Odor
ALUCINAÇÃO
Cheira a morte o recinto
Num odor agridoce agradável
Seduz meu olfato já pouco apurado
Pelo vício da fumaça inalada
Embriaga meus sentidos já embriagados
Pela cevada gélida na garganta
Rompendo sinapses no corpo inteiro
Relegado ao estado entorpecido
As paredes borradas de cores
Confundem e atraem os meus olhos
Num redemoinho em espiral
Num mergulho perene...caindo
Paulatinamente figuras
Se formam na minha mente
Vou mais fundo na embriaguez
Quase num êxtase lacônico
Nada me é conhecido
Além do cheiro inebriante
Dançam espectros sombrios
Como num ritual fúnebre
A escuridão se confunde com a luz
Que cega do mesmo jeito
O estrondo ensurdecedor se faz
E o suor frio escorre molhando a cama
Por hoje acabou o mergulho
Os olhos esbugalhados revelam
Que o pesadelo não tem fim
Foi só mais um capítulo...
(Nane-28/03/2015)
Flor Mulher
Uma flor toda em cor
revestida de delicioso odor,
Revela-se simples, mas ilustre,
Sua beleza não possui embuste,
Desabrochada como o sol de verão
Ou em botão como um coração,
Ela é toda ela: a planta mais bela,
Branca de Neve ou Cinderela
Inspira Charles ou Irmãos Grimm,
É Princesa em qualquer jardim,
É adorada nas festas e no lar,
É admirada em todo lugar,
Faz a alegria em todos os cantos
E emociona ao entoar seus cantos
Hoje não tenho medo de dizer:
Deus aprimorou-se ao lhe fazer
E disse: “É muito boa minha criatura
Esta obra atingiu excelente altura
Modelei a flor chamada mulher
Esculpi a flor do bem me quer”.
Aberio Christe
Espumas
Que me marque
uma vaga branca de espuma
e o mar deixe o verde
odor da maresia.
Que me lembres
os passos na areia
e as conchas me ensinem
o que não sei.
Desejo navegar
e perder-me em cada porto
que não encontro.
Inventei sonhos criei fantasias
Dormi embebecido e sonolento
Acordando com odor de seu perfume
Embevecido pela beleza da aurora
Perdi-me em perdões a ti oferecidos
Naveguei nas ondas de minhas lágrimas
Ancorando sempre em teu colo doce amada
Se tu me amas tanto...
Mereces as vermelhas rosas carmim
Que sempre te ofereci,
Que reste o aroma delas em minhas mãos
Como doces lembranças que guardo de ti
Pintei o meu céu da cor que você quis
Ordenei as borboletas os voos rasantes
Num circular alucinante para enfeitar seu jardim
Que venham os ventos no açoitar de tudo
Quebrem o silêncio num escarcéu de cachoeira
E me acordem por que meu amor chegou
Ela trás pra mim seu lindo sorriso
Como branca rosa de meu eterno jardim
Meu sonho preferido de noites bem dormidas
A criatura, libera um odor adocicado e de retrogosto amargo ou azedo, que entranha em minha carne brutalmente pelos dias de sol e chuva. Despeja sobre mim , seu mel e eu me delicio.
Os Abutres Estão Prontos 2
A pele muda de cor
Tecidos ficam enrijecidos
Sobe um horrível odor
O que era vida agora é carniça
Os órgãos cada vez mais expostos
Vermes copulam nas tripas
Ossos ocos e podres
Nos abutres aumenta a cobiça.
Ah, o teu cheiro. O que dizer desse odor
Retirado dos jardins ocultos dos deuses.
Teu cheiro de fêmea madura,
Pronta para o amor inebria os sentidos.
E num desvairar alucinadamente insano,
Febril, avassalador, me entrego as tuas delicias.
A densidade e o mêdo
O ar parece mais denso, oleoso e com um odor antigo
o tempo parece parar, os sentimentos e a vida se esvaem
ao vento lento como num flutuar n'água onde as folhas
pairam indefinidas até cederem ao fundo, junto a inércia
dos detritos que por sua vez reproduzem a vida, gotícula
por gotícula, condensando gases que finalmente
retornarão a tona, trazendo uma renovação cósmica, uma coisa
que só D's poderia articular pois sua precisão é meticulosa, as
engrenagens harmoniosas, o resultado explêndido a continuidade
um infinito de Natureza, de vida e morte, vida e ascensão, um
pulmão estelar onde as vezes estacionamos com nossas
consciências buscando respostas para renovar nossa coragem
em entender que somos parte de um todo grandioso e que devemos
assimilar nossa contribuição divina com honra e valor.
O lado negro da dúvida, o mêdo, faz do ar denso uma parede
que deve ser transposta pela certeza de que a vida é
e sempre será uma continuidade no infinito universal e
que nós somos a parte luminosa desta ressureição.
À DAMA D’ELITE
Dantes eu pregado aos teus desejos,
Exaltado ao teu odor, eu murmurava
Por cobiça ao vigor d’os teus pejos,
E o meu amor de paixão se’dificava...
Que, hoje me abrigo aos teus ensejos,
De fim aos anseios, que desventurava,
Dos tormentos que ainda eu protejo,
Dos teus aromas que me enfeitiçava...
E por minha tortura de infinito amor
Inda rogo aos céus: que a ti proteja,
Para toda a infindável paz-imaculada;
Que nos enfeitam ao mesmo esplendor
Por séculos e, por séculos alegre seja
A tua infinita fragrância-deslumbrada!
As flores são as estações fazendo amor com mil
explosões de odor e de cor, são as maiores e as
melhores expressões da genuína beleza e nobreza
da generosa, formosa e maravilhosa mãe- natureza!
Guria da Poesia Gaúcha
A suavidade do odor...
Vem da essência da flor...
É o perfume do amor...
Que traz alívio a minha dor...
Amor! Que cor, que odor, que sabor seriam capazes de te materializar? Talvez a flor que tanto espero? Talvez o calor emanado do teu abraço? Talvez a dor da tua ausência?
Aqueles "mi mi mi mi mi", aqueles elogios demais, às vezes tem odor de coisa estragada, talvez um cérebro queimado de ego possessivo, exagerado de egoismo ou de falsa aparência tipo: "sou aquilo que agrada aos outros" ou até mesmo um coração podre de amargura, de ódio recolhido, de soberba. Apenas sei, q muitos não exalam a essência da paz e do amor, exalam o odor da pobreza de espirito, de orgulho, de falsos status e aparência superficial.
Não pare diante de quem faz tudo para ser reconhecido. Guarde a essência simples dos sentimentos puros e verdadeiros.
___BiaSSilva, nem tão doce, nem tão fel, apenas a medida q cada um cativou
Para fruir a beleza e o odor das rosas, necessário faz encarar seus espinhos. Assim é a vida em suas muitas manifestações, precisamos suportar muitas agruras para enfim alcançar os merecidos deleites.