Oi tudo bem
Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa
jornada em busca da verdade (interna ou externa), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um
que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma... então a verdade não lhe será negada.
Eu estive dando chances todo o tempo e tudo o que você fez foi me deixar pra baixo.
A quem interessar possa
Há tempos estou pra lhe falar algumas coisas. Tudo tem ficado muito confuso, cada vez mais sinto que você me alcança menos e acho que esclarecer algumas coisas pode ajudar. Você diz que me ama, mas talvez esteja enganado. O amor compreende, e o amor só ama de verdade aquilo que o completa. Talvez você ame quem você é quando estou por perto. Talvez você ame apenas a idéia que tem de mim, e isso não sou eu. Isso é você querendo que eu caiba nos seus anseios, nos seus desejos. Vê? Isso é você amando a si mesmo. Essa é a soma das suas perspectivas, que muitas vezes não condiz com o real. Nesse caso, não tendo eu outra alternativa além de ser o que eu sou, a você restam duas opções: me ame, ou me deixe. Me queira com tudo o que eu tenho de bom e de ruim, com todas as idiossincrasias e as pequeninas coisas que muitas vezes você nem considera correto. Entenda que eu não escolhi e nem tenho culpa de ser cavalo selvagem: o fato de você conseguir cavalgar comigo depende unicamente da sua destreza. Entenda que eu sou como um gato, variável , inconstante, mas sempre honesto: uma vez que se sabe lidar com ele é garantia de carinho e apego eterno. Caso contrário, arranhões e comportamento arredio são inevitáveis. Caso contrário, se prepare pra me ver fugir ou te ignorar. Quem quer conviver com bichos selvagens deve estar preparado para as intempéries. No mínimo existe a garantia de surpresa e nenhuma previsibilidade, nunca se sabe o que pode acontecer. Pra uns isso pode parecer desesperador, para outros é apenas imensamente emocionante. É sempre seu direito botar na balança e decidir se quer viver assim na corda bamba, numa aventura sem roteiro pré-estabelecido. Mas se me quer por perto, deixa-me ser. Não me tome por pretensiosa por falar desse jeito sobre mim mesma. É apenas uma tentativa de que eu e você descubramos se existe realmente algum laço real, ou se ele é feito de filó. Decifra-me, ou te devoro. Sem dó nem piedade.
Eu peço a Deus tudo o que eu quero e preciso. É o que me cabe. Ser ou não ser atendida – isso não me cabe a mim, isto já é matéria-mágica que se me dá ou se retrai. Obstinada, eu rezo. Eu não tenho o poder. Tenho a prece.
As três fases da vida
Na infância, fazemos de tudo para chamar atenção daqueles que nos amam...
Na adolescência, fazemos loucuras para chamar atenção daqueles que não nos amam...
Na fase adulta, descobrimos que, afinal, chamar atenção é a coisa mais ridícula!
É engraçado voltar para casa.
Tudo têm a mesma cara, o mesmo cheiro. Nada muda.
Nos damos conta de que quem mudou, fomos nós.
"Ouse, ouse... ouse tudo!! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"
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"Claro, como se ama um amigo
Eu te amo, vida enigmática –
Que me tenhas feito exultar ou chorar,
Que me tenhas trazido felicidade ou sofrimento,
Amo-te com toda a tua crueldade,
E se deves me aniquilar,
Eu me arrancarei de teus braços
Como alguém se arranca do seio de um amigo.
Com todas as minhas forças te aperto!
Que tuas chamas me devorem,
No fogo do combate, permite-me
Sondar mais longe teu mistério.
Ser, pensar durante milênios!
Encerra-me em teus dois braços:
Se não tens mais alegria a me ofertar
Pois bem – restam-te teus tormentos. "
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"Tu, céu claro sobre mim,
Quero confiar-me a ti
Não permitas que o prazer e a dor daqui
De admirar-te possam-me impedir!
Tu, que sobre tudo te projetas,
Através de espaços e através dos ventos,
Mostra-me aonde vais, pois é minha meta
Reencontrar-te em todos os momentos.
Do prazer não quero ver o fim
Não fugirei do sofrimento que abate,
Espaço e mais espaço é o que quero sobre mim
Para ajoelhar-me sobre o azul e venerar-te."
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"só aquele que permanece inteiramente ele próprio pode, com o tempo, permanecer objeto do amor, porque só ele é capaz de simbolizar para o outro a vida, ser sentido como tal. Assim, nada há de mais inepto em amor do que se adaptar um ao outro, de se polir um contra o outro, e todo esse sistema interminável de concessões mútuas... e, quanto mais os seres chegam ao extremo do refinamento, tanto mais é funesto de se enxertar um sobre o outro, em nome do amor, de se transformar um em parasita do outro, quando cada um deles deve se enraizar robustamente em um solo particular, a fim de se tornar todo um mundo para o outro."
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"Pois, sobretudo, resulta no indivíduo uma espécie de interação ébria e exuberante das mais altas energias criadoras do seu corpo e a exaltação mais alta da alma. Enquanto nossa consciência se interessa vagamente, habitualmente, por nossa vida psíquica, como por um mundo que conhecemos mal e que controlamos ainda pior, que ao que parece forma um com ela, mas com o qual normalmente ela se entende mal - eis que se produz subitamente entre eles uma tal comunhão de enervação que todos os seus desejos, todas as suas aspirações se inflamam ao mesmo tempo."
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"Assim, para quem ama, o amor, por muito tempo e pela vida afora, é solidão, isolamento, cada vez mais intenso e profundo. O amor, antes de tudo, não é o que se chama entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa. (...) O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo por si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser: é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe."
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"Distingue-se entre os humanos aqueles que se sentem divididos em um passado e um futuro e aqueles que vivem o presente com cada vez mais densidade, sempre mais plenitude. Os orientais acham natural insistir menos sobre a morte do que se passa do que sobre a perfeição do que se acaba, como aprofundamento da realidade. Nós, ao contrário, começamos a ver aquilo que nos chega, apenas sob o aspecto sempre mais sinistro da morte - como tudo o que se observa de um olhar exterior, logo mortífero."
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"Sempre não tive a idéia fixa de que a velhice me traria muito? Em meus jovens anos escrevi em algum lugar: primeiro nós vivemos nossa juventude, em seguida nossa juventude vive em nós. Não sei bem, ainda hoje, o que eu queria dizer com isso outrora. Mas eu tinha realmente medo de não atingir a idade de viver esta experiência; eu o sabia profundamente, uma longa vida, com todas as suas dores, vale ser vivida,. Claro, o valor da vida pode nos ficar escondido pelos desgastes sofridos pela nossa carne, nosso espírito (...) do mesmo modo que a juventude mais empreendedora pode se ver entravada em sua felicidade e em seu sucesso, por um fatal concurso de circunstâncias; mas, por além das perdas, a velhice adquire muito mais que a famosa aptidão à serenidade e à lucidez: ela permite que se chegue a uma plenitude mais acabada."
Mas deixa isso tudo pra lá, eu e a minha estranhice, estranheza, estranhagem, estranhamento, estranhação. Estranha ação. É isso aí, sou cheia de estranhas ações.
Eu serei o maior espadachim do mundo! Tudo o que me resta é meu destino! Meu nome pode ser infame, mas vai abalar o mundo!
A gente cansa: a gente cansa de tentar, de fingir que tudo está de acordo. A gente cansa de agradar às pessoas e sorrir para que tudo pareça estar normal. A gente cansa, e chega um momento que você passa a não se importar com mais nada. Não se importa mais com o que vão pensar e nem mesmo com o que sentem. Porque cansamos de insistir no que nos fere.