Olhar
Eu entendo que um homem possa olhar para baixo, para a terra, e ser um ateu; mas não posso conceber que ele olhe para os céus e diga que não existe um Deus.
Se tudo na vida fosse assim
Simples como você
Feliz como seu sorriso
Amável como seu olhar.
Se tudo na vida fosse assim
Singelo como seus gestos
Macio como seus cachos
Suave como seu toque.
Se tudo na vida fosse assim
Perfeito como você
Amado como te amo
Correspondido com seu carinho.
Se tudo fosse assim
Eu não queria mais nada pra mim!
Era um capricho e nada mais,
Doce como um dia de abril,
Mas o seu olhar azul de anil
Roubou de vez a minha paz.
Me apaixonei por um olhar...
Por um gesto de ternura
Mesmo sem palavra
Alguma pra falar
Meu amor,
a vida passa num instante
E um instante é muito pouco pra sonhar...
A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e idealiza suas formas brutas.
Sou de opinião de que não se devia desprezar aquele olhar atentamente para as manchas da parede,para os carvões sobre a grelha,para as nuvens,para a correnteza da água,descobrindo assim coisas maravilhosas.
Eu quis fazer um mundo nosso
Um tempo nosso pressentido
Numa troca de olhares
Mas você só quer os bares
O imprevisível dos lugares
Perdidos sem mim
De manhã, eu tinha o olhar tão perdido e a postura tão morta, que aqueles que encontrei talvez não me vissem.
O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente… E assim é com a vida, você mata os sonhos que finge não ver.
Legião Urbana - Sete Cidades
Já me acostumei com a tua voz
Com teu rosto e teu olhar
Me partiram em dois
E procuro agora o que é minha metade.
Quando não estás aqui
Sinto falta de mim mesmo
E sinto falta do meu corpo junto ao teu.
Meu coração é tão tosco e tão pobre
Não sabe ainda os caminhos do mundo.
Quando não estás aqui
Tenho medo de mim mesmo
E sinto falta do teu corpo junto ao meu.
Vem depressa pra mim
Que eu não sei esperar
Já fizemos promessas demais
E já me acostumei com a tua voz:
Quando estou contigo estou em paz.
Quando não estás aqui,
Meu espírito se perde, voa longe
Olha para mim, amor, olha para mim;
Meus olhos andam doidos por te olhar!
Cega-me com o brilho de teus olhos
Que cega ando eu há muito por te amar.
Era impossível não me apaixonar pelo seu sorriso, era impossível olhar pra você e não esquecer do que eu ia falar.
Hino
Santa Maria! Volve o teu olhar tão belo,
de lá dos altos céus, do teu trono sagrado,
para a prece fervente e para o amor singelo
que te oferta, da terra, o filho do pecado.
Se é manhã, meio-dia, ou sombrio poente,
meu hino em teu louvor tens ouvido, Maria!
Sê, pois, comigo, ó Mãe de Deus, eternamente,
quer no bem ou no mal, na dor ou na alegria!
No tempo que passou veloz, brilhante,
quando nunca nuvem qualquer meu céu escureceu,
temeste que me fosse a inconstância empolgando
e guiaste minha alma a ti, para o que é teu.
Hoje, que o temporal do Destino ao Passado
e sobre o meu Presente espessas sombras lança,
fulgure ao menos meu Futuro, iluminado
por ti, pelo que é teu, na mais doce esperança.
Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto – é para lá que eu vou. À ponta do lápis o traço. Onde expira um pensamento está uma ideia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia – é para lá que eu vou. Na ponta dos pés o salto. Parece a história de alguém que foi e não voltou – é para lá que eu vou. Ou não vou? Vou, sim. E volto para ver como estão as coisas. Se continuam mágicas. Realidade? eu vos espero. É para lá que eu vou. Na ponta da palavra está a palavra. (...) À beira de eu estou mim. É para mim que eu vou. E de mim saio para ver. Ver o quê? ver o que existe. Depois de morta é para a realidade que vou. Por enquanto é sonho. Sonho fatídico. Mas depois – depois tudo é real. E a alma livre procura um canto para se acomodar. Mim é um eu que anuncio. (...) Amor: eu vos amo tanto. Eu amo o amor. O amor é vermelho. (...) À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo. Eu à beira do vento. O morro dos ventos uivantes me chama. Vou, bruxa que sou. E me transmuto. (...) Que estou eu a dizer? Estou dizendo amor. E à beira do amor estamos nós.
Pedaço de mim
Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Leva os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus
ASSIM MORO em meu sonho:
como um peixe no mar.
O que sou é o que vejo.
Vejo e sou meu olhar.
Água é o meu próprio corpo,
simplesmente mais denso.
E meu corpo é minha alma,
e o que sinto é o que penso.
Assim vou no meu sonho.
Se outra fui, se perdeu.
É o mundo que me envolve?
Ou sou contorno seu?
Não é noite nem dia,
não é morte nem vida:
é viagem noutro mapa,
sem volta nem partida.
Ó céu da liberdade,
por onde o coração
já nem sofre, sabendo
que bateu sempre em vão.