Olho
SALA DE AULA
Quando olho pela janela
Da minha sala de aula
Aperta-me o coração
De ficar fechada nela.
E lá fora o mundo não para
As pessoas, os carros em revolução.
Aqui dentro o mundo é paralelo
Sempre igual, sem emoção.
Olho o relógio, é a mesma hora
E o tempo não passa, se arrasta
E ansiosa, olho a janela
Na esperança de ir logo embora
Há se eu tivesse assas
E pudesse sair pela janela
E voar pelo mundo afora
Nunca mais voltaria para ela
Essa sala, com janelas pequenas
Quase me mata de aflição
Não adianta nem olhar
Pois vou permanecer na prisão
Nem voar em pensamento
Pois alguém chama todo momento
Todos querem atenção
E nem imaginam minha aflição.
"Objetivo"
Suposição de afronto.
Reposição ao encontro.
Resolvo ser pouco ao olho
e não te encontro em meus sonhos
e nos meus poucos contos.
Eu suponho algum contorno nesse objetivo
pois estou perdido
e isso não faz sentido.
Me sinto oprimido
enquanto sorrio
sozinho me sinto
Por meu motivo de soar tão lírico
com você assim longe
do meu caminho.
Mas perto
da fonte.
Não nego
nem me apego
nem revelo.
Vou dizer então, que talvez o que eu sinta
é somente emoção.
Mas não terei perdão se não tentar
até a exaustão.
Pois a minha vontade
de lhe amar de verdade
e a tentativa de saber ou não
se o que eu faço é por pura contradição
ou por amor
em sua maior explosão.
"Manhã"
acordo e sinto o mesmo
sem uma palavra levanto e me olho
sem reflexo no espelho
água no rosto e não enchergo nada
água no fogo e tão rápido acaba
ascendo o cigarro e penso no tempo
fervo como as bolhas que estouram
em pensamentos
passo meu café e não consigo ficar em pé
falta-me fé pois como seu Zé eu trabalho e ilario rio do meu salário
sento na calçada e espero ela ficar acordada
aguardo o abraço quente, seu cheiro que me prende
com os cabelos de laços em fatos me agrado com seus traços
o bom dia com olhar que não aceita amar
respiro e vivo contigo
mais uma xícara e o cigarro apagado
se transforma no vazio
a falta de marcas por dentro não condizem
com as mordidas na minha pele que comigo vivem
porque a saudade resguarda na lembrança
que vem ao ver o que marcou
no momento em que seu corpo soou
e seu olhar brilhou
não se encantou, travou
com a voz desafinada
que mesmo falhada disse cada palavra que faltava
como um dicionário de vida incapacitada
folhas com linhas quebradas
usou os próprios sinônimos
para ter menos falhas.
Eu prometi que não escreveria
porque já teve um fim
mas me paro pensando
em tudo.
quando eu olho para ele
eu apenas te vejo,
e me paro pensando novamente.
não é fácil pra mim
mas você quis assim
estou jogando conforme o seu jogo.
Quando ele me olha, ele sorri pra mim
um sorriso tão lindo e sem maldade
mal sabe no meio da guerra que está
a guerra que você supostamente nos colocou.
eu o abraço forte
ele cantarola em meu ouvido
e eu apenas prometo,
prometo que nenhuma maldade estragará nossa felicidade.
Eu olho para o universo e eu o vejo de uma complexidade estarrecedora. Nada é simples, nem uma gota de água, nem um átomo. É ignorância brutal do ser humano não se curvar diante de uma vontade suprema.
Por mais que você nunca volte, eu ainda olho para a estrada que um dia você seguiu levando a minha felicidade, procurando a cada olhar te encontrar, tentando na mesma estrada da saudades te reencontrar .
Por mais que você nunca volte, eu ainda olho para a estrada que um dia você seguiu levando a minha felicidade, procurando a cada olhar tentando encontrar aqueles olhos castanhos malditos que ate hoje ainda me afaga e sufoca a minha pobre alma .
Minhas pálpebras pesam mais de uma tonelada, meu olho arde, ontem não dormi direito, assim como antes de ontem... Essa cadeira desse escritório está deixando minha coluna doer de uma forma que eu preferiria não ter vindo trabalhar... ontem briguei com ela, meu dia foi somente pensando na briga... eu conheço ela, ela não vai ceder, eu terei de falar com ela e me desculpar mesmo estando certo, já é horrível brigar com quem ama quando se está sóbrio, mas brigar com quem você ama quando está embriagado de depressão, é como assinar seu atestado de óbito... mas enfim, sigo vivendo (ou, sobrevivendo).
olho para as estrelas e vejo os teus olhos cintilantes e fascinantes como uma paixão ardente que se entrelaça entre os nossos corações unificados num só. O teu cheiro gostoso e único pardaliza o mundo inteiro de se adoçar pelo teu corpo doce como o amor, os grilos cantam de alegria, os pássaros dançam fascinados pela tua essência e as ondas de Nazaré e de Ericeira cantam e sorriem para ti apaixonadas. És um encanto como as tulipas e especial como as rosas, sabieis o quanto me fascinas e me encantas minha deusa grega, esse teu cor húmido ardente como um vulcão a entrar em erupção como se fossem garrafas de champanhe a festejar.
Olho pra cama vazia,
já não a vejo mais,
lembro de como nós fazíamos,
sem pensar no que aconteceria,
sem passado, nem futuro.
Pois, tudo permaneceria.
Amor! Te quero.
E até ao céu, eu iria.
Para lhe trazer ao meu inferno
de todo dia.
Olho ao meu redor vejo todos felizes aproveitando o melhor da vida, e parece que apenas a minha vida está triste parada sem rumo.
A muito tempo perdi a vida, agora meus olhos não são mais feitos de cristas limpos, agora meus olhos são trevas e corrupção, eu me odeio.
Só escrevo,
Não contabilizo mais,
Dias, semanas, meses, anos,
Nem olho mais o calendário,
Devorador dos planos,
Sou apenas circunspecto
Como o olhar sutil de um lobo para matilha eu olho os companheiros em sua frenética busca por lascívia.
Lobos não me tome por ovelhas se não tenho tal conduta.
Sou ponderado, mas como nós nascemos para sempre agente permanece, não por instinto, mas pelo modo como vivemos, 70% cultural e 30% é seu DNA.
Olho para o mundo e pergunto e deixar-me-eis assim? Dizei que não, dizei que não. Para vos salvardes da culpa, de toda a minha dor e paixão.
Um navio com uma mulher a bordo. Que é um navio?
Um navio é protecção, como a arca que protegeu Noé. E o diamante, que diz no Roman de la Duquesa.
Um coração tão duro qual um diamante e uma safira, constante. Ela é o diamante e eu o navio.
Não olho para trás porque quero, mas, simplesmente para você ver no prazer e na volúpia do reconhecimento, muitos motivos, submetidos ao poder do arrependimento.
Poder conversar contigo olho por olho e transmitir o carinho através dos gestos é algo que farei, sem receios e totalmente convicto do que desejo.
Para onde olho?
Para onde devo seguir?
A um passado realizado?
Ou a um futuro de promessas incertas?
Não sei...
Talvez conciliar os dois...
Recordar...sonhar...
Um rio que já atravessei...
Em que margens alguns sonhos deixei...
Ilusões de uma alma leve...
Que me despi...
Tantos erros e acertos passados...
Nunca perdidos, sempre reencontrados...
Disfarçando meus enganos...
Me ajustando...
Tudo o que foi...foi...
Tudo o que já não é... será...
Eu não tinha este rosto de hoje...
Eu não tinha este coração...
Não sei quando esta mudança aconteceu...
Em qual esquina me desencontrei...
Qual lágrima lavou me rosto...
Em qual espelho me perdi...
Ou em quantos copos me afoguei...
Não sei...
Aconteceu...
Chamo as lembranças do passado...
E meus suspiros querem o ontem buscar...
Chorando o já chorado...
Lembrando de tudo vivido...
Tudo amado...
Lembrar é não ver...
Só sentir...
Não quero assim...
O futuro me convida...
Estou preso à vida...
Nem cedo, nem tarde...
Assim continuo nesta caminhada...
Um tempo...
Um dia...
Sandro Paschoal Nogueira