você faz coisas desse tipo está esquecendo que, quando ama, o amor faz bem a você, não só aos outros. O amor, em primeiro lugar, faz bem àqueles que amam. E, depois, faz bem àqueles que são amados.
As pessoas vêm até mim e sempre me dizem, “Tal pessoa não me ama”. Ninguém chega e diz, “Eu não amo tal pessoa”. O amor virou uma exigência: “O outro não me ama.”
Esqueça o outro! O amor é um fenômeno tão lindo, se você ama você usufrui.
Osho, em "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente"