Oi tudo bem
Se tem alguém que me faz bem, esse alguém é você. Se tem alguém que sabe me fazer sorrir, esse alguém é você. E sabe o melhor de tudo? É que eu te conheci por acaso. E o acaso nos traz as melhores pessoas.
A felicidade não era senão uma infelicidade mais ou menos bem tolerada. Todas essas teorias eu as repetia para mim porque sabia que a coragem consiste em dar razão aos fatos quando não podemos mudá-los
Uma viagem bem longa, para bem longe daqui, talvez resolvesse, se é que há mesmo algo para ser resolvido. Mas talvez a solução esteja na paisagem interna, não na externa. Talvez eu possa modificar aquela sem modificar esta. O que eu queria era modificar a duas, de uma só vez. Queria ter o que ver, quando olhasse dentro ou fora de mim.
Assim éramos nós obscuradamente dois, nenhum de nós sabendo bem se o outro não era ele-próprio, se o incerto outro viveria...
Copiei a frase numa agenda. E seja lá o que possa significar “ficar bem” dentro desse desconforto inseparável da condição, naquele momento justo e breve — fiquei bem.
Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa(...) Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama.
Sempre me orgulhei muito de cuidar da minha vida sozinha. Sou uma sobrevivente solitária. Sou Eleanor Oliphant. Não preciso de mais ninguém – não há nenhum grande vazio em minha vida, nenhuma parte faltando em meu quebra-cabeça particular. Sou uma entidade independente. De qualquer forma, isso foi o que sempre disse a mim mesma.
Há cicatrizes em meu coração, tão grossas e desfigurantes quanto as de meu rosto. Sei que estão ali. Espero que reste algum tecido ileso, uma área através da qual o amor possa entrar e fluir para fora. Espero.
Hoje em dia, a solidão é o novo câncer – uma coisa vergonhosa e embaraçosa, que se abate sobre você de um jeito obscuro. Uma coisa temível e incurável, tão horrenda que você não ousa mencionar; as outras pessoas não querem ouvir a palavra dita em voz alta por medo de também serem atingidas, ou que ela possa tentar o destino a impor um horror parecido sobre elas.
Algumas pessoas, pessoas fracas, temem a solidão. O que elas não conseguiam entender é que há algo realmente libertador nela; quando você percebe que não precisa de ninguém, pode cuidar de si mesmo. A questão é essa: é melhor cuidar apenas de si mesmo.
O sucesso social costuma ser erguido sobre um pouco de fingimento. Pessoas populares às vezes precisam rir de coisas que não acham muito engraçadas, fazer coisas que não desejam em especial fazer, com pessoas de cuja companhia particularmente não gostam. Eu, não. Eu tinha decidido, anos antes, que se houvesse uma escolha entre isso ou um voo solo, voaria sozinha.
Permiti que minha mente divagasse. Achava essa uma maneira bem eficaz de passar o tempo; você pega uma situação ou uma pessoa e começa a imaginar coisas boas que podiam acontecer. Você pode fazer qualquer coisa acontecer, qualquer coisa mesmo, dentro de um devaneio.